terça-feira, 31 de maio de 2011

Maria Lydia é demitida da TV Gazeta


A jornalista Maria Lydia Flandoli foi demitida da TV Gazeta, onde trabalhou por 20 anos. A jornalista, âncora do Jornal da Gazeta, deixa a Gazeta na quarta-feira.


DivulgaçãoSegundo a assessoria de imprensa da emissora, o telejornal 'será reformatado e brevemente será levado ao ar em HD'.


"Seu profissionalismo, talento e liderança colaboraram para expandir e fortalecer nossos princípios editoriais. Agradecemos a sua inesquecível dedicação durante esse período", diz a nota da assessoria da emissora.


Maria Lydia teve passagem ainda pelas rádios Jovem Pan, Record e CBN e TV Record, como comentarista do programa: Record em Notícias e do Jornal da Record'. Foi âncora do programa Defenda-se, o primeiro programa de televisão de defesa do cidadão

Fonte: Estadão 30/05/11

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Lista fechada: a forma do PT perpetuar-se no poder!


Um fantasma ronda o Congresso Nacional. Na semana passada, ele se cristalizou no formato de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com uma proposição de arrepiar os cabelos: retirar dos eleitores brasileiros o direito, previsto na Constituição, de votar diretamente em seus candidatos para depurado federal, estadual e vereador.

De acordo com a proposta, contida em um texto de apenas duas páginas, o atual sistema de eleição para esses cargos seria substituído pelo chamado "voto em lista fechada". Este modelo, como o nome sugere, prevê que os partidos criem listas de representantes para disputar as eleições para o Legislativo. Entrariam nas listas algumas poucas pessoas aprovadas pelas cúpulas partidárias.

No dia da votação, o eleitor só poderia votar na legenda - e não nos candidatos. Sua liberdade de escolha, portanto, ficaria restrita a optar entre o PT, o PMDB, o PSDB. .. e assim por diante. Quanto mais votos um partido recebesse, mais candidatos elegeria. Ou seja: os iluminados escolhidos pela direção partidária ganhariam mandatos mesmo sem ter recebido um único voto em seu nome. A PEC foi aprovada pela comissão de reforma política do Senado. Para entrar em vigor, ainda precisa passar pelo plenário da Casa e, depois, pelo crivo da Câmara.

“O PT é o principal interessado em aprovar essa mudança”, explica o filósofo Denis Rosenfield, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde 2007, o sistema de voto em lista fechada tomou-se uma obsessão da alta cúpula petista. O PT alega que o modelo fortaleceria os partidos, por obrigar todos os integrantes de cada agremiação a defender as mesmas bandeiras nas eleições. Balela.

O que orienta os petistas nessa escolha é uma esperteza baseada na conjuntura, e não uma questão de princípios. Eles apostam que a lista fechada ampliará sua representação na Câmara. Há dois meses, uma pesquisa do Datafolha revelou que o PT é o partido preferido de 26% dos eleitores. Outros partidos grandes, como o PMDB e o PSDB, foram mencionados por 6% e 5% dos entrevistados, respectivamente.

Essa distância brutal em relação às outras legendas se repete em rodas as pesquisas realizadas desde 2003, quando os petistas chegaram ao poder. O que se pretende com a lista fechada, portanto, é congelar o momemo atual da política brasileira, em que o PT domina a paisagem: Petistas de alto coturno também se arrepiam, mas de emoção, ante a possibilidade de ordenar o rol de representantes do partido sem a participação dos eleitores. Na prática, esse mecanismo garantirá aos chefões da legenda mandato vitalício: eles estarão sempre nas primeiras posições da lista petista.

Como quase tudo o que envolve o partido de Lula, há também um forte componente financeiro no meio dessa discussão. Com a lista fechada, querem empurrar goela abaixo do eleitor o financiamento público das campanhas. As legendas não precisariam mais arrecadar dinheiro para disputar as eleições: receberiam um cheque polpudo do governo para cobrir todas as despesas.

Desde os anos 80, muitos petistas defendem essa bandeira, sob o argumento de que o financiamento público permite que pobres e ricos concorram em pé de igualdade. Mas a questão só entrou na ordem do dia por causa do escândalo do mensalão. Pilhados operando um gigantesco esquema de corrupção usado para aliciar deputados, os petistas passaram a argumentar que o financiamento público eliminaria a necessidade de praticar malfeitos. Risível.

A proposta do partido é que o governo financie as eleições com 7 reais por eleitor - o que significaria 950 milhões de reais a cada pleito. Os recursos seriam distribuídos de acordo com a votação de cada legenda na eleição anterior para a Câmara. Adivinhe quem ficaria com a maior parte, se a divisão do bolo ocorresse hoje. O PT, claro. É mais uma forma de tentar se perpetuar no poder.

O voto em lista fechada surgiu em 1885, na Bélgica. A ideia era permitir que diversas ideologias tivessem espaço no Parlamento, respeitando o direito de minorias. Mas sua aplicação só faz sentido quando há partidos fortemente ideológicos: um monarquista, um socialista, um liberal ... Na geleia geral dos partidos brasileiros, em que há gente que admite não ser "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro", não há a menor justificativa para isso.

A lógica petista, que pretende mudar as regras do jogo para usurpar do eleitor o direito de escolher seus representantes no Parlamento, emula o velho princípio bolchevique de que não há virtude fora do partido. Só a agremiação sabe o que é melhor para o povo. O germe dessa ideia tosca foi plantado na Rússia, após a revolução de 1917, e até hoje dá frutos podres em lugares tão democráticos quanto Cuba, China e Coreia do Norte. Inspirar-se nesse clube é tudo o que o Brasil não precisa fazer.

Fonte: VEJA - 14/05/2011
Charge: Sponholz

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cão sobrevive a tornado, se arrasta para casa ferido e vira símbolo de luta nos EUA


Um cachorrinho virou o símbolo de uma cidade que luta para se recuperar após a passagem de um tornado. Mason foi pego pela forte tempestade que devastou parte de North Smithfield, no Alabama (EUA), e desapareceu, no último dia 27 de abril.

Após duas semanas, quando a população se unia para consertar as casas e as ruas da cidade, Mason reapareceu, com as duas patinhas dianteiras quebradas, muito desidratado, mas vivo. O cachorrinho havia se arrastado pela cidade para se reencontrar com seus donos, que já não tinham mais esperança de acha-lo.

Os donos de Mason o levaram a um abrigo de animais, onde o cachorro será tratado até que a vida de todos volte à normalidade. Com a ajuda de doações, um veterinário operou Mason que se recupera da cirurgia e deve voltar para casa em seis semanas.

O cachorrinho ajudou a levantar o ânimo dos moradores de North Smithfield e até ganhou uma página no Facebook.

Phil Doster, que trabalha no abrigo para animais da cidade, conta que o número de cachorros trazidos após o tornado tem diminuído e que as lesões de Mason foram as mais dramáticas que ele já viu em um cãozinho que teve de sobreviver sozinho por tanto tempo. “Tivemos a honra de ajudar na recuperação de Mason”, disse.

Fonte: UOL 27/05/11

Passeie com o cão antes da adoção


Quer um cão ou um gato de estimação? Uma boa pedida é aparecer no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) amanhã. Cerca de 350 animais estarão à disposição – em mais uma edição da Festa de Adoção, evento promovido de tempos em tempos pelo órgão. Desta vez, com uma novidade: o test-dog, uma espécie de test-drive para que a família interessada no bicho veja se, enfim, rola um clima de afinidade. Trata-se de um passeio, com o cãozinho, pelas dependências do CCZ.

“Temos uma preocupação muito grande em fazer com que o processo de adoção vá além do momento de impulso. A possibilidade de o candidato ter um contato além dos canis, dando um passeio com o cão, vendo se ele pula, se é brincalhão, etc., vai diminuir o número de abandonos”, acredita a veterinária Ana Claudia Furlan Mori, gerente do CCZ.
Adoção.

Os animais disponíveis para adoção são, na grande maioria, vira-latas. Foram parar no CCZ, em geral, por abandono ou denúncia de maus tratos. Lá, receberam vacinas e vermífugos, foram castrados e microchipados e ganharam um RGA (o RG animal). Por isso, a adoção não é completamente gratuita – há uma taxa de R$ 15,25 para bancar esses gastos.

Interessados em levar um bichinho para casa precisam ir munidos de coleira (para cães) ou caixa de transporte (para gatos), além de documentos pessoais e comprovante de residência. Funcionários do CCZ dão uma palestrinha sobre guarda responsável e outras orientações.

Embora o evento incentive um número maior de adoções, as mesmas podem ser feitas em qualquer dia, de segunda a sábado. Basta procurar o CCZ. “É o único jeito dos animais saírem daqui e liberarmos vagas para outros cães e gatos abandonados”, explica Ana Claudia. “Estamos sempre operando na capacidade máxima.”
Recorde.

Em feira semelhante ocorrida no mês de maio de 2010, o CCZ viu uma verdadeira briga de cachorro grande: 1.560 pessoas se interessaram em levar para casa um dos 31 filhotes de cães e gatos de raça – labradores, por exemplo. Os animais tinham sido apreendidos em blitze contra o comércio ilegal de animais. A concorrência, de 50,32 candidatos por bicho, foi maior que boa parte dos vestibulares.

Na ocasião, houve um duro processo seletivo, com sorteio e entrevista, para levar o animalzinho para casa. Foi um recorde de procura. Em geral, as feiras organizadas pelo órgão costumam atrair cerca de 30 interessados – com média de oito bichos adotados.

CURIOSIDADE

Nem só de cão e gato vive o CCZ. Vez ou outra aparecem animais bem grandinhos abandonados pelas ruas – e são recolhidos pelo órgão. “Cavalos, carneiros, cabras, porcos, bois…”, enumera a veterinária Ana Claudia Furlan Mori. No momento, há três cavalos vivendo lá.

QUANDO E ONDE

Festa de Adoção
de Cães e Gatos do CCZ de São Paulo
Amanhã. Das 10h às 16h.
Rua Santa Eulália, 86, Santana (próximo ao Campo de Marte)

Fonte: Estadão 27/05/11

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Amigos de DSK ( Strauss-Kahn ) teriam subornado parentes de camareira


Amigos do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, teriam oferecido dinheiro à família da camareira que o acusou de abuso sexual para “fazer o caso desaparecer”, já que ela está sob custódia e eles não podem contatá-la. A informação foi publicada nesta quarta-feira pelo jornal americano The New York Post.

A camareira do hotel Sofitel, onde Strauss-Kahn estava hospedado, tem uma família numerosa e pobre, que vive na antiga colônia francesa de Guiné, no oeste africano. “Eles já falaram com a família dela”, disse à publicação uma empresária francesa. “Com certeza, o caso vai acabar silenciosamente”, acrescentou ela, que foi identificada apenas como amiga de DSK, como também é conhecido o ex-chefe do FMI.

Em Nova York, a promotoria de Manhattan, que está encarregada do caso, tem protegido a camareira dos apoiadores de Strauss-Kahn, mas, segundo a fonte consultada pelo jornal americano, uma quantia de sete dígitos, que estaria em negociação, pode encerrar o caso. “Ele será libertado e voará de volta à França. Não vai ficar na prisão. A mulher receberá muito dinheiro”, revelou.

A família da camareira vive em uma aldeia sem estradas pavimentadas, eletricidade e linhas telefônicas, com uma renda mensal de 45 dólares, acrescenta o The New York Post. A funcionária do hotel mudou-se para os Estados Unidos há muitos anos, após a morte do marido, e mora com a filha de 15 anos no bairro nova iorquino de Bronx.

Provas - Segundo a promotoria, mesmo sem o testemunho da camareira, há evidências suficientes para processar DSK incluindo depoimentos gravado da vítima, do grande júri e de funcionários do hotel Sofitel, além de amostras de sêmen que teriam sido encontradas no carpete do quarto.

Na terça-feira, a rede americana de televisão Fox News divulgou detalhes da agressão sexual, que ainda não tiveram sua veracidade comprovada. Segundo essas informações, Strauss-Kahn teria gritado “você sabe quem eu sou?” repetidamente enquanto tentava abusar a vítima, que conseguiu se desvencilhar da situação, empurrando-o contra um móvel do quarto.

Prisão - O ex-chefe do FMI, de 62 anos, permanece em prisão domiciliar em Nova York, no sul de Manhattan. Mas sua presença não é bem vista no prédio onde está morando provisoriamente, que acabou se tornando atração turística depois de sua chegada. Em breve, ele deverá ser transferido para uma residência definitiva, onde deverá permanecer enquanto durar o julgamento

Fonte: Veja 25/05/11

Protesto reduz à metade preço da gasolina


O litro de gasolina vai ser vendido hoje pela metade do preço no posto que fica na equina da Avenida Sumaré com a Rua Franco da Rocha, em Perdizes, zona oeste da capital paulista. Em lugar dos R$ 2,799 cobrados normalmente, o litro do combustível sairá por R$ 1,314, o que representa economia de 53%.


Mas não se trata de uma promoção, e sim de um protesto contra a pesada carga tributária no Brasil. O desconto de R$ 1,485 que será oferecido hoje por litro da gasolina nada mais é que o valor dos tributos que são cobrados sobre o preço do combustível - Cide, Pis, Cofins e ICMS.

"O objetivo do dia livre de impostos é mostrar às pessoas a quantidade absurda de impostos que pagam ao comprarem qualquer produto", diz Helio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil, que organizou o protesto em São Paulo, junto com o Movimento Endireita Brasil.

Para Beltrão, na medida em que os contribuintes tenham consciência da abusiva carga tributária no País, podem exigir uma diminuição no valor dos impostos. "Na gasolina, por exemplo, o imposto é o dobro do preço", frisa.

Um cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário indica que os impostos que todos pagarão ao longo de 2011 correspondem à soma de todo o dinheiro que os trabalhadores vão receber de 1.° de janeiro até o próximo domingo. Ou seja, o brasileiro precisa trabalhar 149 dias só para pagar tributos.

O Dia da Liberdade de Impostos será comemorado em mais seis capitais (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus, Vitória e Brasília) e nas cidades de Santa Fé do Sul (SC) e Linhares (ES).

Fonte: Estadão 25/05/11

terça-feira, 24 de maio de 2011

Acerte a cabeça do Palocci

E O Mundo Não Se Acabou!


Alguns seguidores de Harold Camping expressaram surpresa depois de o dia ter passado sem nenhum acontecimento apocalíptico; outros disseram que a ausência de ocorrências era mais uma forma de Deus colocar sua fé à prova.

Enquanto isso, Camping, a figura no centro da polêmica, não é visto em público há dias.

Procurado pela agência Associated Press, ele disse que daria explicações em um pronunciamento na noite desta segunda-feira.

Camping havia previsto que Jesus Cristo retornaria à Terra em 21 de maio de 2011, data em que os crentes levados, “extasiados”, rumo ao céu.

O radialista de 89 anos havia usado seus pronunciamentos em uma rede cristã e outdoors para divulgar suas ideias, que acabaram se tornando conhecidas em todo o mundo.

Camping alegava que textos bíblicos indicavam que um terremoto gigante – que começaria às 18h de cada parte do mundo – marcaria o começo da destruição do planeta no sábado. Até 21 de outubro, todos os descrentes estariam mortos.

Algum ceticismo’

Robert Fitzpatrick, funcionário aposentado do setor de transportes em Nova York, afirma ter gasto mais de US$ 140 mil de sua poupança em publicidade para a previsão de Camping.

Depois que as 18h passaram e nada aconteceu, ele declarou: “Não entendo o porquê... Não entendo como nada aconteceu”.

“Não posso lhe dizer o que sinto neste momento. Obviamente não entendi bem (a previsão), porque ainda estamos aqui.”

Outros seguidores disseram que já tinham dúvidas quanto à previsão.

“Tinha algum ceticismo. Mas estava tentando superá-lo porque acredito em Deus”, disse Keith Bauer, que viajou 4,8 mil quilômetros (do Estado de Maryland à Califórnia, onde fica a sede da rádio de Camping) para o “Êxtase”.

“Estava torcendo por isso, porque acho que o céu deve ser bem melhor do que esta Terra”, disse Bauer.



‘Sem plano B’

Segundo o jornal The Washington Post, centrais de atendimento a suicidas estão de sobreaviso para o caso de fiéis caírem em depressão após a falha na previsão.

Um grupo de frequentadores de uma igreja em Milpitas, Califórnia, organizou uma missa no domingo de manhã, para confortar os seguidores de Camping, informou o New York Times.

“Estamos aqui porque nos preocupamos com estas pessoas”, disse ao jornal o clérigo James Bynum. “É fácil tirar sarro deles. Mas por quê (fazê-lo)?”

Muitos outros grupos cristãos haviam rejeitado as ideias de Camping, chamando-o de “falso profeta”.

Outra profecia dele havia falhado em 1994, mas ele alegou que isso ocorreu devido a um erro matemático.

Já ateus americanos promoveram festas para celebrar a falha na previsão. Um grupo chegou a se reunir diante da rádio de Camping, em Oakland, Califórnia.

“É uma das coisas mais tristes que já ouvi, a ideia de que há pais que gastaram as poupanças universitárias de seus filhos, que venderam suas casas (para divulgar as ideias de Camping)”, disse à BBC uma das pessoas que estiveram em Oakland.

Em sua profecia, Camping havia dito que sabia “sem sombra de dúvidas” que o “Dia do Julgamento” estava prestes a chegar e que não havia um “plano B”.

Fonte: BBC Brasil 23/05/11

Vuvuzela pode espalhar doenças, diz estudo


As vuvuzelas, cornetas que ficaram famosas na Copa do Mundo de 2010, não apenas causam poluição sonora como podem espalhar doenças, afirmaram especialistas.

Segundo estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, um breve sopro na vuvuzela cria uma espécie de chuva de saliva semelhante a um espirro, que viaja a uma intensidade de quatro milhões de gotas por segundo.

De acordo com o estudo, publicado pelo site de compartilhamento científico PLoS One, em lugares onde há multidões, uma pessoa soprando uma vuvuzela pode infectar várias outras com doenças transportadas pelo ar como gripe ou tuberculose.

"Assim como em tosses ou espirros, é preciso adotar medidas para evitar a transmissão da doença, e pessoas com doenças infecciosas devem ser orientadas a não tocar vuvuzelas perto de outras", disse a doutora Ruth McCerney, autora do estudo.

A equipe de McCerney investigou os danos potencialmente causados pela vuvuzela usando um aparelho a laser, para medir quantas gotas eram produzidas por cada soprada de oito voluntários.

O experimento mostrou que, em média, 658 mil partículas pulmonares eram expelidas do instrumento por cada litro de ar. As gotas eram lançadas na atmosfera a uma velocidade de quatro milhões por segundo.

Em comparação, quando os voluntários apenas gritavam, eram produzidas 3.700 partículas por litro, em uma velocidade de sete mil por segundo.

Críticos da vuvuzela já haviam dito que o instrumento é antisocial e inseguro, porque, quando tocado por milhares de pessoas simultaneamente, gera um som semelhante ao de um avião decolando.

Organizadores das Olimpíadas de Londres em 2012 estão avaliando se proibem ou não o uso da corneta.

Fonte: BBC Brasil 24/05/11

sábado, 21 de maio de 2011

Consumidor sofre


Por João Luiz Mauad

Há cinquenta anos ouço a mesma ladainha: os combustíveis são produtos estratégicos para o desenvolvimento do país e, por isso, devem ser mantidos sob o controle do Estado para que o seu fornecimento não seja interrompido e os seus preços não fiquem à mercê de especuladores e empresários gananciosos. O monopólio – anteriormente de direito e hoje de fato – da Petrobras no setor tem sido mantido, durante todos esses anos, sob a égide desse tipo de argumento.

Embora seja algo muito pouco comum – porque desnecessário - em setores monopolizados, somos "fuzilados" diuturnamente pela propaganda institucional intensiva dos feitos e conquistas daquela que é vista pelo brasileiro comum como a joia da coroa tupiniquim. E ai de quem ousar propor a sua privatização. No mínimo, é tachado de entreguista, vassalo do grande capital etc.

Há poucos anos, ainda durante o último governo Lula, fomos informados de que aquela laboriosa estatal nos havia alçado ao restrito grupo de países autossuficientes em petróleo, com direito a fanfarras, mãos sujas de óleo e muita, muita propaganda. Se dependesse do presidente, deveríamos, inclusive, pleitear o nosso ingresso no cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP.

Malgrado tudo isso, a conta de petróleo e álcool deverá fechar o ano com um déficit de aproximadamente 18 bilhões de dólares, resultado de pesadas importações para satisfazer a crescente demanda interna. E, por mais incrível que isso possa parecer, estamos importando até mesmo etanol – considerado pelos nacionalistas (e ambientalistas) mais entusiasmados o combustível do futuro, capaz, inclusive, de substituir o petróleo.

Se a autossuficiência parece hoje coisa do passado, governo e Petrobras tampouco conseguem manter os preços ao consumidor sequer em patamares razoáveis. Abismado com os atuais preços da gasolina, na casa dos R$ 3,00 por litro nas bombas de todo o País, fui fazer uma breve pesquisa para saber por que pagamos um preço tão mais alto que os nossos vizinhos.

Muita gente acha que a questão se resume aos impostos embutidos no preço de venda. Mas, a bem da verdade, embora eles sejam absurdamente altos, não explicam tudo.

De acordo com informações da Petrobras, o preço da gasolina pura, vendida às distribuidoras na porta das refinarias de todo o Brasil, é de R$1,05/l. Segundo a mesma Petrobras, embora responsável por 3/4 da mistura, o custo da gasolina equivale a 27% do preço final, enquanto o custo do álcool, que responde por apenas 1/4 da mistura, equivale a 21%. O restante são tributos (39%) e margens de distribuidores e postos (13%).




Com efeito, quando o consumidor enche o tanque do seu automóvel com 40 litros de gasolina comum, pagando um total de R$ 120, cerca de R$ 46,80 vão para os cofres dos governos, R$ 15,60 vão para os caixas de postos e distribuidores, R$ 32,40 são o custo da gasolina (75% da mistura) e – notem o absurdo – nada menos que R$ 25,20 correspondem ao custo do álcool (25% da mistura).

Vistos de maneira apressada, os números acima poderiam dar a impressão de que a gasolina fornecida pela Petrobras (responsável por 90% do fornecimento das refinarias) é barata e, por conseguinte, a culpa pela carestia é exclusivamente dos impostos e do álcool. Mas não é bem assim, não.

Realmente, com o barril de petróleo na casa dos US$ 120, o preço praticado pela Petrobras está de acordo com os padrões internacionais e, não por acaso, aquela empresa vem pleiteando aumento já faz algum tempo. No entanto, não podemos esquecer que este preço já vem de longa data – mais precisamente desde junho de 2009.

Para efeito de comparação, de junho de 2009 até dezembro de 2010, o preço da gasolina vendida ao consumidor nos EUA (onde varia de acordo com a cotação internacional do petróleo), variou de US$ 2,50/gl (R$ 1,12/l) a US$ 2,90/gl (R$ 1,30/l). Tomando uma média de US$ 2,80/gl no período, o custo (matéria prima + refino e lucros) médio para os distribuidores americanos foi de US$ 2,05/gl, equivalente a R$ 0,94/l (dólar a R$ 1,75).

Ou seja, durante praticamente um ano e meio, a Petrobras vendeu gasolina pura no Brasil -– cuja octanagem é bem inferior, é bom frisar – por um preço médio 11,7% superior ao do mercado americano. Nos seis meses anteriores, entre dezembro de 2008 e junho de 2009, essa disparidade foi bem maior, pois o preço praticado pela Petrobras foi de R$ 1,10/l, enquanto o preço no mercado americano era ainda menor.

Resumo da ópera: por conta de uma carga tributária absurda, da ineficiência latente de uma empresa estatal e de uma política governamental esdrúxula, chamada Pró-álcool, que só serve para enriquecer usineiros e agradar ambientalistas, o consumidor brasileiro paga um dos preços mais altos do mundo pela gasolina.

Fonte: Midia mais 20/05/11
Charge: Sponholz e G.Passofundo

A Lei de Evolução dos Petistas




Charges: Samuca e Claúdio

Palocci e a mulher de César


Por volta do ano 60 antes de Cristo, Júlio César era um nome em ascensão. Já ocupava postos de destaque na República romana e todos – inclusive o próprio – acreditavam que, com o seu prestígio e a sua popularidade, seria tentado a sagrar-se imperador. Na verdade, sua ambição era ainda maior. Quando andava pelas ruas e o povo o chamava de rei, ele invariavelmente respondia: “Não sou rei, sou César”.

Mas o que importa, aqui, é o conceito de vida pública que ele cultivava. Quando Pompeia, sua esposa, se envolveu num escândalo, Júlio César imediatamente se divorciou dela. Quando perguntado sobre o porquê de tão drástica atitude, uma vez não havia provas concretas contra ela, ele teria respondido: “A esposa de César tem de estar acima de suspeitas”. Nasceu aí o popular conceito sobre “a mulher de César”. Ou seja, não lhe basta ser honesta; tem, também, de parecer que o é.

Dois milênios passados, aqui, nos nossos trópicos, vem à tona o caso do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci. Será que continua valendo o mesmo princípio?

Sim e não.

Há que levar em conta que, na nossa invulgar República, não existe uma oposição competente. E, para agravar o quadro, o partido que está no poder não costuma dar prioridade ao problema da corrupção. O que vale é a identidade ideológica. A justificação se dá pela fé.

Um argumento a favor de Palocci é o de que ele, no início do governo passado, como titular do Ministério da Fazenda, demonstrou ser o único dique de sensatez a barrar a avalanche de desvarios de seus correligionários. Há quem diga que foi ele o grande arquiteto do presente “milagre econômico”.

Existe alguma verdade nisso. Palocci teria dissuadido o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pôr em prática as tresloucadas concepções econômicas do seu partido. Foi graças à sua persistência – ao manter intactas as políticas adotadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – que os bons resultados na economia puderam ocorrer. Como o governo de Fernando Henrique acabara com a inflação e deixara as contas em ordem, o crescimento do produto interno bruto (PIB) seria de esperar. Se esse quadro de estabilidade e bonança vai permanecer, já é outra história…




Agora, com relação ao presente escândalo envolvendo o nome do ministro, as reações de Palocci têm servido apenas para reforçar as suspeitas que pairam sobre ele. “Se tem cara de boi, berro de boi e chifre de boi, então é boi!” – essa é a conclusão a que chega a opinião pública.

“Ou, então, é o capeta!” Tratar-se-ia, no caso, de um demônio sonso. Bem ao estilo da “companheirada”.

Palocci, no presente governo, tem sido a figura principal – na falta de uma principal figura.

Quando a imprensa levantou dúvidas sobre a recente prosperidade do ministro, as suas respostam levantaram ainda mais dúvidas. Os imóveis não pertenceriam a ele, mas, sim, a uma empresa de consultoria. E a quem pertenceria essa empresa? A ele. Quem seriam os profissionais que trabalham na dita empresa? Somente ele. E quanto aos seus clientes, quem seriam? Ele não pode dizer, porque a informação é confidencial…

É como na fábula. Cadê o queijo? O rato comeu. Cadê o rato? O gato engoliu. Cadê o gato? Foi para o mato. Cadê o mato? O fogo queimou… E desse jeito a história nunca termina.

É um caso raro de alguém que chega à desgraça por esforço próprio. Geralmente isso acontece com a ajuda dos inimigos. Mas quem é inimigo de Palocci?

A oposição não é. No ninho dos tucanos, José Serra e Aécio Neves – os seus mais conhecidos representantes – trataram logo de defender o ministro. Alegaram, para tanto, o benefício da dúvida.

Bem que no interior de São Paulo – à época em que a ave foi adotada como símbolo da social-democracia – os mais antigos já alertavam: “Isso não vai dar certo. O tucano é conhecido como um pássaro que tem bico longo e voo curto”.

Quem, então, está querendo derrubar Palocci? Pelo jeito, são os seus pretensos amigos. E – como já foi dito – ele próprio.



Um dos principais mandarins do Palácio do Planalto – depois de apresentar algumas desculpas nada convincentes – aproveitou o momento para dar ainda mais um impulso à polêmica: decretou que a questão estava “encerrada”! Podia estar para ele. Para a opinião pública, estava apenas começando.

É típica dessa gente, que se acredita “de esquerda”, a atitude de pretender arbitrar a natureza das coisas. E também a de reivindicar indulgência plenária para todos os pecados que eles mesmos cometem. Entendem que, como a sua causa é nobre, tudo o que fizerem se justifica.

Os liberais – que eles reputam ser da “direita” -, ao menos, são mais humildes. Por aceitarem a natureza humana como ela é, renunciam à ideia de que é possível reformá-la. Contentam-se em cultivar a ética e a integridade como virtudes pessoais. E, no mais, que cada um cuide de si.

Os esquerdistas não são assim. Por acreditarem estar do lado do povo – uma entidade que se torna a cada dia mais abstrata -, eles entendem que jamais fazem nada de errado.

As atrocidades cometidas pelos regimes da direita são indesculpáveis, porque inerentes ao sistema iníquo que ela defende.

Já as barbaridades verificadas nos regimes ditos de esquerda são meros “acidentes de percurso”. E plenamente justificáveis, porque, afinal, o que eles buscam é o bem da humanidade…

Só que o “povo” não pensa assim. O “povo” entende que não basta aos homens públicos serem honestos. Eles precisam também parecer honestos. E quando surgem dúvidas, demonstrar que o são de verdade.

Fonte: Estadão - João Mellão 20/05/11
Charges: Sponholz, Iotti e Pelicano

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Francenildo sobre Palocci: “Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Eu tive que explicar”



Pivô da queda do então ministro da Fazenda, ele diz que filhos são seu patrimônio; depois de ter sigilo bancário violado, único bem é um lote no Piauí

Enquanto Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos, o piauiense diz ter como único bem - além dos filhos - um lote na cidade de Nazário, a 25 quilômetros de Teresina, onde nasceu. O terreno, comprado por 2.500 reais, hoje vale cerca de 8.000. Cinco anos depois, Francenildo continua morando de aluguel em São Sebastião, a cerca de 30 quilômetros do Congresso Nacional. Caseiro não é há tempos. Vive de bicos como jardineiro e ganha pouco mais de 1.000 reais por mês. Diz que parou de pagar 60 reais por mês ao INSS para comprar fraldas.

“Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época eu tive que explicar”, disse ao site de VEJA, indagado sobre o que achava do salto patrimonial do ministro da Casa Civil.

Francenildo refere-se ao dia 17 de março de 2006, quando teve sua conta na Caixa Econômica Federal (CEF) violada um dia depois de ter dito, em depoimento à CPI dos Bingos, que vira Palocci na casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, frequentada por lobistas da chamada "república de Ribeirão". À imprensa, teve de dar explicações sobre os 38.860 reais que recebera.

A suspeita é que seria dinheiro dado a ele para falar mal do então ministro da Fazenda, um dos mais influentes da Esplanada dos Ministérios. Mas o que todo o país soube naquele dia é que Francenildo é filho bastardo do empresário Eurípedes Soares. E que, recusando-se a registrá-lo como filho, acertou com ele a entrega de 30.000. Uma espécie de prêmio de consolação. “Eu fiquei arrasado”, diz.



Para ele, Palocci também deveria dizer o que fez para passar dos 375.000 declarados em 2006 para os 7 milhões em 2010, enquanto exerceu o mandato de deputado federal. “O cara que não dá explicação de onde veio o dinheiro é porque o dinheiro é suspeito”, afirma. “Será que o Coaf vai agir tão rápido dessa vez?”, indaga, em alusão ao pedido da oposição para que os ganhos do petista sejam investigados.

Em sua defesa, o ministro da Casa Civil afirma que o aumento de patrimônio deve-se às atividades de sua consultoria – o que, isoladamente, de acordo com o procurador- geral da República, Roberto Gurgel, pode até configurar desvio ético, mas não é crime.

Batalha judicial - Em meio à confusão, Francenildo chegou a ser abandonado pela mulher, a maranhense Joelma, e teve que mudar de casa. Os dois reataram e tiveram a pequena Amanda. Ainda hoje, reservado, ele só concordou em receber o site de VEJA e se deixar fotografar em casa sob a condição de preservar a família. E o endereço.

Depois de sofrer uma derrota no Supremo Tribunal Federal (STF), que inocentou Palocci e não abriu processo criminal contra ele por causa do episódio da quebra de sigilo, Francenildo trava outra batalha judicial. No ano passado, a Justiça Federal mandou a Caixa pagar a ele indenização de meio milhão de reais. O banco recorreu, pedindo para diminuir o valor. A defesa de Francenildo também recorreu. Solicita que seja pago o valor pleiteado inicialmente, de 17 milhões. O valor que ultrapassar os 500.000 estipulados pela Justiça seria doado a instituições de caridade. “Sendo otimista, acho que ele vai receber esse dinheiro em cinco anos”, diz o advogado Wlicio Chaveiro Nascimento, que cuida do caso desde 2006.

Enquanto o dinheiro não sai, o ex-caseiro mantém a rotina. Sai de casa às 6h30, pega o ônibus até o Lago Sul, trabalha, volta para casa às 18 horas, cata os livros e vai para a escola. Ainda sonha em comprar uma casa para ele, a mulher e os filhos e outra, no Piauí, para a mãe. Está terminando o ensino fundamental, mas não sabe se vai fazer faculdade. “Tem que ter dinheiro”, diz. Nas ruas de Brasília, ainda é chamado de “o caseiro do Palocci”. Toda vez que ouve o rumor, ignora e segue adiante.

Fonte: Veja 19/05/11

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Governo monta operação de guerra e barra convocação pela Câmara


Numa operação comandada diretamente pelo Palácio do Planalto, o governo mobilizou sua tropa de choque na Câmara e conseguiu impedir a aprovação no plenário da Casa e em comissões permanentes de requerimentos de convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para prestar esclarecimentos sobre sua evolução patrimonial.

A estratégia contou com manobras regimentais que imobilizaram a oposição e até mesmo a escalação de "leões de chácara" para impedir que deputados do DEM e DO PSDB fizessem reuniões inesperadas nas comissões e também votassem pela convocação do ministro.

A operação governista foi bem-sucedida: por 266 votos contrários, 72 a favor e 8 abstenções, o governo engavetou a convocação do ministro para explicar o aumento do patrimônio e a aquisição de um apartamento avaliado em R$ 6,6 milhões. Os partidos da base aliada votaram em peso contra a convocação de ministro da Casa Civil.

Mentor. As articulações para evitar que Palocci fosse à Câmara se explicar começaram na noite de terça-feira e tiveram como principal executor da tarefa o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Fonte: Estadão
Charge: Myrria

Sorocaba se mobiliza por cachorra ''sem-teto''


A cadela Pretinha, que há oito anos vive no portão do Cemitério da Saudade, onde possivelmente seu antigo dono está enterrado, mobiliza moradores de Sorocaba. A cachorra, sem raça definida, dorme em uma caixa de papelão desde que a fiscalização de trânsito mandou retirar a casinha de madeira instalada pelos motoristas de um ponto de táxi para abrigar o animal.

Mais de 400 pessoas assinaram um documento enviado à Câmara pedindo à prefeitura que autorize a recolocação da casinha.

O taxista Claudemir Antonio Pastri, de 53 anos, conta que ele e os colegas se cotizam para dar ração e tratamento veterinário à cadela. "Levamos à clínica uma vez por mês." Segundo ele, Pretinha já teve uma casinha de madeira, mas um carro descontrolado subiu na calçada e a destruiu. "O motorista nos ajudou e compramos outra, mas os fiscais da Urbes (empresa municipal de trânsito) não deixam instalar."

Ele diz que a cachorra era pequena quando foi "adotada" pelos taxistas que têm ponto na entrada do cemitério. "Dizem que o dono está enterrado aí, mas acho que é lenda."

O motorista de caminhão de aluguel Geraldo Almeida, de 57 anos, afirma que a cachorra costumava seguir enterros, mas foi proibida de entrar no cemitério. "Falam que ela seguiu o enterro do dono e ficou por aqui." Almeida ajuda a bancar os custos de ração e veterinário do animal.

Com a chegada do frio, a cachorra "sem-teto" ganhou roupas e manta, mas permanece ao relento.

O vereador Claudemir José Justi (PSDB) recebeu o abaixo-assinado pedindo permissão para a casinha e se incumbiu de apresentar uma indicação na Câmara dirigida ao prefeito Vitor Lippi (PSDB). "Corro risco de virar motivo de chacota, mas estive lá e os moradores pediram que fizesse a solicitação."

De acordo com a Urbes, a casinha não pode ser instalada no local, porque é um apetrecho particular e estranho à atividade do serviço de táxi.

Justi acha que a casinha não vai atrapalhar ninguém e o prefeito pode abrir uma exceção

Fonte: Estadão 19/05/11

União é condenada por plágio em livro do MEC


O livro "A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais – deficiência física”, publicado pelo MEC em 2006 e disponível no site do ministério, traz trechos quase literais de artigo de 2002 da professora Jaciete Barbosa dos Santos, publicado na revista da Faeeba (Departamento de Educação) da Uneb (Universidade Estadual da Bahia).

No artigo original, por exemplo, há um trecho que diz: “Nas sociedades ocidentais não existem muitas informações disponíveis sobre como era o tratamento dado às pessoas com deficiência nos tempos mais antigos”. Já o texto do MEC traz praticamente as mesmas afirmações, com pequenas alterações de ordem: “Não há muitas informações disponíveis sobre como era o tratamento dado às pessoas com deficiência nas sociedades ocidentais, nos tempos mais antigos”.

“Fiquei extremamente arrasada ao ver o material [do MEC]”, disse ao iG a autora do artigo original, que é professora da Uneb. Segundo ela, foram alunos de pós-graduação que a alertaram para o plágio, após lerem o artigo original em sala e serem instados pela professora a buscar mais informações sobre educação inclusiva.

O juiz Carlos D’Ávila, da 13ª Vara Federal em Salvador, condenou a União ao pagamento de R$ 41,4 mil a professora por danos morais e materiais. Um dos três autores do livro do MEC, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi condenado a pagar R$ 20,7 mil. A ação tramitava desde 2007.

A União também foi condenada a interromper a eventual distribuição de “exemplares fraudulentos da obra” e de retirar a publicação do site do Ministério da Educação, além de informar a verdadeira autoria do texto. A decisão é do último dia 5 de maio.

A professora disse que as audiências do processo foram “desgastantes”. Para ela, MEC e autores da obra promoveram um jogo de empurra sobre as responsabilidades no caso.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação não havia se manifestado sobre a decisão da Justiça Federal até as 18h desta terça-feira.

Fonte: IG 19/05/11
Charge: Ivan Cabral

Filhotes ‘rosados’ de gatos são encontrados em fábrica britânica


Quatro filhotes de gatos com pelo rosado foram encontrados em uma fábrica de concreto no sul da Grã-Bretanha, informou a ONG Cats Protection.

Os funcionários da ONG acreditam que a coloração rosada dos gatinhos se deve a algum pigmento colorido usado na produção de concreto.

“Vemos gatos de muitas cores e tamanhos, mas este é um caso inédito para nós”, disse Claire Rowe, gerente da Cats Protection. “Começamos a limpá-los, mas achamos que vai demorar um pouco até que recuperem sua coloração original.”

Ela adverte que donos de gatos nunca devem colorir seus pelos, já que isso pode ser prejudicial à saúde dos animais.

Os filhotes, que parecem ter sido abandonados por sua mãe, já receberam nomes: Pink Panther (Pantera Cor-de-Rosa), Clouseau, Dusty e Cerise.

Fonte: Site IG 19/05/11

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cotidiano - Escola Moderna



Fonte: Charges 10/05/11

Por uma vida Meior e um Brasil Pior



Por Dora Kramer

O Ministério da Educação decidiu não tomar conhecimento da adoção em escolas públicas do livro Por uma Vida Melhor, que "ensina" a língua portuguesa com erros de português. Avalizou, quando autorizou a compra e a distribuição, e depois corroborou seu apoio àquela ode ao desacerto ao resolver que a questão não lhe diz respeito.


Fica, portanto, estabelecido que o ministério encarregado dos assuntos educacionais no Brasil, além de desmoralizar os mecanismos de avaliação de desempenho escolar, não vê problemas em transmitir aos alunos o conceito de que as regras gramaticais são irrelevantes.

Pelo raciocínio, concordância é uma questão de escolha. Dizer "nós pega o peixe" ou "nós pegamos o peixe" dá no mesmo. "Os menino" ou "o menino", na avaliação do MEC, são duas formas "adequadas" de expressão, conforme o conceito adotado pela autora, Heloísa Ramos, note-se, professora.

A opção pelo correto passa a ser considerada explicitação de "preconceito linguístico".

De onde, "nós vai ao mercado todos os dias" pode ser um exemplo de construção gramatical plenamente aceitável em salas de aula e fora delas. "As notícia" também "poderá" ser "apresentada" todas as noites nos jornais de televisão sem que os apresentadores sejam importunados por isso.

Ironias à parte, o assunto é da maior seriedade. Graves e inacreditáveis tanto a tese defendida pela professora quanto a posição do ministério em prol da incultura que apenas dificulta o acesso a uma vida melhor.

Aceitar como correta a argumentação de que a linguagem oral se sobrepõe ao idioma escrito em quaisquer circunstâncias e que não existe mais o "certo" nem o "errado", mas sim o "adequado" e o "inadequado" em face das deficiências educacionais, equivale a aceitar a revogação de todas as regras.

Não apenas do português, mas de todos os outros itens que compõem o currículo escolar. Com precisão, a escritora Ana Maria Machado exemplifica: "Seria como aceitar que dois mais dois são cinco".

Ou consentir na adaptação da história e da geografia ao estágio do conhecimento de cada um.

Tal deformação tem origem na plena aceitação do uso impróprio do idioma por parte do ex-presidente Lula, cujos erros de português se tornaram inimputáveis, por supostamente simbolizarem a mobilidade social brasileira.

Corrigi-los ou cobrar o uso correto da língua pelo primeiro mandatário da nação viraram ato de preconceito.

Eis o resultado da celebração da ignorância, que, junto com a banalização do malfeito, vai se confirmando como uma das piores heranças do modo PT de governar

Fonte: Estadão-Dora Kramer
Charge: Sponhoz

Ministério da Desigualdade


Por Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo

O nome oficial é Ministério da Educação, mas podem chamá-lo Ministério da Desigualdade. Ministério da Incompetência também serve: a palavra tanto se aplica à atuação de seus dirigentes quanto se aplicará à condição das vítimas do padrão educacional proposto no livro Por Uma Vida Melhor, comprado e distribuído pelo governo.

A presidente Dilma Rousseff prometeu trabalhar pela redução da miséria. Se quiser fazê-lo, terá de cuidar da qualificação de milhões de brasileiros para o trabalho. Mais que isso, terá de promover sua preparação para trabalhar numa economia cada vez mais complexa e exposta à competição internacional. Tratar os pobres como coitadinhos e incapazes conduzirá ao resultado oposto. Se há preconceito, não é de quem considera errada a violação da gramática. Preconceituoso e elitista é quem condena o pobre a uma instrução de baixa qualidade e ainda o aconselha a contentar-se com isso.


Os problemas de formação profissional e o mau desempenho dos alunos brasileiros em testes de avaliação foram apontados com suficiente clareza em artigo de Carlos Alberto Sardenberg, publicado anteontem neste caderno. Concorrentes do Brasil, incluída a China, estão empenhados em oferecer uma educação muito melhor a seus estudantes. Em vez de tratar os pobres como inferiores, autoridades educacionais desses países cuidam de prepará-los para se igualar aos melhores do mundo.

Não é preciso insistir nesse ponto. Mas é indispensável chamar a atenção para a concorrência em outro nível. No Brasil, quem tem bom senso e condição econômica tenta oferecer aos filhos a melhor educação possível. Pais instruídos procuram boas escolas e valorizam aquelas conhecidas pelo alto padrão de exigência. Rejeitam a ideia do diploma conquistado pelo caminho fácil.

Além disso, estimulam os filhos a frequentar cursos de línguas e a envolver-se em atividades intelectualmente estimulantes. Nas melhores escolas, crianças pré-adolescentes são treinadas para combinar criatividade e rigor. Assim como as autoridades dos países mais dinâmicos e competitivos, as famílias brasileiras mais atentas aos desafios do mundo real continuarão em busca dos padrões educacionais mais altos.

Famílias saídas há pouco tempo da pobreza também reconhecem a importância de oferecer uma boa formação a seus filhos e por isso procuram escolas particulares. "Meu filho só tem 5 aninhos e já está aprendendo a ler e a escrever. Nessa idade, na escola pública, ninguém sabe nada ainda", disse uma agente de saúde citada em reportagem publicada no Estado de domingo.

Outra personagem da história explicou: "Não é metideza, é necessidade. Eu trabalho como empregada doméstica o dia todo. Meu marido é coletor de lixo e também passa o dia fora. Pagar a escola para a Gecielle foi a melhor opção". Mas ela descobriu também outra vantagem: "Com meus outros dois filhos não pude (pagar). A situação era muito pior. Na escola pública onde eles estudam já teve tiroteio.

Na da Gecielle não tem nada disso e ela ainda aprende mais, tem lição de casa e tudo". Pois é: ela aprende, tem lição de casa e a mãe se mostra convencida de ter feito um bom negócio. As duas entrevistadas apostam nos filhos, apertam o cinto para pagar a escola e têm uma clara visão dos problemas: crianças pobres aprendem, como quaisquer outras, quando têm oportunidade.

Tratar os pobres com paternalismo, como pessoas incapazes de aprender a língua oficial e de aguentar os padrões de uma escola séria, é condená-los a ficar para trás, marginalizados e limitados às piores escolhas. Apoiar essa política é agir como se o mundo fosse esperar os mais lentos. Em países com políticas sociais decentes a solução é dar um impulso extra às pessoas em posição inicial desvantajosa.

O paternalismo é muito mais vantajoso para quem concede benefícios do que para quem recebe. Massas protegidas por Pais ou Mães do Povo tendem a ser dominadas com facilidade e nunca exercem plenamente a cidadania. Tratá-las como pessoas irremediavelmente inferiores é condená-las a ser politicamente subdesenvolvidas. Ensiná-las a conformar-se com "nóis vai" e "os menino joga bola" é vedar-lhes o acesso a aprendizados mais complexos e à possibilidade de pensar livremente.

As oportunidades serão cada vez mais limitadas para os monoglotas. Muito piores serão as condições dos semiglotas, embora alguns, muito raramente, possam até presidir um país.

A presidente Dilma Rousseff parece haver renunciado ao papel de Mãe do Brasil, planejado por seu antecessor e grande eleitor. Ao anunciar a intenção de oferecer aos pobres a porta de saída dos programas assistenciais, ela mostrou preferir um caminho mais democrático. Mas, para segui-lo, precisará livrar-se do entulho do paternalismo e da demagogia. Uma faxina no Ministério da Educação ajudaria muito.

Fonte: Estadão 18/05/11

domingo, 15 de maio de 2011

Assim caminha a nossa língua Portuguesa: Ladeira abaixo




"A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua."
Ruy Barbosa



MEC distribui livro que aceita erros de português
O Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC), distribuiu a cerca de 485 mil estudantes jovens e adultos do ensino fundamental e médio uma publicação que faz uma defesa do uso da língua popular, ainda que com incorreções. Para os autores do livro, deve ser alterado o conceito de se falar certo ou errado para o que é adequado ou inadequado. Exemplo: "Posso falar 'os livro'?' Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico" - diz um dos trechos da obra

"Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender".

Outras frases citadas e consideradas válidas são "nós pega o peixe" e "os menino pega o peixe". Uma das autoras do livro, Heloisa Ramos afirmou, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que não se aprende a língua portuguesa decorando regras ou procurando palavras corretas em dicionários.

- O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa Ramos.

Em nota encaminhada ao "Jornal Nacional", o Ministério da Educação informou que a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas que o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade. O propósito também, segundo o MEC, é discutir o mito de que há apenas uma forma de se falar corretamente. Ainda segundo o ministério, a escrita deve ser o espelho da fala.

Fonte: Globo Online - 14/05/2011
Charges: Sponholz

ILETRADO ENEM ALFABETIZADO


O Ministério da Educação está realmente muito empenhado em erradicar o alfabetismo no Brasil. Distribuiu a 4.236 escolas do país um livro didático para jovens e adultos que defende errar a concordância. O livro escrito por Lula, tem prefácio de Tiririca e prepúcio de Kid Bengala.

Frente a polêmica o Ministro Fernando Handdad e Cagand explicou:

- Não há de se falar em problemas de concordância. A Dilma e eu concordamos e até o ex-presidente Lula concorda! Aonde está o erro? Isso tudo é intriga da oposição, pois com nossos livros didáticos as criança vão errar menas e o ensino vai amelhorar!

E anunciou o lançamento de outros títulos que ajudarão os nossos jovens:

Português: “Quem está de acordo ortográfico come grama no solo, quem se rebelar come pela raiz”

Matemática: “Arresolvendo os pobremas matemático com o Pofreçor Tiririca”

Economia: “Investindo na Bolsa Família”

Estória: “Nunca antes na estória desse país”

Conclusão: Com mais quatro anos, estaremos todos comendo grama direto do solo.

texto e Charge: eramos6

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ódio à democracia - Truculência, humilhação, mentiras, baixarias… É o Planalto operando no Congresso! Os petistas Vaccarezza e Paulo Teixeira comandar


Por Reinaldo Azevedo

Caros, o texto é um pouco longo, vai a minudências sobre o funcionamento de votações, mas, asseguro, é importante. Vamos lá.

Foi um espetáculo de truculência como raramente se viu. Assistiu-se ontem no Congresso a uma conspirata para humilhar o Poder Legislativo, evidenciando a sua condição de mero caudatário do Poder Executivo. Pela terceira vez, adiou-se a votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PD do B-SP) de um novo Código Florestal. Só que os fatos ocorridos no fim da noite de ontem e início desta madrugada foram mais graves. Nas duas outras vezes, a Casa foi poupada do ritual de humilhação. Agora não! O Planalto fez questão de tratar os deputados de sua base como cãezinhos amestrados.

A coisa é um pouco enrolada, mas vamos ver se consigo sintetizar. Todo o dia de ontem foi ocupado na tentativa de se chegar a um consenso para pôr o texto em votação — o consenso possível. PV e PSOL, por exemplo, já haviam deixado claro que não aceitavam os fundamentos da proposta. Uma reunião no gabinete do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), com os líderes dos partidos da base e da oposição celebrou um acordo que consistia no seguinte:
- o governo abria mão da exigência de que os pequenos proprietários (até quatro módulos) também fossem obrigados a recompor a reserva legal;
- no caso das Áreas de Preservação Permanente (APPs) — como beira de rios, por exemplo, muitas delas ocupadas há décadas pela agricultura, especialmente no Sul do país —, a regulamentação da ocupação se daria por decreto. Nota: o texto refere-se, reitero, a áreas já ocupadas; não é autorização para desmatamento novo;
- a oposição teria direito a apresentar um destaque.

E se foi, então, para a votação.

Atenção, leitor! Esse texto, chamado de emenda aglutinativa do plenário, foi acompanhado pessoalmente pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pelo líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Todas as lideranças assinaram simbolicamente o relatório final, inclusive Paulo Teixeira, o líder do PT (SP).

Dois partidos tinham propostas para retirar o texto de votação: PSOL e PV. Os verdes desistiram da sua, e Ivan Valente (SP) defendeu, então, o adiamento em nome da turma do “Socialismo e Liberdade”. Ora, se Vaccarezza não queria votar o relatório de Aldo, bastaria ter chamado os seus “companheiros” de governismo e orientado: “A hora é agora; a gente diz ’sim’ ao requerimento de Valente e pronto! Adia-se de novo!” MAS ISSO NÃO HUMILHARIA SEUS PARCEIROS O BASTANTE, OS MESMOS QUE HAVIAM DECIDIDO NA SALA DE MAIA QUE ERA HORA DE VOTAR. Vaccarezza permitiu que todos os líderes de siglas governistas recomendassem a rejeição ao adiamento para, então, tomar a palavra.

Grotesco
E se viu, então, o grotesco! O mesmo homem que havia ajudado a costurar o acordo pedia aos partidos governistas que simplesmente MUDASSEM A ORIENTAÇÃO E QUE O “NÃO” À PROPOSTA DO PSOL FOSSE CONVERTIDO NUM “SIM”. Tratou-se de uma espécie de teste de fidelidade canina: “Deita, levanta, junto, morto!!!” Paulo Teixeira, líder do PT, obedeceu e anunciou que os petistas, a partir daquele momento, defendiam a retirada da proposta. E acusou o deputado Aldo Rebelo de ter alterado o texto combinado; alegou desconhecer a nova versão. Aldo o desmoralizou (ver post abaixo deste) ao exibir a sua assinatura no documento. Henrique Eduardo Alves (PMDN-RN), líder do PMDB, inverteu a orientação, mas, anunciou, é só para que o governo tenha tempo de mudar de idéia. Disse que seu partido não vota mais nada antes de aprovar o novo Código Florestal.

O plenário, no entanto, rejeitou o adiamento; mais deputados se manifestaram contra a proposta de Valente do que a favor. Então era para votar! Mas PMDB e PT pediram verificação de quórum, e Vaccarezza orientou os partidos da base a entrar em obstrução. Só 190 deputados confirmaram presença. É necessário um mínimo de 257 para votar projetos (metade mais um). Pronto! Outro adiamento!

Mas que diabo aconteceu?
Mas que diabo, afinal de contas, havia acontecido? Simples! A oposição tinha direito a um destaque, certo? E ela resolveu usá-lo justamente para tentar retirar do texto a prerrogativa de o governo decidir a vida dos agricultores por decreto. Atenção mais uma vez! O fato de os oposicionistas terem concordado com o texto-base e terem assinado o acordo não lhes tira o direito de, por intermédio do destaque, tentar mudar o texto. Ou ela está ali para quê?

Não sei como os jornais vão tratar disso nesta quinta — ou sexta, sei lá eu. No começo desta madrugada, o único portal que noticiava corretamente o que havia acontecido, sem qualquer viés opinativo, era o G1. O resto era militância vagabunda

A truculência comandada por Vaccarezza não se voltou só contra a sua base, mas também contra os três partidos de oposição. Sabia que, por meio do destaque, eles tinham grande chance de retirar do governo o poder de decidir por decreto o que o pequeno agricultor pode ou não plantar. Aliás, Dilma começa a ficar viciada nesse instrumento. Contra a Constituição, já decide por decreto o salário mínimo, por exemplo.

Nem oposição nem governo
Aldo Rebelo é deputado da base do governo. Seu texto expressa a vontade da maioria esmagadora do Congresso, que representa os brasileiros, goste Marina Silva disso ou não. Anteontem, ela sugeriu que é o Executivo quem deve cuidar do assunto. Não era uma guerra entre oposição e governo, como Vaccarezza tentou fazer parecer.

Há dias, vimos o Supremo Tribunal Federal assoberbar-se e assumir o lugar dos legisladores. Ontem, foi a fez de o Executivo passar o trator no Congresso. Como a reportagem vai cedendo lugar à militância, é bem possível que tudo seja noticiado, assim, com um indiscreto tom de vitória das “forças do bem”, a exemplo do que viu no caso casamento gay.

Para certos iluminados que andam por aí, a democracia sai ganhando sempre que o Congresso é humilhado. Se a “causa” é boa, a democracia que se dane, certo?

Fonte: Veja - Reinaldo Azevedo 12/05
Charge: Sponholz

A mão rápida de Marina no Twitter e o contra-ataque de Aldo


Por Reinaldo Azevedo

Havia uma figura de negro ontem na Câmara, ar severo, pés no chão, cabeça nas estrelas, coração na mata, o espírito nas esferas celestiais. Era Marina Silva, a verde, vestindo preto para expressar seu luto pela eventual aprovação no novo Código Florestal.

A vestal já tinha marchado duas vezes sobre Brasília, indo de seu templo, onde guarda o fogo sagrado, até o templo do poder, o Palácio do Planalto, pedir que não se votasse o texto. Nada de debater na planície. Nada de tentar negociar no Congresso — ela até já havia desdenhado um tantinho do Parlamento. Quem decide, ela deixou claro, é o governo. É a democracia que teremos se esta senhora um dia chegar lá.

Muito bem! Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara — aquele que quer criar um código verde, sim, mas para as cooperativas de maconheiros — , discursou e afirmou que Aldo Rebelo (PC do B) havia mudado o texto acordado com o governo e com as oposições. Teixeira não é mentiroso, a gente sabe, mas aquilo que ele dizia era uma mentira.

Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, e Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, haviam acompanhando pessoalmente a feitura do texto. O busílis era outro. Usando um direito constitucional que tem, os partidos de oposição fariam um destaque para tentar tirar do governo o direito de legislar sobre culturas agrícolas por decreto (ver texto acima).

Foi o bastante para que a santa do pau oco da floresta mandasse brasa no Twitter: “Estou no plenário da Câmara. Aldo Rebelo apresentou um novo texto, com novas pegadinhas, minutos antes da votação. Como pode ser votado?!” Marina é assim: a Aiatolá da Natureza decreta a fatwa contra a reputação de quem bem entende, e danem-se os fatos.

Não tinha havido alteração nenhuma texto — tanto que ele estava devidamente assinado por Teixeira. Aldo se zangou e mandou ver: “Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de Marina Silva!”. Segundo Aldo, quando líder do governo na Câmara, foi procurado por Marina para convencer outros deputados a não convocar o marido, Fábio Vaz de Lima, a prestar esclarecimentos no Congresso sobre a denúncia de crime ambiental.

O plenário explodiu em aplausos. Os verdes ensandeceram. O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) tratou o relator aos berros: “Canalha! Traidor!”. Um outro, não sei quem, queria que Aldo, imaginem vocês, pedisse desculpas a Marina, como se uma divindade tivesse sido desrespeitada. Não custa lembrar: no debate eleitoral do ano passado, Marina afirmou que a violência estava fora do controle em São Paulo… Quem vai contestar a entidade, não é mesmo?

Mogno
Ainda em 2004, o Ibama, subordinado a Marina, fez uma doação de 6 mil toras de mogno apreendidas para a ONG Fase (Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional). A Fase era uma das entidades que integrava o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), de que Fábio, o maridão, era dirigente. Houve denúncias de que a política de doação do Ibama seria uma forma de esquentar madeira ilegal extraída da Amazônia.

O próprio TCU condenou a doação, dizendo que ela foi promovida sem observar os princípios da isonomia, impessoalidade e publicidade. “Ao menos nos elementos trazidos aos autos, não ficaram claros os motivos que levaram à escolha da Fase como donatária”, disse o relator do processo, ministro Humberto Souto ao Jornal do Brasil.

Ibama
Aldo deu uma mãozinha ao marido de Marina, que eu saiba, como ministro da Coordenação Política, em 2004. Funcionários do Ibama denunciaram uma falcatrua no órgão, e um requerimento do então deputado tucano Luiz Calos Hauly (PR) pediu a realização de uma audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.

Eram convidados a falar o então presidente do Ibama, Marcus Luiz Barroso Barros; o ex-diretor de Gestão estratégica, Leonardo Tinoco, Fábio Vaz e o chefe do Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do órgão, Atanagildo de Deus Matos.

Segundo a denúncia, o Programa de Desenvolvimento Comunitário das Reservas Extrativistas, financiado pelo BNDES, teria sido superfaturado. Leonardo Tinoco e dois outros servidores teriam sido demitidos porque discordaram dos valores do projeto elaborado pelo Conselho Nacional de Seringueiros.

O tal Atanagildo, que já respondia a inquérito administrativo, acusado de desvio de R$ 1,5 milhão em um programa ambiental financiado pelo Banco Mundial, teria feito a tabela de preços para o programa das reservas extrativistas.

Muito bem! E o marido com isso? Ele seria o verdadeiro autor do projeto. À época, estava lotado no gabinete do então senador Sibá Machado (PT-AC). Sibá, suplente de Marina, só estava no Senado porque ela era ministra.

Não lhes parece, então, muito natural que o marido da titular fosse assessor do suplente? Sibá, hoje em dia, é deputado federal e saiu ontem em defesa do marido de Marina. Foi mais longe: pediu, sabe-se lá com que autoridade, que a fala de Aldo fosse retirada dos anais da Câmara.

Fonte: Veja - Reinaldo Azevedo 12/05/11

Falha no Facebook expõe dados de usuários


Informações pessoais colocadas nos perfis dos mais de 500 milhões de usuários do Facebook podem ter sido acessadas por terceiros, incluindo anunciantes. A descoberta foi divulgada pela Symantec, uma das mais importantes empresas de segurança tecnológica. O Facebook assumiu a falha, mas negou a informação de que teria permitido que dados tenham sido vazados.

O vazamento ocorreria por meio da aplicativos (apps) instalados pelos usuários. No total, mais de 100 mil aplicativos podem ter aberto as portas de acesso dos perfis. O Facebook teria assumido a falha e afirmado que o problema já foi resolvido. Mas, segundo a Symantec, o ideal seria que as pessoas trocassem suas senhas, caso queiram impedir o acesso terceiros às informações, incluindo fotos e chats.

Levando em conta que mais de uma pessoa instala cada um desses apps, centenas de milhares ou mesmo milhões de perfis podem ter sido infectados por meio de uma "chave de acesso" (token). Segundo a Simantec, a contaminação não é proposital e ocorria por causa do sistema e do modo como eram instalados os aplicativos.

"Os tokens de acesso seriam como chaves extras garantidas pelos usuários para o aplicativo do Facebook. Os apps podem usar essas chaves para realizar certas ações em nome do usuário ou acessar o perfil. Cada chave seria associada a um certo número de permissões, como ler o mural e acessar o perfil de amigos", disseram os analistas Nichant Doshi e Candid Wueest, responsáveis pela descoberta.

Alteração. Para evitar novas contaminações, o Facebook já teria alterado a forma como são autenticados os aplicativos instalados na sua plataforma. Mas os antigos, que já estejam nos perfis dos usuários, não poderiam ser removidas, disse a Simantec. Segundo a empresa, "as repercussões do vazamento são amplas. Não dá para estimar com segurança quantas chaves de acesso já foram vazadas desde o lançamento de aplicativos para o Facebook, em 2007. Tememos que esses tokens ainda estejam nos arquivos de servidores ou sejam usados por anunciantes". Para os dois analistas da Simantec que descobriram o problema, "usuários que estiverem preocupados podem alterar as suas senhas de acesso".

O Facebook respondeu às afirmações da Symantec, com quem mantém contratos na área de segurança, dizendo que não houve vazamento. "Nós apreciamos que Symantec tenha levantado o assunto e trabalhamos com eles para resolver o problema rapidamente. Mas, especificamente, nenhuma informação privada pode ter passado para terceiros e a maior parte desses tokens expira em duas horas", disse Malorie Lucich, porta-voz do Facebook.

"O relato (da Symantec) também ignora as obrigações contratuais dos anunciantes e dos que desenvolvem os aplicativos. Essas normas os proíbem de obter ou compartilhar informações que violem a nossa política." Esta não foi, porém, a primeira vez que o site foi alvo de reclamações de vazamento de informações de seus usuários.

Fonte: Estadão 11/05/11

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Promessas de eleições. Me engana que eu gosto



Charge: Claudio

Empresários acusam ex-chefe da Casa Civil José Dirceu de tráfico de influência



O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está sendo acusado por dois empresários de tráfico de influência em favor da Delta Construções, a empreiteira que mais recebeu recursos de obras do governo federal em 2010.

José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado disseram à revista "Veja", na edição desta semana, que Dirceu foi contratado para aproximar o presidente do Conselho de Administração da empresa, Fernando Cavendish, de pessoas influentes do PT. Os líderes da oposição no Senado querem ouvir Cavendish, Freire e Machado, para que ele falem sobre o suposto tráfico de influência de José Dirceu.

O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), vai procurar o PSDB e o PPS para, numa ação conjunta da oposição, apresentarem requerimento de convite aos empresários.

"Com alguns milhões, seria possível comprar um senador"

Freire e Machado eram donos da Sigma Engenharia, comprada pela Delta em 2008. Durante as negociações de fusão, houve um desentendimento entre eles e Cavendish. Os dois empresários afirmam que o presidente do Conselho de Administração da Delta não pagou o valor combinado pelo negócio. O caso está hoje em disputa na Justiça.

Ainda nas palavras de Freire e Machado à "Veja", Cavendish contratou a JD Assessoria e Consultoria, de Dirceu, por meio da Sigma para encobrir a relação. Machado afirmou que, quando recebeu as notas fiscais da consultoria prestada pela empresa do ex-ministro, decidiu não pagá-las porque não sabia do que se tratava. Mas depois o pagamento, no valor de R$ 20 mil, acabou sendo feito por ordem de Cavendish.

Oficialmente, a JD foi contratada para ampliar a participação da Delta em negócios no Mercosul. Mas Machado afirmou que o verdadeiro trabalho da consultoria do ex-ministro era "tráfico de influência, aproximar o Fernando Cavendish de pessoas influentes do governo do PT".

A reportagem afirma ainda que Cavendish teria dito que, "com alguns milhões, seria possível comprar um senador" para conseguir um bom contrato com o governo.

Para a "Veja", a Delta informou que, quando a Sigma foi comprada, o contrato com a empresa de Dirceu já havia sido feito, e o grupo só manteve o compromisso, que depois foi rescindido, porque a promessa de ampliar os negócios no Mercosul não tinha sido cumprida. Freire nega e disse que nunca viu o ex-ministro.

De acordo com reportagem publicada ontem pelo GLOBO, a Delta recebeu R$ 758,2 milhões por obras federais no ano passado, o maior valor entre todas as construtoras do país. O crescimento da empresa tem chamado a atenção do mercado.

Procurada ontem pelo GLOBO, a assessoria de imprensa da Delta não retornou a ligação. Dirceu também foi procurado por meio de sua assessoria, que também não respondeu.

Em seu blog, o ex-ministro negou que o crescimento da Delta tenha relação com o trabalho de consultoria que prestou para a empresa. "Meu contrato com a Delta, de R$ 20 mil, durou quatro meses e foi como os demais do mercado, firmados por qualquer consultoria com seus clientes. Prestei um serviço profissional. Portanto, é pura má-fé atribuir a alta no faturamento da Delta ao meu trabalho de quatro meses, quando o setor em que ela atua se expandiu muito nos últimos anos", escreveu o ex-ministro.

Dirceu promete ir à Justiça.

Fonte: O Globo 08/05/11
Charge: Sponholz

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para pesquisador, manobra com Fundo ‘é um financiamento público disfarçado’

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Ao ampliar em R$ 100 milhões a destinação de recursos públicos para subsidiar os partidos, o Congresso cometeu uma "arbitrariedade", na opinião do pesquisador Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Para ele, a presidente Dilma Rousseff deveria ter vetado a iniciativa.

Como o senhor avalia o fato de o Congresso ter elevado em R$ 100 milhões a destinação para o Fundo Partidário?

Temos um financiamento público de campanhas disfarçado no Brasil. Ele inclui, além do Fundo Partidário, o horário eleitoral no rádio e na televisão. A situação é extremamente grave. Temos um financiamento privado e, ao mesmo tempo, um crescimento do financiamento público. Os partidos se aproveitam desse sistema híbrido para se sustentar. O fato é que o custo das campanhas está insustentável no Brasil. O próprio Estado mostrou que houve cerca de R$ 500 milhões em doações ocultas, feitas pelas empresas aos partidos para que repassassem aos candidatos. Essas doações são imorais. Ferem os princípios da transparência e da publicidade.

Qual o modelo ideal para custear as campanhas?

Há uma omissão do Congresso no sentido de estabelecer um sistema claro de financiamento de partidos e campanhas. O que foi feito é uma arbitrariedade para atender única e exclusivamente aos partidos, que se aproveitaram para, de forma disfarçada, cobrir dívidas de campanha. Entendo que o financiamento público só pode ser adotado se houver aprovação do sistema com lista fechada. Esse sistema, com o atual modelo de lista aberta, é altamente perigoso. A lista fechada tornaria as campanhas muito mais baratas, porque seria necessário extinguir verbas para candidaturas individuais. O dinheiro público seria só para campanhas.

A presidente Dilma deveria ter vetado esse aumento do repasse?

O veto seria uma situação incômoda, a presidente depende do apoio dos partidos no Congresso. Sem dúvida criaria um constrangimento e uma situação adversa para a presidente, que ficaria entre a cruz e a espada. Mas, do ponto de vista da moral e da boa administração do País, a presidente deveria ter vetado, sem dúvida

Fonte: Estadão 08/05/11

Manobra liquida dívidas de partidos com verba pública


Os rombos que o ano eleitoral de 2010 deixou nas contas do PT e do PSDB serão integralmente cobertos por recursos públicos em 2011, graças à manobra do Congresso que, em janeiro, elevou em R$ 100 milhões os repasses da União para o Fundo Partidário.

Depois de bancar parte da campanha presidencial de Dilma Rousseff, além de outros candidatos a governos estaduais e ao Congresso, o PT chegou ao fim de 2010 com um déficit de quase R$ 16 milhões - número divulgado semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas receberá cerca de R$ 16,8 milhões extras neste ano graças ao incremento do Fundo Partidário, aprovado por unanimidade pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso e nem sequer debatido pelo plenário.

No caso dos tucanos, a receita extra será exatamente igual ao déficit nas contas de 2010: R$ 11,4 milhões. Como o PSDB tem uma dívida pequena de eleições anteriores, de cerca de R$ 500 mil, com essa ajuda poderá até encerrar o ano com superávit.

No total, o Orçamento da União destinará este ano R$ 265 milhões para o Fundo Partidário, ao invés dos R$ 165 milhões previstos. Mas os líderes partidários acharam pouco. Em uma articulação cuja paternidade nunca foi reivindicada, eles turbinaram o Fundo Partidário em 56% em termos reais, o maior aumento anual desde 1995, quando foi fixado em R$ 0,35 por eleitor.

Fonte: Estadão 08/05/11

Governo ignora lista de fornecedores vetados


Um grupo de 46 empresas proibidas de obter contratos e pagamentos do poder público recebeu R$ 141 milhões do governo federal de janeiro de 2010 a abril deste ano. Essas empresas integram a chamada "lista suja" elaborada pela CGU (Controladoria-Geral da União) para impedir a participação de prestadores de serviços que cometeram irregularidades em licitações e convênios.

O cruzamento desse cadastro, que reúne 4.200 pessoas físicas e empresas, com pagamentos feitos pelo governo desde 2010, segundo o Portal da Transparência do Executivo, mostra que vários ministérios e órgãos federais ignoram a lista da CGU.

A Folha identificou cinco casos de empresas consideradas inidôneas, punição mais grave prevista pela legislação, que continuaram recebendo pagamentos normalmente após entrar no cadastro da controladoria. De acordo com a CGU, os órgãos públicos só podem manter contratos com empresas inidôneas nos casos em que a interrupção dos serviços é mais prejudicial à administração pública do que sua continuidade.

Alguns órgãos questionados pela Folha usaram esta brecha legal para justificar a manutenção dos contratos. Duas empresas declaradas inidôneas, a Fortesul Serviços e a BSI (Brasília Soluções Inteligentes) foram alvo de uma operação da Polícia Federal que desmontou um esquema de fraude em licitações em 2006. Com base nas investigações da PF, a CGU incluiu as empresas na lista de inidôneas em janeiro de 2009, por prazo indeterminado.

O esquema apontado pela polícia incluía servidores que combinavam o resultado de concorrências. O dono da BSI chegou a ser preso na época. Mesmo assim, o Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada, manteve seus contratos com a Fortesul. Órgãos vinculados ao ministério pagaram R$ 33 milhões à empresa desde 2010.

Na última terça-feira, após a reportagem questionar a CGU e os ministérios sobre os contratos, o nome da Fortesul foi retirado da "lista suja". A controladoria argumentou que não havia mais motivos para punir a empresa após dois anos.

A BSI recebeu R$ 2,9 milhões do governo em 2010. Do total, R$1,2 milhão foi pago pelo Ibama, ligado ao Ministério do Meio Ambiente. As outras três "inidôneas" são a gráfica mineira Sigma, a empresa de vigilância Aliança, com sede no Rio, e a loja de autopeças baiana Acesso.

Os demais 41 casos encontrados pela Folha são de empresas "suspensas", sanção que pode ser mantida por dois a cinco anos. Segundo a CGU, quando uma empresa é declarada impedida de contratar com a União, todos os contratos devem ser interrompidos e pagamentos só podem ser feitos por serviços já executados.

Na opinião da CGU, a regra vale até para outras esferas administrativas. Se uma empresa é punida por descumprir um contrato com a União, governos estaduais e prefeituras ficariam impedidos de contratá-las.

Fonte: Folha de São Paulo

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães e dos Pães



Charge:Elias

Para STF, leis que venham a restringir direitos de gays serão inconstitucionais



Os direitos garantidos aos homossexuais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento de anteontem se tornaram intocáveis. Por mais que o Congresso aprove leis para regulamentar o tema, o STF não deixou espaço para o Legislativo dar um passo atrás.

O ministro Luiz Fux faz leitura do seu voto no plenário do STF, anteontem: decisão irreversível sobre união homoafetiva
Pelos termos da decisão do Supremo, uma lei que eventualmente seja aprovada para impedir a adoção de crianças por casais do mesmo sexo será inconstitucional, conforme ministros do STF consultados pelo Estado. Da mesma forma, não é preciso que o Congresso previamente regulamente esses direitos, como a possibilidade de inclusão do parceiro no rol de dependentes no Imposto de Renda, para que os casais de gays os exerçam.

Ao final da sessão de anteontem, os ministros deixaram claro que a decisão abriu todas essas possibilidades, que não dependem de regulamentação de outro poder. Membros da Corte explicam que, ao reconhecer, com base na Constituição, que as uniões homoafetivas têm os mesmos direitos dos casais heterossexuais, o STF impediu que leis ordinárias futuramente aprovadas pelo Congresso retirem ou restrinjam esses direitos.

Ainda mais porque, no entendimento dos ministros, essa isonomia entre casais homossexuais e heterossexuais tem como base princípios constitucionais, como igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana.

No intervalo da sessão de anteontem, na área reservada aos ministros, alguns integrantes da Corte defenderam a necessidade de o STF impor limites à decisão. Com isso, deixariam um espaço para que os direitos fossem regulados pelo Congresso. Mas a ideia não vingou. O voto do relator das duas ações em julgamento, ministro Carlos Ayres Britto, que prevaleceu ao final, proclamou a igualdade absoluta entre os sexos para todos os efeitos.

No caminho oposto, o Congresso não encontra mais amarras para votar um projeto que libere o casamento civil entre homossexuais. Se antes da decisão do STF os parlamentares tentassem liberar o casamento civil de gays, poderiam encontrar restrições do Supremo.

Esse receio se baseava na redação da Constituição e do Código Civil, que preveem a união estável entre homem e mulher. Ao dizer que a redação da legislação não poderia ser interpretada de forma a excluir os homossexuais, os ministros retiraram esse óbice à atuação do Congresso.

De acordo com ministros do STF, o Congresso poderá regulamentar alguns pontos decorrentes da decisão, marcando especificidades na lei que decorram de diferenças biológicas dos homossexuais e heterossexuais. O Congresso só não poderá atentar contra o núcleo da decisão.

Um exemplo do que poderia ser votado pelo Legislativo seria definir como ocorreriam as visitas íntimas em presídios. Mas nesse caso, por questões de segurança, é possível estabelecer situações diferenciadas.

União, não casamento. A decisão do STF não significa a legalização do casamento gay. "Tem gente pensando que pode ir ao cartório amanhã e se casar. Não é assim", explica Adriana Galvão Abílio, presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB-SP e vice-presidente dessa comissão na OAB Nacional. "A Constituição brasileira diz que o ato civil do casamento só pode ocorrer entre sexos diversos. A decisão do STF apenas uniformiza o entendimento sobre a jurisprudência."

Fonte: Estadão 07/05/11
Charge: Myrria

Demorou heim! : STF reconhece união estável de homossexuais




Charges: Junião

O papel da oposição no Brasil de hoje


Por Rubens Barbosa - O Estado de S.Paulo

As três últimas derrotas do PSDB em eleições presidenciais deixaram a oposição sem discurso, adotado e incorporado habilmente pelo PT, e sem bandeiras - como a modernização do País e as privatizações -, cujos resultados positivos foram renegados três vezes, pelo próprio partido, durante as campanhas eleitorais.


De maneira competente, o governo do PT ocupou todos os espaços políticos. A oposição, reduzida aos pronunciamentos parlamentares, teve pouca relevância e influência no processo político, pela dificuldade de ser ouvida pela sociedade. O papel da oposição, em larga medida, foi representado pela mídia, que, com competência e com amplo acesso à sociedade, tem fiscalizado as ações do Executivo e denunciado o que entende serem equívocos de políticas e mazelas da administração pública.

Criou-se, assim, um vácuo político, que a revista Interesse Nacional (www.interessenacional@uol.com.br) procurou preencher ao promover o debate sobre o papel da oposição no Brasil, hoje. Afinal, na última eleição presidencial 43 milhões de eleitores rejeitaram o que o PT representa e a sociedade brasileira, em profunda transformação, mostra a inclusão das classes D e E numa classe média que conta hoje com mais de 100 milhões de pessoas, cujos aspirações e valores ainda não estão claramente identificados.

É tão grande o anseio da sociedade pela discussão de ideias e tão vigorosa a demanda pelo debate político que não chega a surpreender a repercussão que um único artigo sobre o papel da oposição conseguiu despertar na mídia e nos meios eletrônicos de comunicação, antes mesmo de sua publicação na revista. A demanda reprimida foi atendida e despertou imediata atenção da classe política e da mídia. É verdade que o artigo foi escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cujas opiniões não repercutem de maneira neutra entre os formadores de opinião, nem entre os eleitores em geral.

O artigo, publicado no último número da revista Interesse Nacional, pode ser visto como um convite para o início de um debate de alto nível sobre o aperfeiçoamento da democracia pelo fortalecimento das oposições. FHC, nos últimos tempos, tem chamado a atenção de seu partido para a urgente necessidade de se reciclar e de mudar seu discurso, sua estratégia e sua ação, de modo a que possa ocupar um papel de realce no cenário político nacional.

É curioso que, embora poucos tenham lido o artigo na íntegra, todos se julgaram no direito de comentar, a favor ou contra, a partir de uma frase, de interpretação distorcida por manchete jornalística, que não refletiu o espírito da observação do ex-presidente.

Na revista, a análise do ex-presidente FHC foi acompanhada por dois outros provocativos trabalhos, do sociólogo Demétrio Magnoli e do professor-diplomata Paulo Roberto de Almeida, cujas ideias básicas valem como contribuições importantes para o debate.

Demétrio Magnoli, em Partido único, referindo-se ao PT, assinala que a sociedade brasileira - moderna, urbana, complexa - não se ajusta à sedimentação de seu sistema político sob o peso de um poder hegemônico. Na sua opinião, a rejeição ao petismo se expressaria na sociedade sob as mais diversas formas. Essa oposição, entretanto, não se traduz adequadamente nos atuais partidos oposicionistas e, portanto, também não encontra expressão parlamentar.

É um sinal preocupante sobre o estado de saúde de nossa democracia. A persistente relutância em expor as relações entre a natureza autoritária do PT e as orientações de política internacional do lulismo constitui uma aula completa sobre o estado falimentar do PSDB e do DEM. "Os partidos oposicionistas nada têm a dizer sobre o modelo (econômico) em gestação, que subordina o interesse público ao interesse privado", assinala Demétrio.

Em Miséria da oposição no Brasil: da falta de um projeto de poder à irrelevância política, Paulo Roberto de Almeida elabora sobre a inexistência de uma verdadeira oposição no atual cenário político brasileiro e sobre as tarefas da oposição num moderno sistema político democrático.

O autor faz um exame das condições pelas quais se poderá fazer a eventual reconstrução de uma oposição digna de seu nome no Brasil. "A oposição precisa estar pronta para oferecer outro futuro a todos os brasileiros que não acham que a esperteza política aliada ao oportunismo propagandístico representa o horizonte real de possibilidades para o país.

A oposição brasileira (...) falhou miseravelmente em sua missão oposicionista. Dizer que ela foi inepta, ineficiente, incompetente, patética seria até ser generoso com as principais forças que foram agrupadas nesta classificação de oposição. Basta dizer que simplesmente não existiu uma oposição de verdade durante todo o governo Lula: as forças que deveriam, até precisavam, ser oposição, simplesmente se autoanularam para um exercício que é uma das tarefas mais legítimas em todos os regimes democráticos", observa Paulo Roberto.

Nenhuma democracia se pode dar ao luxo de prescindir de uma oposição com programa alternativo, fiscalizadora e dinâmica.

O Partido dos Trabalhadores fez a sua parte. Renovou-se, organizou-se nacionalmente e tem um projeto de poder. No governo há oito anos, e agora desfrutando mais quatro, tem um forte poder de atração e de cooptação.

Espera-se que as oposições - e, em especial, o PSDB, o partido mais forte dentro desse grupo - iniciem um debate democrático para criar condições de modo a se apresentarem nas próximas eleições como uma real alternativa ao PT, com um projeto para o País, e não apenas de poder. A alternativa - caso isso não ocorra - é a consolidação do PT como partido hegemônico, a exemplo do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por quase 70 anos.

Leia aqui o artigo de Demétrio Magnoli

leia aqui o artigo de Paulo Roberto de Almeida

Fonte: Estadão e Revista Interesse Nacional
Charge: Duke