segunda-feira, 17 de março de 2014

Ficção na energia



O malabarismo fiscal reapareceu no meio do pacote de energia. O mais grosseiro dos truques é a ideia de usar a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para se endividar e emprestar às distribuidoras. Houve uma longa reunião na entidade. Nem todos concordam com a operação. Na assembleia, será fácil aprovar porque 46% dos votos são das geradoras estatais e distribuidoras.

Há prazos e rituais para serem aprovados “orçamentos para cobertura de despesas extraordinárias”. E o procedimento tem que começar já porque até o dia 9 de abril as distribuidoras precisam de socorro financeiro. Uma das dúvidas na reunião da Câmara é a mesma que todos têm: como uma instituição que não tem ativos pode tomar um empréstimo de R$ 8 bilhões? A garantia será uma anuência da Aneel no contrato, dando permissão de uso de parte da receita tarifária das distribuidoras para pagar esse empréstimo. A agência reguladora vai “anuir” que um percentual da receita futura, como o aumento das tarifas das distribuidoras, será usado para pagar à Câmara.

Achou confuso? Não há nada de errado com você ou sua capacidade de compreensão. É confuso mesmo porque o Tesouro está fazendo mais um dos seus truques. Se for a CCEE o tomador desse empréstimo não aumentará o gasto público ou o endividamento público. É para esconder das agências de risco. Mas é fácil ver a camuflagem no gasto que o governo está costurando nessa heterodoxa operação.

Tudo isso é para manter o preço artificial da energia à custa de subsídios com o objetivo de enganar o eleitor. O governo gastou R$ 9 bilhões no ano passado para cobrir os rombos das distribuidoras com a queda da energia. Eles iriam pagar este ano e repassar para as tarifas, mas deixou-se para 2015. No Orçamento de 2014, há outros R$ 9 bilhões. Com o pacote de R$ 12 bilhões de quinta-feira, serão, ao todo, R$ 30 bilhões para manter a ficção de que em tempos de escassez existe energia barata. As distribuidoras agora vivem de empréstimo do governo e não sabem quando pagar e como vão se ressarcir.

O mais perigoso é não encarar os riscos de racionamento de energia que o Brasil está vivendo neste momento. Segundo especialistas e técnicos do setor, caminha-se para o racionamento. Ele pode ser evitado este ano, mas a ameaça continuará em 2015. O país pode ter um início de mandato em que a pessoa eleita, seja ou não a atual presidente, terá que lidar com duas bombas: o enorme peso da correção das tarifas e riscos de suprimento no setor elétrico.

O clima é parte do problema, mas não todo. A desastrosa gestão do setor fez o resto. Ao não admitir que estamos em risco, o governo não faz campanha nem programas de uso mais eficiente, racional e cuidadoso da energia. Isso elevou o consumo, exigiu mais térmicas, subiu o custo, e diminuiu a água dos reservatórios.

Nesse contexto, é difícil comemorar o número que saiu ontem, do IBC-BR, o índice do Banco Central que tenta antecipar o número do PIB. Ele registrou que a economia cresceu 1,26% em janeiro. A semana trouxe outros números bons: o crescimento de 2,9% da produção industrial de janeiro, e as vendas de varejo, também do mesmo mês, em 0,4% e registrando uma alta de 6% em relação a janeiro do ano passado. Mostram que a economia conseguiu recuperar um pouco da queda da indústria no final de 2013, manteve o consumo porque a renda permanece crescendo, ainda que em ritmo menor. Mesmo assim, os economistas alertam que esses índices não são o início de uma nova tendência.

No meio do caminho da economia há muita incerteza que impede o país de manter o crescimento. A maior das pedras neste momento é a incerteza sobre o preço futuro da energia.

Fonte: http://oglobo.globo.com

O populismo e a lei da acumulação das burradas



Por ROLF KUNTZ*

Burrada gera burrada e tende a crescer em espiral, como os preços inflados, quando a besteira é realimentada pela mentira. No Brasil, essa combinação de erros levou à superinflação, nome inventado para marcar a tênue diferença entre a hiperinflação e o desastre brasileiro dos anos 80 e começo dos 90.

Proscrito por algum tempo, o jogo está consagrado, novamente, na rotina brasiliense. O socorro de R$ 12 bilhões às elétricas, para atenuar os efeitos de uma política populista de tarifas, é o mais novo lance desse jogo. O Tesouro gastará R$ 4 bilhões além dos R$ 9 bilhões previstos no Orçamento e a Câmara de Comercialização de Energia, um ente privado, tentará obter no mercado um financiamento de R$ 8 bilhões, pagando juros, naturalmente. Os consumidores serão mais uma vez poupados, neste ano, e só depois de votar receberão a conta aumentada.

Mentira é uma boa palavra para designar a maquiagem das contas fiscais e a tentativa de reprimir - e falsificar, portanto - os índices de preços. No caso das contas públicas, também tem sido usada, com sucesso internacional, uma expressão mais suave: contabilidade criativa. A nomenclatura faz pouca diferença. O importante é reconhecer a realimentação e a multiplicação dos erros quando se tenta disfarçar os problemas, em vez de resolvê-los. O efeito circular é claríssimo na crise argentina. Também é indisfarçável na baderna econômica da Venezuela, marcada nas páginas da História, de forma indelével, pela escassez de papel higiênico. Haja páginas.

O exemplo argentino é um modelo para os governantes populistas, em geral muito interessados nos benefícios políticos e pouco preocupados com os custos efetivos para a economia. Para disfarçar a inflação o governo da Argentina tem falsificado os indicadores e tentado tabelar ou congelar os preços. Como o fracasso é inevitável, amplia a vigilância e tenta levar o controle até a origem dos produtos. Com isso, impõe perdas a agricultores e pecuaristas e cria um conflito entre a administração central e o setor mais eficiente da economia. De passagem, cria algum obstáculo à exportação de alimentos, para derrubar os preços internos, e compromete a receita cambial. Como o Executivo também usa os dólares da reserva para liquidar contas fiscais, a combinação das trapalhadas produz ao mesmo tempo inflação crescente, insegurança na produção e escassez de moeda para os pagamentos internacionais.

Para poupar reservas o governo impõe controles severos às compras de moeda estrangeira e aumenta o protecionismo. Também esse esquema tende ao fracasso, mas produz algum efeito quando um governo amigo se dispõe a aceitar o desaforo comercial. Neste caso, esse governo amigo tem como endereço principal o Palácio do Planalto, em Brasília. A tolerância é praticada em nome de uma solidariedade nunca retribuída e, de forma implícita, de uma liderança regional imaginária e sempre desmentida na prática.

A solidariedade tem um claro componente ideológico. O estilo dos Kirchners tem sido uma evidente inspiração para o governo brasileiro. Mas as condições no Brasil são um tanto diferentes e têm sido menos propícias, pelo menos até agora, a algumas iniciativas mais audaciosas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda funciona sem interferência do Executivo. O PT conseguiu, pelo menos durante algum tempo, impor sua marca ao velho e respeitável Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mas a ação foi desastrada e desmoralizante. Não se conhece, até hoje, nenhuma tentativa semelhante em relação ao IBGE.

Sem manipulação direta dos índices, a maquiagem da inflação ocorre diretamente nos preços, por meio, por exemplo, da redução das contas de eletricidade, da imposição de perdas à Petrobrás e do congelamento das tarifas de transporte urbano. Seria politicamente muito mais complicado tentar mexer nos indicadores produzidos pelo IBGE. Mas a interferência direta na fixação de preços dispensa o governo desse risco. Impõe, em contrapartida, uma porção de outros problemas.

O congelamento de tarifas de transporte público resultou em perdas para governos municipais e estaduais, incluídos os do PT. Recursos para investimentos e até para ações rotineiras tornaram-se mais escassos, mas o reajuste de tarifas é hoje politicamente mais difícil do que no ano passado.

O esperado socorro do governo federal - uma das apostas do prefeito Fernando Haddad - também está atrasado e é pouco provável, porque as contas do Tesouro Nacional estão em más condições. Se algum socorro aparecer, será uma surpresa, porque a meta fiscal anunciada no mês passado pelo ministro da Fazenda parece cada dia mais inacessível. O aumento das despesas para socorrer o setor elétrico é uma sangria a mais para o Orçamento federal.

Se a presidente insistir em poupar os consumidores, será preciso compensar os gastos adicionais do subsídio às contas de eletricidade. O ministro da Fazenda mencionou o possível aumento de impostos e a reabertura do Refis, o refinanciamento de dívidas tributárias. Mais uma vez o balanço fiscal dependerá de receitas especiais, como os pagamentos iniciais do Refis, os dividendos do BNDES e o pedágio pago pelas concessões de infraestrutura. Se as agências classificadoras aceitarem a jogada, talvez se possa evitar a redução da nota de crédito soberano.

Um pouco mais de seriedade na gestão das contas públicas e no combate à inflação pouparia ao governo muitas complicações e livraria o País de perdas injustificáveis. Combate sério à inflação inclui o uso mais eficiente do dinheiro público e a ação realmente autônoma do Banco Central. O Brasil nada ganhou com a redução voluntarista dos juros. A inflação subiu e foi preciso apertar de novo a política monetária. Também nada ganhou com a manipulação de preços e tarifas. Burradas só geram problemas e o esforço para disfarçá-los envolve novas burradas, como a solução improvisada para o problema das elétricas.

 *ROLF KUNTZ É JORNALISTA

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-populismo-e-a-lei-da-acumulacao-das-burradas,1141103,0.htm

quinta-feira, 13 de março de 2014

Preso ex-chefe da assessoria de orçamento do Senado


Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta quinta-feira (13) que, “após diligências e intenso trabalho investigativo”, prendeu nesta manhã o ex-chefe da assessoria de orçamento do Senado Federal, José Carlos Alves dos Santos. “A ação foi em cumprimento a mandado de prisão condenatória expedido pela Vara de Execuções Penais de Brasília”, informou em nota. Ele tem 71 anos e estava em sua casa, no Lago Norte, no momento da prisão. José Carlos foi denunciado pelo Ministério Público Federal de cometer o crime de corrupção passiva e foi condenado judicialmente a dez anos e um mês de reclusão. Segundo a polícia, José está na carceragem do DPE.

Integrante da quadrilha da “Máfia dos Anões”, o economista foi o delator de um esquema de propina que chocou o país em 1993. As suas revelações levaram o Congresso a abrir uma CPI para apurar o caso. Foram, ao todo, 18 acusados. Seis foram cassados, oito absolvidos e quatro preferiram renunciar para fugir da punição. Na época, o rastreamento de contas bancárias levou até a queda do presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro (PMDB). O chefe do esquema, o deputado baiano João Alves de Almeida (morto em 2004), lavava o dinheiro desviado comprando cartões de loterias premiados.

Eram dois esquemas fraudulentos: no primeiro, parlamentares faziam emendas remetendo dinheiro para entidades filantrópicas ligadas a parentes e laranjas; no segundo faziam acertos com grandes empreiteiras para a inclusão de verbas orçamentárias para grandes obras, em troca de gordas comissões.
José Calos Alves dos Santos também foi acusado de assassinar a própria esposa, Ana Elizabeth Lofrano, que sempre ameaçava denunciar a máfia. Ele já passou dez anos na cadeia, onde tentou suicídio, mas acabou sendo salvo.

O bandido chegou a reunir um patrimônio de mais de dois milhões de dólares por conta do esquema e, quando assassinou a mulher, descobriu-se que ele frequentava orgias sadomasoquistas

Fonte: http://www.diariodopoder.com.br

Residência de Romeu Tuma Jr é alvo de tiros em São Paulo

Romeu Tuma J˙nior demitido
                                                
A residência do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr. em São Paulo foi alvejada com tiros, ontem, pelas 20h, mas ninguém ficou ferido. Tuma Jr disse ao Diário do Poder que não faz ideia da autoria, mas ficou intrigado com o fato de os tiros terem sido disparados horas depois da divulgação da notícia do convite que recebeu do Congresso Nacional para detalhar as denúncias do seu livro  “Assassinato de Reputações – Um crime de Estado”,  que há semanas figura no topo da lista dos mais vendidos do País.

Romeu Tuma Jr foi convidado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados a detalhar o esquema que revelou existir no governo do ex-presidente Lula, para produzir dossiês com o objetivo de destruir adversários e críticos.

O livro deixa o ex-presidente e o próprio PT muito mal. Ele revelou, por exemplo, que Lula, usando o codinome “Barba”, era informante do Dops, a polícia política paulista chefiada por seu pai, o falecido delegado e senador Romeu Tuma

Fonte:http://www.diariodopoder.com.br

Blatter cancela discurso na abertura da copa


Charge: Sponhoz

Freire critica projeto do Marco Civil: 'Internet deve continuar livre'



Presidente do PPS rechaça tentativa do governo de controlar a web e lembra que os diversos crimes cometidos na rede podem ser coibidos pela legislação atual

Por Fábio Matos


O deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, voltou a criticar o projeto de lei do Marco Civil da internet, considerado uma das prioridades do governo de Dilma Rousseff e que pode ser apreciado pelo Congresso Nacional ainda nesta semana. Segundo o parlamentar, trata-se de mais um arroubo autoritário do PT.

“Não há necessidade uma lei para a internet, que nasceu livre e deve se manter protegida de qualquer ingerência governamental. Não existe tal lei em nenhum país democrático do mundo”, afirmou o deputado. “A legislação atual e a Constituição Federal já asseguram o direito à honra, à intimidade e à vida privada. Qualquer violação pode resultar em processos criminais e cíveis, assim como em casos de pedofilia ou racismo.”

Ao criticar a proposta do governo, Freire citou outros exemplos de abusos cometidos na internet, entre os quais violações a direitos autorais e do consumidor, que podem ser coibidos por leis específicas. “Em nenhum desses casos é preciso criar uma lei da internet”, disse.

O presidente do PPS ainda destacou que temas relativos à neutralidade da rede ou que envolvem empresas concessionárias e grupos de telefonia também já estão amparados por leis específicas do setor das comunicações. "Regulamentar é uma forma de interferir na internet. Não é preciso criar uma nova lei para tratar do papel das telefônicas e de todas essas questões. A própria Agência Nacional de Telecomunicações [Anatel] já regula e fiscaliza a neutralidade da rede."

Em fevereiro, quando o projeto do Marco Civil foi retirado de pauta na Câmara dos Deputados, Freire já havia manifestado a posição do PPS contrária ao texto apoiado pelo PT. “Não podemos dar crédito a um governo que pretendeu controlar a imprensa e que não respeita as instituições republicanas, como demonstram as repetidas agressões ao Supremo Tribunal Federal. A internet é território livre e deve continuar sendo”, afirmou.

Censura no Facebook

Para Freire, a eventual aprovação de uma lei para a internet no Brasil pode abrir espaço à censura das redes sociais. Na última semana, o deputado divulgou uma nota em que repudia a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de retirar do ar uma página de apoio ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência da República. “O controle da internet por parte do governo também abre margem para o TSE fazer o que fez de forma abusiva”, avalia.

Na nota, divulgada na última sexta-feira (7), o PPS pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aprecie com urgência uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pelo partido, em junho de 2012, contra a proibição de manifestações de cunho político nas redes sociais antes do início da propaganda eleitoral, em 6 de julho.

“O direito à manifestação do pensamento, mesmo que sobre temas político-eleitorais, seja por meio do twitter ou de qualquer outra rede social, não é uma concessão do Estado, mas um direito fundamental de todos os cidadãos brasileiros, sem distinção”, diz o texto.




Fonte: http://www.robertofreire.org.br



terça-feira, 11 de março de 2014

Elefantes distinguem homens, mulheres e crianças pela voz


Mãe elefante com seu filhote


Elefantes são capazes de reconhecer a linguagem dos humanos e distinguir entre etnias e gêneros, revelou uma pesquisa da Universidade de Sussex, na Inglaterra, publicada nesta terça-feira no periódico PNAS.

O trabalho, realizado no Parque Nacional de Amboseli, no Quênia, estudou a reação de famílias inteiras de elefantes diante da reprodução de sons gravados de vozes de dois dos grupos étnicos majoritários na região, os massai e os camba. Os cientistas concluíram que os animais manifestaram medo e comportamento agressivo diante das vozes dos homens adultos massai, enquanto sua reação às vozes de mulheres e crianças foi menos agressiva.

"Os diferentes grupos de humanos podem representar vários níveis de perigo para os animais que vivem a seu redor", afirmou Karen McComb, professora da universidade e principal autora do estudo. Segundo ela, a pesquisa mostra que os elefantes tentam se adaptar à ameaça humana. "Sem dúvida, os humanos são os predadores mais perigosos e versáteis que os elefantes enfrentam atualmente."

De acordo com o estudo, a capacidade de diferenciar se a presença do humano é ou não uma ameaça tem um impacto importante no comportamento dos animais selvagens, já que evita interrupções em sua alimentação e também stress. "Essa habilidade aparentemente sofisticada (dos elefantes) seria aprendida pelos membros jovens da família, seguindo o exemplo da matriarca da manada", disse Graeme Shanoon, especialista em conservação animal da universidade.

Estudos anteriores demonstraram que os elefantes africanos apresentam um medo maior do cheiro das roupas usadas pelos homens massai em comparação ao cheiro dos cambas, e também revelaram um comportamento agressivo frente a algum ser humano vestindo roupa vermelha.

Fonte: http://veja.abril.com.br

“Autossuficiência: a confissão de uma mentira”, análise do ITV




Nas últimas semanas, a Petrobras tem divulgado informes publicitários de página inteira em alguns dos principais jornais do país. Aquela que já foi nossa maior empresa pretende convencer o leitor das virtudes de sua política. Mas uma das peças acaba por trair-se e admitir uma das maiores mentiras já inventadas por um governo na história nacional: a propalada autossuficiência brasileira na produção de petróleo nunca existiu.

A constatação é possível a partir do informe publicado no último sábado, sob o título “Planejamento Estratégico Horizonte 2030: As grandes escolhas da Petrobras”, divulgado em jornais com O Globo e O Estado de S. Paulo. Nela, a companhia traça seus planos para os próximos 16 anos e informa quando, de fato, pretende atingir a autossuficiência.

Segundo o texto, apenas em 2015 a produção interna de petróleo deve igualar-se ao consumo do país, algo em torno de 2,6 milhões de barris por dia. “A Petrobras estima que em 2015 o Brasil alcançará a autossuficiência volumétrica, quando a produção de petróleo no país (Petrobras + terceiros) ultrapassar o consumo doméstico de derivados”, diz a nota, ilustrada por um gráfico.

A autossuficiência em derivados só será alcançada ainda mais tarde, em 2020. No fim desta década, informa-nos agora a Petrobras, o processamento total nas refinarias instaladas no país será igual à demanda total, na casa de 3 milhões de barris diários. “Para 2020 projetamos a autossuficiência em derivados, momento em que o processamento total nas refinarias do país se iguala à demanda total de derivados de petróleo”, salienta a companhia, no texto.

Voltemos agora no tempo. Era março de 2006, véspera da campanha eleitoral que resultaria na reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, quando a Petrobras lançou campanha de R$ 37 milhões para divulgar a conquista da autossuficiência, a cargo das agências Duda Mendonça Propaganda, F/Nazca S&S e Quê Comunicação, conforme informou à época o M&M Online.

Todos se lembram do alarde feito então pelo governo petista, ressuscitando imagens de inspiração varguista, com praticamente todo o governo vestindo os macacões alaranjados que caracterizam o dia a dia dos trabalhadores da Petrobras. A própria empresa, em seu relatório anual relativo a 2006, também mencionou três vezes a “conquista da autossuficiência” naquele exercício.

Confirma-se, agora, que tudo não passou de farsa.

Já havia sido possível constatar nos últimos anos que a autossuficiência era balela, mas a empresa sempre se contorcia para inventar alguma explicação. De início, foi dito que o desequilíbrio entre produção e demanda ainda existente só se verificava nos derivados; depois o próprio aumento das importações de petróleo foi se encarregando de desmentir qualquer ilusão de autossuficiência.

A Petrobras chegou a estes fracassos em função da maneira temerária com que tem sido administrada nos últimos anos. A companhia notabilizou-se por jamais entregar o que promete: desde 2003, as metas de produção fixadas em seus planejamentos não são atingidas. Pior: em 2012 e 2013, a empresa teve, por dois anos seguidos, queda no volume produzido, algo inédito em sua história.

O mergulho vem desde o anúncio das mudanças do marco regulatório de exploração de petróleo no Brasil, por volta de 2008. A Petrobras ainda respirou com a operação de capitalização de 2010, quando milhares de brasileiros incautos acreditaram na pujança vendida nas peças de marketing do governo e investiram em suas ações. Se deram muito mal.

Desde então, a petrolífera brasileira perdeu nada menos que 60% de seu valor de mercado. “Em 2008, o valor de mercado da Petrobras era cinco vezes superior à da colombiana Ecopetrol. No ano passado, as duas empresas chegaram a valer o mesmo na bolsa”, mostra hoje O Globo em reportagem sobre a debacle de estatais, sufocadas pela política levada a cabo pelo governo Dilma Rousseff.

Com perda de 34% apenas nos últimos 12 meses, a Petrobras também é a segunda empresa que mais se desvalorizou em todo o mundo no período. A companhia brasileira só consegue sair-se melhor que um banco espanhol salvo da falência pelo governo local em 2012.

“A companhia brasileira, que cinco anos atrás figurava entre as dez maiores do mundo, hoje está na 121ª posição, avaliada em US$ 74 bilhões, um terço da rival PetroChina”, informa a Folha de S. Paulo. Também arrastadas no turbilhão do mau momento econômico brasileiro, Vale, Banco do Brasil e Bradesco figuram entre as dez companhias que mais perderam valor em um ano. É lamentável ver empresas que poderiam estar gerando riqueza, criando oportunidades de trabalho e contribuindo para o bem-estar dos brasileiros e o progresso do país naufragando em razão da péssima condução da economia pelo atual governo petista. É mais deplorável ainda saber que boas intenções expressas nas peças oficiais não passam, como foi o caso da apregoada autossuficiência em petróleo, de mentira deslavada. E mentira tem sempre pernas curtas

Fonte: http://www.psdb.org.br

segunda-feira, 10 de março de 2014

Lula e a tolice monumental dita a um jornal italiano. Ou ainda: A mentira sobre o terrorista Cesare Battisti

Lula flagrado num bom momento
Por Reinaldo Azevedo

Lula concedeu uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica e afirmou que emprego é mais importante do que baixar a inflação. É uma tolice monumental, a exemplo de outras que costuma dizer. É tolo simplesmente porque essas não são coisas opostas nem permutáveis; ou seja: nem se deve considerar que gerar empregos é o polo oposto do controle da inflação nem se deve considerar que, em certas circunstâncias, pode-se escolher uma coisa em detrimento da outra.

É o tipo de juízo cretino, fanfarrão, que pretende jogar no colo dos críticos da política econômica a pecha de defensores do desemprego. O Brasil já voltou a ter taxa real de juros mais alta do planeta. O crescimento brasileiro já é modestíssimo. E uma inflação incômoda está aí, renitente. Porque é da natureza de um modelo ancorado no consumo, com baixa produtividade, gastos excessivos do governo e pouco investimento. De resto, é preciso deixar claro: o país tem gerado empregos de baixa qualidade.

Lula cometeu ainda algumas outras impropriedades. Disse ao jornal italiano, por exemplo, que manteve no Brasil o terrorista Cesare Battisti porque respeitou uma decisão da Justiça. É mentira! Mentira das grossas!

O Supremo Tribunal Federal considerou ilegal a concessão de refúgio a Battisti. Mas, numa segunda votação, esta sim, estupefaciente, afirmou que caberia ao presidente a última palavra sobre sua permanência no Brasil. E Lula decidiu que ele deveria ficar. Logo, a verdade é esta: ele desrespeitou a Justiça ao manter no país alguém cujo refúgio foi considerado ilegal. Sobre o petista Henrique Pizzolato, afirmou que é preciso respeitar a decisão da Justiça italiana. É evidente que ele está torcendo para que o homem fique por lá mesmo. Afinal, é um arquivo vivo.

Quando fala a estrangeiros, Lula gosta de posar de moderno e democrata. Disse que Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela, errou ao não dialogar com a oposição. É mesmo? A política externa brasileira é uma das áreas do governo mais influenciadas pelo lulismo. Em vez de censurar Maduro, o Brasil resolveu endossar uma nota criminosa de apoio ao tiranete assinada pelo Mercosul — ora presidido pela Venezuela. Pior: votou contra o envio de observadores da OEA ao país.

Indagado sobre os protestos de rua, que podem acontecer durante a Copa, afirmou que isso tudo é coisa da democracia; que, como ex-líder sindical, não poderia condenar as manifestações. Pois é… Ele sabe que o pior da eventual repressão aos excessos ficará por conta das Polícias Militares dos Estados, não é? Elas que se virem!

Indagado se ainda pode concorrer à Presidência, acenou com a possibilidade de voltar a disputar em 2018. É, eles não pretendem largar o osso tão cedo.

Para Cuba, com amor


 Por Mary Zaidan

Ramona Rodriguez. A cubana que fugiu do Mais Médicos de Pacajá, no Pará, criou um enrosco sem tamanho para o governo Dilma Rousseff. Reacendeu críticas ao extravagante contrato em que os irmãos Castro se apropriam do grosso dos salários dos médicos exportados e deu xeque-mate à legalidade do programa, carro-chefe da campanha do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo.
Contas publicadas pelo jornal O Globo revelam que o Mais Médicos reforçará os cofres da ilha em R$ 713 milhões ao ano, 77% do valor destinado ao programa junto a Cuba. Só 23% ficam com os profissionais importados.

Criou ainda uma encrenca jurídica.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apressou-se em dizer que Ramona poderá perder o visto de permanência no país e a licença para atuar como médica no Brasil. A tese é frágil. Ancora-se na medida provisória que sustenta o programa, que pouco vale se confrontada à Constituição. Aliás, se o Brasil conferir a Ramona um improvável asilo, ela pode passar no Revalida e exercer a profissão como qualquer médico estrangeiro.


Ramona Matos Rodrigues, médica cubana que abandonou o Programa Mais Médicos.
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Para o governo, ficar com Ramona é um problema. Incitaria novas dissidências. Embarcá-la de volta pode ser ainda pior. Até porque, sabe-se, a ditadura cubana não a pouparia de retaliações, que acabariam reveladas pela mídia. Não à toa, ela teme por seus familiares, em especial pela filha, também médica.
É tão verdade que mesmo no Brasil Ramona já é vítima de detratores. Ela foi acusada de bêbada e devassa pelo deputado José Geraldo (PT-PA), que inscreveu nos anais da Câmara trechos indizíveis da carta repugnante do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, Valdir Pereira da Silva. De nível tão baixo que o PT deveria se envergonhar e pedir solenes desculpas.

Para completar, blogs engajados divulgaram a versão de que Ramona só queria mesmo encontrar o namorado, em Miami, e que tudo não passou de uma farsa instruída pelo líder dos Democratas, Ronaldo Caiado (GO).

A previsão é de que o Brasil receba mais de sete mil médicos cubanos. Hoje, 5.378 já estão operando a um custo de R$ 925,86 milhões por ano, isso sem computar transporte e moradia. Repita-se: mais de três quartos disso fica com o governo de Cuba.

Embora o governo Dilma afirme que só decidiu importar cubanos porque não conseguiu preencher as vagas do Mais Médicos com brasileiros e outros estrangeiros, Ramona foi treinada há dois anos para vir para o Brasil. Fez parte de uma farsa.

E faz parte de uma massa que sustenta, com o seu trabalho, a ditadura que ela já demonstrou que não quer. Mas que o governo do PT apoia. Com unhas, dentes e dinheiro. Muito dinheiro.


Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Atualmente trabalha na agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'. Escreve aqui aos domingos. Twitter: @maryzaidan, e-mail: maryzaidan@me.com

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat

Inconformada com a demissão do marido por assédio sexual, dirigente do PT pressiona para virar chefe da vítima, no governo do DF



cida abreu 02
Cida Abreu, a petista que é mulher do acusado de assédio

Mulher do ex-subsecretário de Promoção de Igualdade Racial do governo do DF Moredison Ramos Cordeiro, que foi exonerado após ser denunciado à polícia por assédio sexual, a secretária nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores, Cida Abreu, quer a forra: ela pressiona o governador Agnelo Queiroz (PT) a demitir o secretário da pasta, Viridiano Custódio de Brito, e ser nomeada em seu lugar.

Moredison Cordeiro foi denunciado À Delegacia da Mulher por assédio sexual contra uma assessora. Num texto que não omite nem mesmo os insultos, a moça descreveu as barbaridades ouvidas na sala do chefe. A assessora, que estava grávida e é casada, ainda contou à polícia que chegou a pedir para ser remanejada dentro do órgão devido ao assédio, que tinha se tornado cada vez mais frequente durante um ano em que trabalham juntos. Ela ainda ressalta às agentes de polícia que teme sofrer retaliações no retorno ao trabalho. Se a mulher de Moredison assumir o cargo titular da secretário, as


moredison
Moredison: assédio e comentários vulgares

. Cansada, a mulher procurou a Delegacia da Mulher e denunciou Moredison. “Não tem cunho político, a denúncia é de uma mulher que não aguentava mais ser tratada daquela forma”, conta ela. O secretário-adjunto, José Alves, reconhece que ela pediu por duas vezes para trocar de setor, mas não teria justificado o motivo. A Ouvidoria do governo prometeu que investigaria o caso, mas nunca divulgou suas conclusões.
moredison ocorrencia

Fac-simile da ocorrência da vítima de assédio sexual, na Delegacia da Mulher