quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A OI continua perdendo dinheiro com o filho de Lula



Da Folha de São Paulo: Gamecorp acumula prejuízo de R$ 8,7 milhões e dívidas de mais de R$ 5 milhões. Beneficiada por decisão do governo, tele é maior cliente da empresa de Lulinha, que produz conteúdo para televisão.


Quatro anos depois de se associar à gigante de telefonia Oi, a Gamecorp, empresa que tem entre seus sócios um filho do presidente Lula, acumulou prejuízo de R$ 8,7 milhões até 2009 e dívidas que somam mais de R$ 5 milhões. Mesmo assim, o negócio administrado por Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, continua recebendo investimentos da Oi e atraindo sócios.

Desde 2007, a Oi -então Telemar, uma concessionária de serviço público que recebeu uma série de incentivos do governo Lula- aumentou em 28% o aporte na empresa, contra inflação acumulada de 11%. O negócio é alvo de investigação da Polícia Federal, até hoje inconclusa. A Oi fechou 2009 com prejuízo de R$ 436 milhões.

Como a Folha revelou ontem, Lulinha e outro filho do presidente Lula, Luís Cláudio, criaram duas holdings neste ano. Os dois são sócios em seis empresas. Quando o pai subiu a rampa do Planalto, em 2002, eles eram estagiários. Com BNDES e fundos de pensão como principais acionistas, a Oi é a única grande cliente da Gamecorp, que faz conteúdo para TV veiculado pela OiTV e pela Sky -que não tem a tele como sócia. Segundo o balanço de 2009, a Oi pagou à Gamecorp R$ 3,6 milhões por "comercialização de serviço".

Dois anos antes, o valor destinado para a mesma rubrica tinha sido de R$ 2,8 milhões. O balanço da Gamecorp registrou lucro de R$ 646 mil em 2009, mas, apesar disso, a dívida não foi abatida. Ao contrário, subiu, tendência que se mantém desde os primeiros balanços.

O aumento no aporte da Oi ocorreu durante o polêmico negócio que transformou a operadora na maior empresa do setor de telecomunicações do país graças à ajuda do governo e sob suporte de empréstimos no BNDES.

Sob o argumento de criar uma "supertele nacional", o governo Lula alterou as regras do setor para viabilizar a fusão com a Brasil Telecom. Em 2010, o governo já tomou ao menos três decisões que beneficiam a telefônica.

Entre elas, a de adiar para maio de 2011 o novo plano de metas para as operadoras -que, mantido o prazo original, forçaria a Oi, endividada, a fazer investimentos. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) liberou o mercado de TV a cabo para as teles.

A Oi foi a única beneficiada, por ter capital majoritariamente nacional, precondição para a atuação nesse setor. A agência decidiu também incluir mais um dígito nos celulares em São Paulo para aumentar os números disponíveis para venda, o que ampliou a possibilidade de entrada da Oi nesse mercado.

PARCERIA

Em 2007, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu multar a Oi porque a empresa não apresentou voluntariamente notificação sobre a injeção de recursos na Gamecorp. A parceria Oi-Gamecorp começou em 2005, quando a operadora aumentou o capital da empresa em R$ 2,7 milhões e pagou R$ 2,5 milhões pela exclusividade dos serviços. Em 2006, injetou outros R$ 5 milhões.

A Oi acompanha de perto os negócios da Gamecorp. Em 2007, nomeou o executivo Marco Schroeder como conselheiro da empresa. Em 2008, Lulinha esteve com sócios na sede da Portugal Telecom para falar sobre a entrada dos estrangeiros na Oi. A comitiva estava com o conselheiro da Anatel José Zunga Alves de Lima, que é amigo de Lula.

NOVOS SÓCIOS

Mesmo com dívidas e compromissos que superam o valor dos créditos e bens, a Gamecorp também atraiu como sócio Jonas Suassuna, dono do Gol Grupo, conglomerado que atua em diversos segmentos e vende livros didáticos a governos. Parente do ex-senador Ney Suassuna, Jonas fez fortuna com venda de CDs da Bíblia gravados por Cid Moreira. Em 2007, investiu R$ 1,35 milhão na Gamecorp.

Sobre ter investido num negócio deficitário, disse que é um "mercado que tem dinâmica de maturação lenta, gerando resultados financeiros de médio e longo prazos". Lulinha assumiu a presidência da empresa, no lugar de José Roberto De Raphael, casado com Adriana Diniz, filha de Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar

Fonte: Blog Coturno Noturno
Charge:Cláudio

O custo do culto internacional da personalidade do Lula


Por João Bosco Leal

O Presidente Lula finalmente está deixando o cargo. Penso que, a partir de agora, poderemos, pelo menos em parte, conhecer com maior clareza o estrago promovido por ele na economia do país.

Não tenho a menor dúvida em relação a isso, assim como também não a tenho sobre a competência de sua equipe de comunicação em montar o circo que se apresentou sobre sua imagem, tanto no Brasil como no exterior, durante seu tempo no governo.

O governo Lula, em seu circo econômico, substituiu sua dívida externa pela interna. Pagou a dívida externa brasileira, lastreada em dólares, a juros internacionais, variando ente 4 e 6% ao ano, e para isso contraiu uma imensa dívida interna, em reais, com juros médios de 8,75% ao ano.

Com o dólar caindo a cada dia no mercado internacional, com o interesse americano de que o mesmo continue caindo mais para que possam exportar mais e assim diminuir seu déficit na balança comercial, e o real subindo, valorizando-se frente ao dólar, não é difícil imaginar o péssimo negócio realizado pelo Brasil de Lula.

A dívida interna, quando Lula assumiu o governo, era de R$ 892,4 bilhões, e hoje já está em R$ 1,8 trilhão, com um custo mensal de R$ 14,5 bilhões, ou R$ 174 bilhões anuais, só de juros da dívida.

Querendo conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, e em busca de votos para tal intento, Lula saiu mundo afora distribuindo benesses, como o perdão de dívidas de países africanos com o Brasil, a doação de centenas de milhares de dólares a outros países, além construção de uma embaixada brasileira em Tuvalu, país com uma população total de 13.000 habitantes, isso mesmo, treze mil tuvaluanos, população menor do que muitos bairros de centenas de cidades brasileiras de médio porte, com um parlamento composto de 15 membros, e cujo PIB total não ultrapassa os US$ 15 milhões, mas que possui um voto na ONU.

Com a mesma intenção, Lula manteve-se contra tudo e contra todos ao defender o programa nuclear do Irã, do radical Mahmoud Ahmadinejad, e aceitou rever um contrato internacional vigente entre o Brasil e o Paraguai, alterando de 120 para 360 milhões de dólares o custo da energia que o Brasil compra da parte paraguaia de Itaipu, além de construir uma rede de transmissão de energia entre Itaipu e Assunção, capital daquele país.

Aceitou perder para a Bolívia todo o patrimônio da Petrobrás naquele país e renovar contratos também vigentes de aquisição de gás lá produzido, em grande parte nos próprios poços tomados da Petrobrás, pagando agora um preço bem maior pelo metro cúbico de gás, além de ter cedido à exigência de pagamento de uma determinada quantidade mínima de metros cúbicos, ainda que o Brasil não a utilize.

A promessa ao presidente Nicolas Sarkozy da aquisição dos caças franceses Rafale, contrariando todos os estudos técnicos realizados por especialistas do Exército brasileiro que optavam pelo sueco Gripen na concorrência internacional para equipar as forças armadas com 36 caças, foi outra atitude inexplicável que, tomara, possa ser corrigida pela nova presidente, Dilma Rousseff, visto que a França nunca conseguiu exportar um só exemplar dessa aeronave, e, convenhamos, motivos pra isso não devem faltar.

A defesa intransigente dos “companheiros” Hugo Chávez e dos irmãos Castro, mesmo tendo que fechar os olhos a todos os crimes contra os direitos humanos por estes cometidos, também é inexplicável.

O culto à personalidade é comum entre os socialistas, e Lula, sonhando em entrar para a história como um grande estadista, como “o cara”, e incentivado pelos não menos radicais socialistas e incompetentes à sua volta, acreditou que, com essas atitudes, entraria para a história como Lênin, Marx, Mao e tantos outros que, como ele, buscando o culto à própria personalidade, prejudicaram toda uma população que agora paga a conta.

Fonte: Blog do João Bosco Leal

As Lorotas e Bobagens de Lula até o último minuto! argh!



Por Reinaldo Azevedo

O Babalorixá de Banânia finge contentamento, mas está arrasado por ter de deixar o poder. Isso o torna ainda mais agressivo e autocentrado, o que o leva a perder qualquer noção de decoro. Não vou dizer que ele atingiu ontem o limite da estupidez porque as 48 horas que lhe restam - só 48!!! - ainda podem render muita bobagem, dada a sua enorme capacidade de competir consigo mesmo.

Nunca antes na história destepaiz um presidente da República Federativa do Brasil demonstrou contentamento com a crise econômica de outros países. Mais uma vez, este gigante assombra o mundo. Lula participou ontem de um evento do programa “Minha Casa, Minha Vida” e soltou a seguinte pérola:

“Foi gostoso passar pela Presidência da República e terminar o mandato vendo os Estados Unidos em crise, vendo a Europa em crise, vendo o Japão em crise, quando eles sabiam tudo para resolver os problemas da crise brasileira, da crise da Bolívia, da crise da Rússia, da crise do México”.

Poderia ter parado por aí, e a fala já mereceria entrar para a sua “antalogia”, mas faltava aquele toque especial, que personaliza a análise. Para o demiurgo, a crise, no Brasil, não foi equacionada por “nenhum doutor, nenhum americano e nenhum inglês”, mas por “um torneiro mecânico, pernambucano”. E bem verdade que ele lembrou que teve uma ajudazinha da equipe econômica!


Metam logo em Lula uma fantasia de Alexandre, o Grande, ou de Napoleão Bonaparte! Quem sabe, assim, ele estufe menos o peito. A crise que atingiu os países ricos teve um efeito reduzido nos emergentes, todos sabemos. E o Brasil está nesse grupo, com resultados muito inferiores aos alcançados por China, Índia ou Rússia. Foi a natureza da crise que poupou o Brasil, não a gestão iluminada do governo.

Quanto a essa bobajada de crise resolvida por “torneiro mecânico pernambucano”, não por doutores, dizer o quê? A destacar apenas a boçalidade antiintelectualista da fala, que, mais uma vez e como sempre, faz pouco caso do estudo e do preparo intelectual. A gestão da política econômica, concorde-se ou não com ela, é feita, sim, por doutores. A equipe do Banco Central não é formada por torneiros mecânicos intuitivos, mas por profissionais com respeitável formação intelectual. Sendo assim, a afirmação de Lula é nada menos do que mentirosa. Não foi a sua ignorância ousada que gerenciou a crise, mas a prudência informada, com seus acertos e erros.


Reuters dá uma mãozinha

Como se não bastassem as mistificações de Lula sobre si mesmo e seu governo, a agência de notícias Reuters decidiu dar a sua contribuição. Num despacho, informava ontem:
“O programa, que tinha como meta 1 milhão de habitações contratadas até o fim de 2010, atingiu 1 milhão e 3.000 moradias contratadas, segundo informou no evento a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. “

Está errado! Essa é mas uma mentira contada pelo governo. Quando foi lançado, o programa prometia ENTREGAR 1 milhão de casas até o fim de 2010, e não CONTRATAR. O que vai acima, portanto, é falso. Lula chega ao fim do segundo mandato entregando pouco mais de 10% - SIM, LEITOR, 10% - das casas prometidas.

E olhem que Lula pode contar inverdades escandalosas sobre si mesmo sem a ajuda da Reuters. Criticando mais uma vez a imprensa, afirmou:
“Aqueles que escreveram esta semana que a gente não ia entregar 1 milhão de casas, por favor, peçam desculpas e reescreveram a matéria de vocês. Não é feio pedir desculpa, feio é persistir no erro e na ignorância de alguns que ousaram acreditar que não seríamos capazes.”

Não é espantoso! Ele chama “contratar” casas de “entregar casas”; transforma 10% em 100%; classifica de erro o acerto da imprensa e ainda diz esperar um pedido de desculpas!

Segundo um instituto aí, Lula é aprovado por 83% da população! Parabéns! Isso não torna certo o errado nem desculpa sua mediocridade agressiva.

48 horas, leitor! Amanhã, só 24! Depois, pufff…

Fonte: Reinaldo Azevedo 30/12/10 ( Veja)
Charge: Sponholz

Bispo recusa homenagem do congresso em protesto contra aumento de 62% dos parlamentares



veja o discurso completo aqui

Protesto contra o aumento do salário dos parlamentares


As festas de fim de ano não apagaram a indignação do cidadão brasileiro com o aumento de 62% autoconcedido pelos parlamentares há duas semanas. Mais de 240 mil pessoas já assinaram o manifesto virtual contra a elevação do salário de deputados, senadores, ministros de Estado, presidente e vice-presidente da República para R$ 26,7 mil.

No dia 27, cerca de 100 estudantes foram contidos na entrada do Congresso, onde pretendiam protestar contra o aumento. Diante da resistência da Polícia Legislativa, o grupo se deslocou para a rampa do Palácio do Planalto, de onde foi retirado cerca de meia hora depois por policiais militares do DF. Também houve protesto semelhante no Congresso na semana passada. Outro ato de repúdio foi prestado, também na semana passada pelo bispo Manoel Edmilson da Cruz. Ele rejeitou, em meio a uma sessão no plenário do Senado, receber uma homenagem, a comenda Dom Hélder Câmara, em protesto contra o aumento.

O abaixo-assinado que circula pela internet tem como primeiro signatário Mauro Eduardo Bearare Júnior. “Esse projeto amplia o abismo entre o Parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia. Vamos mostrar a indignação do povo brasileiro quanto ao autoritarismo evidente na manipulação do orçamento e dos recursos provenientes de arrecadação de impostos e cofres públicos”, diz o manifesto virtual, indicado ao Congresso em Foco pelo leitor Fagner Nicácio por meio do twitter (@congemfoco).



O Senado e a Câmara aprovaram no último dia 15, com agilidade raramente vista no Parlamento, o Projeto de Decreto Legislativo 3036/10, que aumenta os vencimentos de deputados federais, senadores, do presidente e vice-presidente da República e dos ministros de Estado para R$ 26,7 mil. O texto foi aprovado primeiro pela Câmara. Menos de três horas depois, a proposta recebeu o aval dos senadores. Os senadores precisaram de menos de cinco minutos para aprovar o projeto.

A proposta busca equiparar a remuneração dos ocupantes desses cargos com a dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O novo salário entra em vigor a partir de 1º de fevereiro de 2011, quando começa a próxima legislatura.

Nas duas Casas, a votação foi simbólica, modalidade em que não há declaração de voto por cada parlamentar. Na Câmara, porém, foi possível identificar os deputados que aprovaram o regime de urgência, medida que permitiu a votação relâmpago da proposta, como mostrou o Congresso em Foco.

Fonte: Congresso em Foco 28/12/10

assine aqui a petição pública

Indicado à Eletrobrás figurou em grampo da PF

na foto: Flávio Decat

Citado como provável presidente da estatal Eletrobrás, o engenheiro Flavio Decat teve seu nome envolvido, em 2009, em investigação da Polícia Federal.

Numa gravação, o empresário Fernando Sarney pede ao pai, senador José Sarney, para acomodar na Eletrobrás o amigo Decat, que foi presidente da Eletronuclear.

Três meses depois ele virou diretor de Distribuição da estatal, onde permaneceu até abril deste ano

No telefonema ao pai, Fernando Sarney lembrou “daquele amigo lá do Rio” que esperava um “chamado”. Sarney marcou reunião no Senado

Fernando Sarney também contou ao pai, em outro telefonema, que iria “atacar” apadrinhados, para liberar verbas a entidades ligadas à família

Haverá reação: Flávio Decat substituiria na Eletrobrás a José Antonio Muniz, um dos executivos mais admirados e íntegros do setor elétrico

Fonte: Claudio Humberto 30/12/10

Empresário paga aluguel de R$ 12 mil de filho de Lula


Lulinha diz que se mudou quando se separou, em 2007, e que assumirá contrato. Jonas Suassuna afirma que vai parar de pagar, mas até última semana mudança não havia sido feita, segundo o dono


Por José Ernesto Credendio e Andreza Matais, Folha de S. Paulo


Um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís, mora desde 2007 em apartamento alugado por R$ 12 mil nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Quem paga a conta é uma empresa com contratos com vários governos, entre eles o federal. Lulinha, como Fábio Luís é conhecido, não é sócio da empresa que paga o aluguel.

Mas o Grupo Gol, que alugou o apartamento, é do empresário de mídia e mercado editorial Jonas Suassuna, sócio de Lulinha em um outro negócio, a empresa de conteúdo eletrônico Gamecorp. Primo do ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB), Jonas fez fortuna com venda de CDs da Bíblia gravados por Cid Moreira.

Procurado pela Folha, Jonas Suassuna disse que não vai mais pagar o aluguel para o filho do presidente. O grupo tem contrato com vários governos para venda de livro didático; do governo federal, recebeu valores irrisórios nos últimos oito anos.

No prédio, há um apartamento que foi ocupado pelo presidente de uma das maiores usinas de açúcar do país.
Há uma unidade por andar, com quatro suítes e o mesmo número de vagas na garagem. O último pavimento conta com deck e piscina. O valor de cada unidade é estimado em R$ 1,8 milhão. Lulinha disse à Folha que foi morar com o amigo em 2007, quando se separou.

"Ele arcava com o aluguel e eu entrei com os móveis da minha antiga residência e assumi as despesas do apartamento. Há quatro meses pedi para ficar com todo o apartamento, pois me tornei pai, e estamos transferindo o contrato para meu nome."

Já Suassuna, que mora no Rio, disse que tinha um quarto no apartamento, que usava quando viajava a São Paulo até Lulinha levar a mulher e o filho para lá.

Fonte: Blog do Noblat 30/12/10

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Governo Lula põe publicidade em 8.094 veículos de comunicação


Quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em janeiro de 2003, apenas 499 veículos de comunicação recebiam verbas de publicidade do governo federal. Agora o número foi para 8.094.

Esses jornais, revistas, emissoras de rádio, de TV e "outros" estão espalhados por 2.733 cidades. Em 2003, eram só 182 municípios.

Só neste ano eleitoral de 2010, o dinheiro para publicidade de Lula passou a ser distribuído para 1.047 novos veículos de comunicação.

A categoria "outros" inclui portais de internet, blogs, comerciais em cinemas, carros de som, barcos e publicidade estática, como outdoors ou painéis em aeroportos.

Chama a atenção o aumento do número de "outros". Em 2003, eram apenas 11. Agora, são 2.512. A informação do governo é que a maioria é de sites e blogs.

Lula e sua equipe de comunicação não escondem a simpatia pelo novo meio digital. O presidente foi o primeiro a conceder uma entrevista exclusiva dentro do Planalto para o que a administração petista chama de "blogs progressistas".

O valor total gasto nos dois mandatos, até outubro deste ano, foi R$ 9,325 bilhões. Dá média anual de R$ 1,2 bilhão.

Essa cifra não inclui três itens: custo de produção dos comerciais, publicidade legal (os balanços de empresas estatais) e patrocínio.

Produção e publicidade legal consomem cerca de R$ 200 milhões por ano. No caso de patrocínio, o gasto médio anual foi de R$ 910 milhões de 2007 a 2009.

Tudo somado, Lula gasta R$ 2,310 bilhões por ano com propaganda. Os valores são semelhantes aos do governo FHC, embora inexistam estatísticas precisas à disposição.

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Fonte: Folha de São Paulo 28/12/10
Charge: Sponholz

Filhos de Lula são sócios em 2 holdings


Dois dos filhos do presidente Lula, Fábio Luís e Luís Cláudio, abriram em 16 de agosto deste ano duas holdings --sociedades criadas para administrar grupos de empresas--, a LLCS Participações e a LLF Participações.

Ao final de oito anos de mandato do pai, Lulinha e Luís Cláudio figuram como sócios em seis empresas.

A Folha constatou, porém, que apenas uma delas, a Gamecorp, tem sede própria e corpo de funcionários.

Seu faturamento em 2009 foi de R$ 11,8 milhões, e seu capital registrado é de R$ 5,2 milhões. Ela tem como sócia a empresa de telefonia Oi, que controla 35%.

As demais cinco empresas não funcionam nos endereços informados pelos filhos de Lula à Junta Comercial de São Paulo. São, por assim dizer, empreendimentos que ainda não saíram do papel.

As seis empresas dos filhos de Lula atuam ou se preparam para atuar nos ramos de entretenimento, tecnologia da informação e promoção de eventos esportivos.

São segmentos em alta na economia, que ganharam impulso do governo federal --Lula, por exemplo, foi padrinho das candidaturas vitoriosas do Brasil para organizar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

SÓCIOS

Na maioria desses negócios, Lulinha e Luís Cláudio têm como sócios pessoas próximas de Lula.

Um dos mais novos empreendimentos da dupla, a holding LLCS, por exemplo, foi registrada no endereço da empresa Bilmaker 600, na qual os dois não têm participação societária.

A Bilmaker tem como controlador o engenheiro Glaucos da Costamarques, 70, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do presidente Lula.

Os outros sócios da Bilmaker, Otavio Ramos e Fabio Tsukamoto, são sócios de Luís Cláudio, filho do presidente, na ZLT 500, empresa de produção e promoção de eventos esportivos.

Assim como a holding, a ZLT também só existe no papel. Está registrada num endereço no Morumbi onde há só uma casa abandonada.

Criada em julho, a ZLT tem ainda como sócio José Antonio Fragoas Zuffo, empresário da região do ABC.

Sócio na Bilmaker e na ZLT, Otávio Ramos disse à Folha que não sabia que os filhos de Lula haviam registrado uma empresa na sede da Bilmaker.

"Isso me preocupa. Vou ligar para eles. Não sabia nem da existência dessa holding. Não sei nem do que se trata nem quero saber", disse.

Ramos afirmou que a empresa não faz negócios com o governo para não gerar especulações. "Somos amigos deles e já iriam ver maldade." A Bilmaker, disse, é uma empresa de exportação e importação de "qualquer coisa".

A outra holding criada pelos filhos de Lula neste ano, a LLF, foi registrada no prédio da PlayTV, emissora de jogos on-line.

Os programas da PlayTV só são veiculados na Sky, que distribui o canal como cortesia, e pela OiTV. A PlayTV é controlada pela Gamecorp, o maior dos empreendimentos de Lulinha.

A Folha acompanhou um dia de programação e não viu anúncios publicitários.

Inaugurada em dezembro de 2004, a Gamecorp recebeu injeção de R$ 5 milhões da telefônica Telemar (hoje Oi), num negócio investigado pela Polícia Federal há três anos --sem resultados.

Quando se soube em 2006 que a Oi, então Telemar, havia se associado à Gamecorp, o presidente Lula disse à Folha que seu filho era o "Ronaldinho" dos negócios.

"Eles fizeram um negócio que deu certo. Deu tão certo que até muita gente ficou com inveja", afirmou. No final de 2009, a empresa tinha capital negativo.

G4

Meses antes de a Gamecorp ser constituída, Fábio Luís se tornou sócio da G4 Entretenimento e Tecnologia Digital, tendo como parceiros filhos de um velho amigo de Lula, Jacó Bittar, fundador do PT e ex-prefeito de Campinas, hoje no PSB.

Foi por meio da G4 que Lulinha virou sócio de outra empresa, a BR4 Participações, criada em 2004, e que, três anos depois, ganhou como sócio Jonas Leite Filho, sobrinho do ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB).

Jonas Leite é conhecido pelo projeto que criou a versão da Bíblia lida pelo apresentador Cid Moreira, da TV Globo, um sucesso de vendas. A BR4 é, por sua vez, acionista da Gamecorp.

Com relação à outra holding inaugurada pelos dois em agosto deste ano, a LLF, Luís Cláudio disse que caberia ao irmão responder, o que não foi feito.

Sobre outra empresa criada no papel, a ZLT 500 Sports, Luís Cláudio disse que ela "irá atuar também no ramo esportivo, mais especificamente, na área de gestão de eventos esportivos".

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Fonte: Folha de São Paulo 28/12/10
Charge: Enio

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Resposta torta - Miriam Leitão


Coluna no GLOBO- Por Miriam Leitão

O Blog do Planalto rebaixou o Brasil. Para justificar o injustificável 53º lugar no PISA, diz o seguinte: “Na lista dos 52 países que estão à nossa frente, apenas um tem o PIB inferior ao do Brasil, a Tailândia.” Como somos a oitava economia, fica o mistério: como podem existir 51 países maiores do que o Brasil? Com argumentos toscos e obviedades, o governo repete sua autolouvação.

Estão na nossa frente, na lista do desempenho da educação, países como Chile, Bulgária, Eslovênia, Estônia, Romênia, Lituânia, Turquia, Sérvia e Trinidad e Tobago. Inúmeros outros de PIBs menores do que o do Brasil.

A educação sempre foi uma chaga aberta no país. Foi protelada governo após governo. Não é um problema só do atual. Na administração passada, deu um passo importante que foi a universalização. Os avanços que ocorreram agora foram insuficientes. É melhor reconhecer isso para dar sentido de urgência a um déficit que pode nos roubar o futuro. Melhor reconhecer os erros do que tentar torcer a aritmética mais básica e dizer que existem 51 países maiores do que o oitavo do mundo.

O Blog do Planalto mobilizou ministros para responder ao jornal O GLOBO, que fez no fim de semana um caderno com o balanço dos oito anos do governo Lula. É natural que um espaço oficial ressalte os avanços e dê menos ênfase aos erros. O que cansa é a versão de que nada de certo ocorreu antes de 2003.

Há um trecho em que a defesa do governo diz que fez uma “minirreforma tributária.” E na lista dos itens dessa minirreforma inclui “prorrogação da DRU e da CPMF.” Em outro trecho, diz que a DRU foi uma forma “engenhosa” feita pelo governo anterior de “desviar R$ 100 bilhões da educação.” Ou bem prorrogar a DRU é parte de uma minirreforma ou é uma forma perversa de desviar recursos da educação. O governo tem que escolher como definir o mecanismo que, a propósito, bom nunca foi. Quando inventada, a Desvinculação das Receitas da União (DRU) tinha o objetivo de ser uma ferramenta temporária, enquanto não se fazia uma reforma tributária. O governo FHC e o governo Lula não fizeram a reforma e o que era para ser temporário se eternizou.

O Blog do Planalto diz que eu fui parcial porque disse que o crescimento de 2010 é em parte devido à queda de 2009. E que ao citar o déficit em transações correntes de US$ 50 bilhões não o atribuí à crise internacional.

Vamos por partes na suposta parcialidade. Que o crescimento de 2010 é em parte devido à queda do ano passado é um fato estatístico. Como se mede o crescimento do PIB comparando um ano com o anterior, a recuperação após uma queda é atingida por um fenômeno conhecido como carregamento estatístico. Isso não desmerece o desempenho de 2010, mas assim é a estatística. Faça-se a conta pelo crescimento médio dos dois anos e se terá que o país cresceu em média 3,5%. Bom, mas nada espetacular.

Quanto ao déficit em transações correntes, ele tem pouca relação com a crise externa. O que os escribas oficiais poderiam ter dito é que mostra a força do crescimento, da importação, inclusive de máquina e equipamentos. O Brasil não teve queda de exportação. Os produtos que o Brasil exporta aumentaram de preço. Então, não se culpe a crise externa pelo déficit brasileiro.

O governo diz que é mito que ele manteve a política econômica do governo anterior e fica procurando nuances para negar o inegável. Diz que a queda das metas de inflação foram mais drásticas antes e agora são mais graduais. Ora, a ferramenta é exatamente a mesma.

É falso dizer que o atual governo derrubou a inflação de dois dígitos para o nível de 5%. Todos sabem que o que fez subir a inflação no finalzinho do governo anterior foi o temor de que o governo Lula fosse colocar em prática certas ideias amalucadas que seus economistas defendiam para segurar os preços.

A média de investimento público dos dois governos é de medíocres 0,8% do PIB. Com o balanço do PAC pode-se fazer mágicas, mas os fatos são eloquentes. A única obra de logística do PAC concluída foram as eclusas de Tucuruí, iniciadas há 30 anos. Mesmo assim, a contabilidade do PAC registra 70% das ações de logística concluídas. O presidente Lula inaugurou, dias atrás, 16 km da ferrovia Oeste-Leste que terá 1.700 km. Não se inaugura uma obra com menos de 1% concluída, a menos que se pense que as pessoas são bobas.

O governo se credita ter diminuído a mortalidade infantil. É verdade. O governo anterior também. A taxa tem caído fortemente há três décadas. A mortalidade infantil caiu, segundo o IBGE, 33% no governo Fernando Henrique, e 27% no atual. A torcida é para que essa queda seja ainda maior no governo Dilma.

A autolouvação chega a comemorar queda de doenças transmissíveis no país, onde quase 5.000 pessoas morrem por ano de tuberculose.

Há dramas urgentes e números inaceitáveis. Se o governo admitisse isso seria levado mais a sério ao mostrar suas conquistas.

Fonte: O Globo 22/12/10

Alvaro Dias diz que balanço do governo Lula 'é extremamente ficcional'

Senador Álvaro Dias


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) manifestou indignação pelo registro em cartório, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de documentos contendo os atos do seu governo. De acordo com o parlamentar, "o balanço fica na conta do escárnio, do acinte, do deboche, porque é extremamente ficcional".

Em pronunciamento nesta segunda-feira (20), o líder do PSDB afirmou que "elogio em boca própria é vitupério", mas é a norma adotada pelo presidente Lula para proclamar seus feitos e conquistar a grande popularidade que desfruta, de acordo com vários institutos de pesquisa. Mas o senador lembrou que "há controvérsias" quanto a essa popularidade, já que "quase 80 milhões de eleitores não votaram na candidata que o presidente escolheu" - mais de 50% do eleitorado.

De acordo com o representante paranaense, o presidente coloca em seu balanço "obras não realizadas" como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina e as hidrelétricas de Girau e Santo Antonio. Outras, como o trem-bala e a usina de Belo Monte "não passam de promessas já adiadas".

Para Alvaro Dias, a conta registrada em cartório pelo presidente "tem só uma coluna, a do crédito", faltando a coluna do débito. A palavra dengue, exemplificou, é citada apenas uma vez nos cinco volumes de documentos, e para dizer que o governo combateu a doença. O líder do PSDB lembrou que houve mais de 900 mil casos no Brasil nos primeiros 10 meses do ano.

- A saúde pública é um desastre rotundo, como diria Leonel Brizola - afirmou o senador, para quem o setor enfrenta "um caos sem precedentes".

O senador disse que o relatório também não menciona "os gargalos em portos e aeroportos" e cita o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como "uma ferramenta perfeita" na educação.

- Imaginem se não fosse! - afirmou Alvaro Dias. O último exame do Enem foi reaplicado em diversos lugares por falhas na realização da prova.

Alvaro Dias afirmou que seu pronunciamento "deveria ser um discurso sem fim", tantas as mazelas que, em sua opinião, afetam o governo.

O senador disse ainda da tribuna que "a eleição desse ano foi sem dúvida uma eleição corrupta, provavelmente a mais corrupta da história do Brasil".


Fonte: Da Redação / Agência Senado

Lula e Geisel, iguais?!

caricatura do Presidente Ernesto Geisel


Por João Mellão Neto

Meu caro Lula, agora que seus oito anos de governo estão chegando ao fim já dá para fazer um balanço realista do que foi obtido de concreto nesse período. Não há risco de que seus acólitos argumentem que tudo o que digo a seguir tenha finalidades inconfessáveis ou de fundo eleitoreiro. Você já logrou consagrar nas urnas a sua sucessora e nada mais pode mudar isso… Vamos, então, falar com franqueza.

Eu bem me recordo de ter tomado ciência de sua existência no longínquo ano de 1977, quando ingressei na faculdade e me entusiasmei com o movimento estudantil. Você já era uma celebridade, pois exercia o posto de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Ao que tudo indicava, estava se iniciando – como nunca antes se vira neste país – um “movimento sindical independente”.

Nós, universitários, acreditávamos piamente em tudo o que você e os professores simpáticos à sua causa diziam. Mais do que acreditar, nós nos dispúnhamos a sair às ruas para manifestar o nosso desagrado com “tudo aquilo que estava aí”… Eram os tempos do famigerado “regime militar” – a “ditadura” que vocês não se cansam de execrar. O presidente de plantão era o general Ernesto Geisel e, bem me lembro, tudo o que ele fazia era recriminado no mesmo dia, em sala de aula.

Agora, passado tanto tempo, dou tratos à memória e percebo que quase tudo o que vocês tanto repudiavam foi realizado quando chegaram ao poder. Não dá para “pedir meu dinheiro de volta”. Nós, então jovens, não investimos dinheiro em vocês. Muito mais que isso, investimos nosso tempo, nosso empenho e nossos sonhos nas suas causas. Essas coisas não há como recuperar.

Comecemos pela questão sindical: vocês alegavam que todos os líderes sindicais de até então eram “pelegos” – ou seja, faziam o jogo dos patrões e do governo. Já vocês eram diferentes. Pois bem, é com grande pesar que a gente se dá conta de que, de uns anos para cá, todas as centrais trabalhistas se uniram. E todas apoiam o governo… Cadê aquela altivez e a independência a que vocês se propunham?

Até mesmo a União Nacional dos Estudantes (UNE), que sempre foi de oposição, agora se declara a favor… Não foi para isso que, naquela época, a gente se empenhou tanto…

Tudo se repete. Pois não foram justamente os governantes militares, que vocês não se cansam de detratar, que apelaram exaustivamente para o discurso fácil do nacionalismo triunfalista?

“Brasil potência”, “Nação emergente”, “o Brasil, agora, é respeitado lá fora”: tudo isso não lhe soa familiar? O seu pessoal e também você vivem repetindo esses mantras. Mas essas expressões eram típicas do regime militar. Basta reler o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), da gestão Geisel. Estão todas lá.


Charge de Ziraldo feita em 1978 quando Geisel foi viajar para Alemanha e o príncipe da Inglaterra veio para o Brasil


Será possível que vocês agora tenham dado de ressuscitar coisas da era Geisel? E as semelhanças não se revelam só no campo da retórica. Tem muito mais.

A política externa dita independente foi um dos trunfos de Geisel. O general assumia publicamente o seu antiamericanismo e o exercia, na prática, voltando os esforços do Itamaraty para o continente africano e demais países “subdesenvolvidos”. Como não dava (e ainda não dá) para viver sem nenhum país rico por perto, o Brasil, à época, voltou-se para a Alemanha, definida, então, como “parceira estratégica”.

A “parceira estratégica”, agora, é a França. A ideia, desde sempre, é a de fustigar os Estados Unidos.

Você, presidente Lula, se aliou ao Irã. Esse país, além de estar sob uma ditadura, está sendo condenado pela comunidade das nações porque vem desenvolvendo um programa nuclear paralelo com vista à bomba.

Pois nos tempos do general Ernesto Geisel quem era recriminado pelo conjunto das nações pelo mesmo motivos éramos nós, os brasileiros. E pagamos caro por isso. Alguns anos depois, já na década de 1980, a conjuntura econômica internacional mudou e o Brasil, com isso, quebrou. Fomos lá, pedir ajuda, justamente àquelas nações ricas de que antes tripudiávamos.

Os governos militares, como agora com você, Lula, também acreditavam no “Estado forte”. E no texto do II PND deixavam isso muito claro. Cabia ao Estado criar mecanismos para “distribuir renda” e também “nortear e impulsionar o desenvolvimento”. Como? Por meio dos investimentos das empresas estatais e também do crédito abundante para as poucas empresas privadas que – aos olhos deles – “reuniam condições de se tornarem grandes”.

Exatamente como o seu governo vem fazendo – valendo-se do BNDES e de outros meios. Está certo isso?

Como dizia, em 1977, um professor de Economia lá da minha faculdade – que, mais tarde, seria um político bem-sucedido do PT, “este tipo de política é danoso para a economia e também muito questionável, no campo moral. Para a economia é ruim porque cria “oligopólios” em cada um dos setores do mercado. Três marcas de carros, três marcas de sabonete, três grandes bancos, etc. Oligopólios são preguiçosos e seus membros nunca concorrem entre si. E, portanto, não inovam. No campo moral o problema é que cabe exclusivamente ao governo decidir quais as empresas que podem ter crédito subsidiado e a longo prazo. As suas concorrentes que afundem no mar. No caso, o mercado. E os critérios serão sempre subjetivos e nada transparentes. Para que investir em eficiência? Vale mais ter bons contatos no governo e ser amigo do rei.”

Mudando de assunto, qual é, afinal, a diferença entre o II PND e o PAC? Não só os argumentos, como também as palavras e expressões são idênticos…

É isso aí, Lula. Você está prestes a descer a rampa e se juntar a nós, mortais comuns, na planície. E eu lhe pergunto: como faço, agora, para resgatar a minha juventude? Mande parar o Brasil, porque eu quero descer!

Artigo publicado no jornal “O Estado de São Paulo” em 19/11/2010

O Céu Unido Jamais será Vencido



Charge: Beto Santos

Novo Governo com cheiro de Naftalina





Charges: Sponholz

Novo Governo com cheiro de Naftalina





Charges: Sponholz

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Deputados chavistas aprovam lei para controlar imprensa


A Assembleia Nacional venezuelana, dominada pelo presidente Hugo Chávez, deu mais golpe contra a democracia, ao aprovar, na noite de segunda-feira, a ampliação do controle sobre os meios de comunicação, incluindo a Internet. A medida, classificada pela oposição como “um ato de censura”, foi votada dias depois de o governo conseguir passar no Congresso, na última sexta-feira, a também controversa “lei habilitante”, em que o caudilho poderá governar por decreto durante 18 meses.

A reforma da Lei de Responsabilidade Social no Rádio, Televisão e Mídia Eletrônica inclui limitações à internet e aos serviços de TV por assinatura, além de ampliar o controle sobre rádios e TVs estabelecido a partir de 2004. O texto prevê punições para os meios de comunicação responsáveis por "apologia ao crime", "subversão da população" ou "desrespeito às autoridades legitimamente constituídas", entre outros "delitos", o que certamente beneficiará os correligionários do ditador e prejudicará a oposição.

A reforma da lei inclui a Internet, em que os administradores de páginas "serão responsáveis pela informação e o conteúdo" dos sites, devendo "estabelecer mecanismos que permitam restringir a difusão de mensagens enquadradas nas proibições". A nova lei amplia o valor das multas, que pode chegar a "10% da renda bruta do ano anterior", além da "suspensão do serviço por 72 horas contínuas". Para o caso de reincidência, a norma estabelece o cancelamento definitivo da licença.

Objetivos - Apesar de a verdadeira intenção do governo ser aniquilar o que restou da democracia venezuelana, a bancada governista insiste que o objetivo da lei é "estabelecer na difusão e recepção de mensagens a responsabilidade social para fomentar o equilíbrio democrático entre os deveres, direitos e interesses da mídia, dos anunciantes e dos usuários".

A oposição contesta e classifica a medida como “ato de censura”. "Isso viola a Constituição, a liberdade de expressão e o livre exercício da comunicação neste país", denunciou o deputado opositor Ismael García. Esta lei estimula a "censura e a autocensura" e "não vai melhorar o processo educativo produzido por uma boa comunicação", acrescentou a deputada Pastora Medina, também da oposição.

A maioria governista do Parlamento em fim de mandato aprovou na última sexta uma lei que habilita Chávez a legislar por decreto durante 18 meses. A medida foi adotada a menos de três semanas da instalação de uma nova Assembleia Nacional, com 40% de deputados da oposição, eleitos democraticamente, apesar das manobras chavistas para manipular o pleito.

Fonte: Veja 21/12/10

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Tribunal Superior livra o deputado federal reeleito Paulo Maluf (PP-SP) dos efeitos da Lei da Ficha Limpa


O Tribunal Superior Eleitoral livrou nesta quinta-feira o deputado federal reeleito Paulo Maluf (PP-SP) dos efeitos da Lei da Ficha Limpa. Dessa forma, a não ser que haja um novo fato jurídico, o parlamentar poderá assumir o cargo normalmente no início da próxima legislatura, em dia 1º de fevereiro.

A decisão foi tomada pelo ministro Marco Aurélio Mello em conseqüência de uma outra deliberação, da Justiça de São Paulo, que reverteu uma condenação sofrida pelo parlamentar. Maluf havia sido considerado culpado por irregularidades numa compra de frangos realizada em 1996 pela prefeitura de São Paulo, que na época era comandada pelo hoje deputado.

A condenação por improbidade administrativa fez com que o parlamentar fosse barrado pela Lei da Ficha Limpa. Mas, como o Tribunal de Justiça de São Paulo reviu a decisão e inocentou o deputado, ele também conseguiu normalizar sua situação na Justiça Eleitoral. Maluf deve ser diplomado nesta sexta-feira.

A situação de Maluf ainda não está completamente definida: o Ministério Público de São Paulo pode recorrer da decisão que livrou o deputado. O Ministério Público Eleitoral, por sua vez, pode pedir que o plenário do TSE reavalie o posicionamento do ministro Marco Aurélio.

Fonte: Veja 16/12/10
Charge: Aroeira

Ministro da Previdência era chefão na Bancoop


O ministro Carlos Eduardo Gabas (Previdência) deixa o cargo com uma “herança maldita”: a Cooperativa Habitacional dos Bancários, fundada pelo PT, que teve o sigilo fiscal quebrado pela Justiça. Substituto de Ricardo Berzoini, um dos fundadores da Bancoop, Carlos Eduardo Gabas era do conselho fiscal e assinou os balanços para lá de suspeitos, que culminaram com centenas de famílias sem-casa.

Uma auditoria da Therco mostrou balanços da Bancoop “recheados de inconsistências”, reforçando a ação do Ministério Público

O futuro ex-ministro também herdou outra “maldição”: cooperado da Bancoop no condomínio Anália Franco (SP), está sem casa até hoje

Fonte: Claudido Humberto 16/12/10

Eles fazem piada com nosso dinheiro


Em pouco mais de duas horas, o Congresso Nacional aprovou o aumento salarial de deputados federais, senadores, ministros e do presidente da República e de seu vice. Pelo projeto de decreto legislativo votado ontem, os vencimentos dos parlamentares foram equiparados aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 26,7 mil. A mesma proposta fixou esse valor como teto para os cargos do primeiro escalão do Executivo. Assim, os reajustes a serem aplicados variam entre 61,8% e 148,6%. O maior percentual será para os ministros de Estado, que hoje recebem R$ 10,7 mil. A decisão foi tomada entre gritos de euforia e aplausos. Mas também houve constrangimentos. O PSol foi a única legenda a orientar o voto contrário. "Essa decisão é um desatino. Exagerada, aprofunda o abismo entre parlamento e sociedade", protestou o deputado Chico Alencar (PSol-RJ).

Só eles vão achar graça


Deputados e senadores aprovam em tempo recorde reajuste que eleva os salários deles, do presidente e dos ministros ao teto constitucional, de R$ 26,7 mil
Josie Jeronimo

Deputados e senadores abriram a guerra dos salários nos Três Poderes. Ontem, em menos de duas horas, as Casas aprovaram e enviaram à promulgação presidencial projeto que equiparou o salário de parlamentares eleitos para mandatos de quatro e oito anos aos vencimentos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm cargos vitalícios. O projeto de decreto legislativo também concede o teto de R$ 26,7 mil ao presidente, ao vice-presidente da República e aos ministros de Estado, que atualmente recebem R$ 11,4 mil e R$ 10,7 mil, respectivamente.

Enquanto o Congresso analisa o relatório do Orçamento da União de 2011 que concede R$ 30 de aumento no salário mínimo, que atualmente é de R$ 510, os legisladores decidiram presentear a si mesmos com R$ 10,2 mil a mais nos contracheques a partir de fevereiro, reajustando o subsídio de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, índice de 61,8%. Em quatro anos, cada parlamentar vai faturar cerca de R$ 1,5 milhão no contracheque.

Se o reajuste levasse em conta apenas a inflação acumulada, o índice seria de menos de 30%, segundo um economista da Universidade de Brasília (UnB) ouvido pelo Correio. “Certamente na próxima semana haverá um projeto do Supremo querendo ajustar seus vencimentos. O efeito cascata da nossa decisão será imediato. Isso certamente sairá de verbas da Saúde e da Educação”, criticou o deputado Eduardo Valverde (PT-RO).

Governistas afirmam que uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) poderá ser apresentada no início do ano para conter o efeito cascata nas assembleias e câmaras de vereadores (leia mais na página 3). Mas, somente na Câmara e no Senado, o impacto do aumento dos parlamentares na despesa fixa do Congresso será de mais de R$ 256 milhões por ano. Além dos parlamentares em exercício, 580 ex-congressistas e viúvas são contemplados com o reajuste. Até os deputados e senadores que não conseguiram se reeleger receberão, em fevereiro, o salário de encerramento da legislatura, o chamado 15º, com o aumento de quase 62%.

A votação foi marcada pela euforia de muitos e o constrangimento de alguns. Um grupo de deputados aplaudiu e soltou gritos de comemoração quando os colegas encerraram a votação. O placar registrou 279 votos favoráveis, 35 contrários e 3 abstenções. Alguns chegaram a implicar com o deputado Manato (PDT-ES), que teria apoiado o requerimento de urgência, mas votou contra o reajuste. “Demagogo!”, gritaram. Outro parlamentar que ciceroneava um deputado estadual recém-eleito aconselhou o colega. “Aprende para você fazer isso na sua assembleia.”

Castigo
O PSol foi o único partido a orientar a bancada a votar contra o reajuste. “Essa decisão é um desatino. Exagerada, aprofunda o abismo entre parlamento e sociedade. Reduzir o efeito cascata é cascata”, cobrou o deputado Chico Alencar (PSol-RJ). O deputado Fernando Chiarelli (PDT-SP) lembrou que a Casa não aprovou projetos importantes este ano e, por isso, não merecia o regalo. “Se tivéssemos cumprido o dever de casa, poderíamos comer o doce. Temos é que ficar de castigo. O que vai acontecer no Congresso do Tiririca só Deus sabe”.

Às 15h40 de ontem, o projeto atravessou o Salão Verde da Câmara e às 17h40 já estava na pauta do Senado. Na Casa Alta, entre a votação do mérito e a aprovação simbólica, os senadores não demoraram nem cinco minutos. Apenas Marina Silva (PV-AC) e Álvaro Dias (PSDB-PR) pediram a palavra para protestar. O deputado Geraldo Magela (PT-DF) também defendeu o fim do 14º e do 15º salários, para tentar moralizar as discussões e evitar a reação da opinião pública.


Apenas o começo

As verbas de gabinete e indenizatória também serão atualizadas, mas a decisão ficará para a próxima legislatura, segundo o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), quarto-secretário da Câmara. A intenção dos parlamentares é reajustar os benefícios com índices do IGP-M acumulado de 2008 a 2010, em torno de 18%. Com esse reajuste, a verba de gabinete, que atualmente é de R$ 60 mil na Câmara e R$ 80 mil no Senado, pode passar a cerca de R$ 70 mil e R$ 94 mil. A cota indenizatória dos parlamentares, atualmente em torno de R$ 30 mil, pode ser acrescida em R$ 5 mil. “Isso aí a próxima Mesa é que vai fazer. Essa Mesa só teve o compromisso de fazer a equiparação com o salário dos ministros. O critério será o da inflação acumulada”, afirmou o quarto-secretário.

Levantamento da ONG contas abertas mostra que o aumento de 61,8% nos salários dos parlamentares vai gerar despesa de cerca de R$ 2,2 bilhões, levando em conta o reajuste das assembleias e câmara de vereadores de todo país. O montante, se fosse usado como receita no Orçamento da União para aumento do salário mínimo, poderia custear pelo menos R$ 8 a mais nos vencimentos de 2011, além dos R$ 30 que o governo oferece, por enquanto. O salário mínimo previsto para o primeiro ano do governo Dilma Rousseff é de R$ 540.

O projeto que reajustou o salário dos deputados, senadores, presidente da República e vice-presidente, no entanto, prevê que os respectivos órgãos impactados com o aumento custearão a despesa com a alteração no subsídio das autoridades. Câmara e Senado terão que manobrar o orçamento das Casas para absorver o impacto. (JJ)


Fonte: Correio Braziliense e Site Contas Abertas
16/12/2010
Charge:Myrria

Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares. Dezembro/2010


Vamos dar o Trôco prá esses calhordas políticos que fazem onda com a nossa cara!
entre no site e coloque sua indignação. Eles dão 6% de aumento para os aposentados e 62% prá eles mesmos! É um absurdo!


Petição Pública

Veja quais dePUTAdos que votaram por urgência do próprio aumento


Nesta quarta-feira, a Câmara aprovou a equiparação salarial para parlamentares, ministros de Estado e para o presidente e o vice-presidente da República. Todos passarão a ganhar R$ 26,7 mil a partir de fevereiro do ano que vem. Os deputados aprovaram um requerimento de urgência permitindo a apreciação do projeto ainda hoje. O placar foi de 279 deputados a favor, 35 contra, e três abstenções. Horas depois, o Senado também aprovou o reajuste. O novo salário passa a ser de R$ 26,7 mil. Com a medida, os parlamentares, que atualmente ganham R$ 16,5 mil, receberão um aumento de 61,8%

Veja os deputados que votaram contra a urgência do projeto:

Alfredo Kaefer (PSDB)
Assis do Couto (PT)
Augusto Carvalho (PPS)
Capitão Assumção (PSB)
Chico Alencar (PSOL)
Cida Diogo (PT)
Décio Lima (PT)
Dr. Talmir (PV)
Eduardo Valverde(PT)
Emanuel Fernandes (PSDB)
Ernandes Amorim (PTB)
Fernando Chiarelli (PDT)
Fernando Gabeira (PV)
Gustavo Fruet (PSDB)
Henrique Afonso (PV)
Iran Barbosa (PT)
Ivan Valente (PSOL)
José C Stangarlini (PSDB)
Lelo Coimbra (PMDB)
Luciana Genro (PSOL)
Luiz Bassuma (PV)
Luiz Couto (PT)
Luiza Erundina (PSB)
Magela (PT)
Major Fábio (DEM)
Marcelo Almeida (PMDB)
Mauro Nazif (PSB)
Paes de Lira (PTC)
Paulo Pimenta (PT)
Raul Jungmann (PPS)
Regis de Oliveira (PSC)
Reinhold Stephanes (PMDB)
Sueli Vidigal (PDT)
Takayama (PSC)
Vander Loubet (PT)




Veja os deputados que votaram a favor da urgência do projeto:

Abelardo Camarinha (PSB)
Ademir Camilo (PDT)
Aelton Freitas (PR)
Alberto Fraga (DEM)
Alceni Guerra (DEM)
Aldo Rebelo (PCdoB)
Alex Canziani (PTB)
Alexandre Santos (PMDB)
Alexandre Silveira (PPS)
Alice Portugal (PCdoB)
Ana Arraes (PSB)
Andre Vargas (PT)
Angela Amin (PP)
Angela Portela (PT)
Angelo Vanhoni (PT)
Aníbal Gomes (PMDB)
Ann Pontes (PMDB)
Antônio Andrade (PMDB)
Antonio Bulhões (PRB)
Antônio Carlos Biffi (PT)
Antonio Carlos Biscaia (PT)
Antonio Carlos Chamariz (PTB)
Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM)
Antonio Carlos Pannunzio (PSDB)
Antonio Cruz (PP)
Antônio Roberto (PV)
Aracely de Paula (PR)
Ariosto Holanda (PSB)
Armando Abílio (PTB)
Arnaldo Jardim (PPS)
Asdrubal Bentes (PMDB)
Átila Lins (PMDB)
Átila Lira (PSB)
Bel Mesquita (PMDB)
Benedito de Lira (PP)
Bernardo Ariston (PMDB)
Beto Faro (PT)
Beto Mansur (PP)
Bilac Pinto (PR)
Bruno Rodrigues (PSDB)
Camilo Cola (PMDB)
Carlos Abicalil (PT)
Carlos Alberto Leréia (PSDB)
Carlos Bezerra (PMDB)
Carlos Eduardo Cadoca (PSC)
Carlos Sampaio (PSDB)
Carlos Santana (PT)
Carlos Willian (PTC)
Carlos Zarattini (PT)
Cassio Taniguchi (DEM)
Celso Maldaner (PMDB)
Celso Russomanno (PP)
Cezar Silvestri (PPS)
Ciro Nogueira (PP)
Ciro Pedrosa (PV)
Claudio Cajado BA (DEM)
Cláudio Diaz (PSDB)
Colbert Martins (PMDB)
Dagoberto (PDT)
Daniel Almeida (PCdoB)
Darcísio Perondi (PMDB)
Davi Alves Silva Júnior (PR)
Devanir Ribeiro (PT)
Dilceu Sperafico (PP)
Dr. Adilson Soares (PR)
Dr. Nechar (PP)
Dr. Paulo César (PR)
Dr. Ubiali (PSB)
Edio Lopes (PMDB)
Edmar Moreira (PR)
Edmilson Valentim (PCdoB)
Edson Aparecido (PSDB)
Edson Duarte (PV)
Edson Ezequiel (PMDB)
Eduardo Barbosa (PSDB)
Eduardo Cunha (PMDB)
Eduardo da Fonte (PP)
Eduardo Gomes (PSDB)
Elcione Barbalho (PMDB)
Eliene Lima (PP)
Eugênio Rabelo (PP)
Evandro Milhomen (PCdoB)
Fábio Ramalho (PV)
Fábio Souto (DEM)
Félix Mendonça (DEM)
Fernando Coelho Filho (PSB)
Fernando Ferro (PT)
Fernando Marroni (PT)
Filipe Pereira (PSC)
Flaviano Melo (PMDB)
Flávio Bezerra (PRB)
Francisco Rodrigues (DEM)
Francisco Rossi (PMDB)
Francisco Tenorio (PMN)
Gastão Vieira (PMDB)
Geraldo Pudim (PR)
Geraldo Resende (PMDB)
Geraldo Simões (PT)
Germano Bonow (DEM)
Gerson Peres (PP)
Gilmar Machado (PT)
Giovanni Queiroz (PDT)
Givaldo Carimbão (PSB)
Gonzaga Patriota (PSB)
Guilherme Campos (DEM)
Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Homero Pereira (PR)
Hugo Leal (PSC)
Humberto Souto (PPS)
Indio da Costa (DEM)
Jair Bolsonaro (PP)
Jairo Ataide (DEM)
Janete Capiberibe (PSB)
Jilmar Tatto (PT)
Jô Moraes (PCdoB)
João Carlos Bacelar (PR)
João Dado (PDT)
João Leão (PP)
João Magalhães (PMDB)
João Matos (PMDB)
João Oliveira (DEM)
Joaquim Beltrão (PMDB)
Jofran Frejat (PR)
Jorge Khoury (DEM)
Jorginho Maluly (DEM)
José Carlos Aleluia (DEM)
José Carlos Araújo (PDT)
José Carlos Machado (DEM)
José Genoíno (PT)
José Guimarães (PT)
José Maia Filho (DEM)
José Mendonça Bezerra (DEM)
José Otávio Germano (PP)
José Rocha (PR)
José Santana de Vasconcellos (PR)
Julião Amin (PDT)
Júlio Cesar (DEM)
Júlio Delgado (PSB)
Jurandil Juarez (PMDB)
Jurandy Loureiro (PSC)
Lael Varella (DEM)
Laurez Moreira (PSB)
Lázaro Botelho (PP)
Léo Vivas (PRB)
Leonardo Quintão (PMDB)
Lira Maia (DEM)
Lobbe Neto (PSDB)
Luciano Castro (PR)
Lúcio Vale (PR)
Luis Carlos Heinze (PP)
Luiz Alberto (PT)
Luiz Bittencourt (PMDB)
Luiz Carlos Hauly (PSDB)
Luiz Carlos Setim (DEM)
Luiz Fernando Faria (PP)
Manato (PDT)
Manoel Junior (PMDB)
Marçal Filho (PMDB)
Marcelo Castro (PMDB)
Marcelo Melo (PMDB)
Marcelo Ortiz (PV)
Marcio Junqueira (DEM)
Márcio Marinho (PRB)
Márcio Reinaldo Moreira (PP)
Marco Maia (PT)
Marcondes Gadelha (PSC)
Marcos Lima (PMDB)
Marcos Medrado (PDT)
Marcos Montes (DEM)
Maria Helena (PSB)
Maria Lúcia Cardoso (PMDB)
Mário Heringer (PDT)
Mário Negromonte (PP)
Maurício Quintella Lessa (PR)
Maurício Rands (PT)
Maurício Trindade (PR)
Mauro Lopes (PMDB)
Mauro Mariani (PMDB)
Mendes Ribeiro Filho (PMDB)
Miguel Martini (PHS)
Milton Monti (PR)
Milton Vieira (DEM)
Moacir Micheletto (PMDB)
Moises Avelino TO (PMDB)
Moreira Mendes (PPS)
Narcio Rodrigues (PSDB)
Nelson Bornier RJ (PMDB)
Nelson Marquezelli (PTB)
Nelson Meurer (PP)
Nelson Pellegrino (PT)
Nelson Trad (PMDB)
NIlmar Ruiz (PR)
Odair Cunha (PT)
Odílio Balbinotti (PMDB)
Osmar Júnior (PCdoB)
Osmar Serraglio (PMDB)
Osmar Terra (PMDB)
Paes Landim (PTB)
Paulo Abi-Ackel (PSDB)
Paulo Bauer (PSDB)
Paulo Henrique Lustosa (PMDB)
Paulo Magalhães (DEM)
Paulo Pereira da Silva (PDT)
Paulo Piau (PMDB)
Paulo Rattes (PMDB)
Paulo Roberto Pereira (PTB)
Paulo Rocha (PT)
Paulo Teixeira (PT)
Pedro Eugênio (PT)
Pedro Fernandes (PTB)
Pedro Novais (PMDB)
Pedro Valadares (DEM)
Pedro Wilson (PT)
Pinto Itamaraty (PSDB)
Pompeo de Mattos (PDT)
Professor Setimo (PMDB)
Professora Raquel Teixeira (PSDB)
Ratinho Junior (PSC)
Raul Henry (PMDB)
Rebecca Garcia (PP)
Reginaldo Lopes (PT)
Renato Amary (PSDB)
Renato Molling (PP)
Ribamar Alves (PSB)
Ricardo Barros (PP)
Ricardo Tripoli (PSDB)
Rita Camata (PSDB)
Roberto Alves (PTB)
Roberto Balestra (PP)
Roberto Britto (PP)
Roberto Santiago (PV)
Rodrigo Maia (DEM)
Rodrigo Rocha Loures (PMDB)
Rogério Marinho (PSDB)
Rômulo Gouveia (PSDB)
Sebastião Bala Rocha (PDT)
Sérgio Barradas Carneiro (PT)
Sérgio Brito (PSC)
Sérgio Moraes (PTB)
Sergio Petecão (PMN)
Severiano Alves (PMDB)
Silas Brasileiro (PMDB)
Silas Câmara (PSC)
Simão Sessim (PP)
Solange Almeida (PMDB)
Solange Amaral (DEM)
Tadeu Filippelli (PMDB)
Thelma de Oliveira (PSDB)
Uldurico Pinto (PHS)
Valadares Filho (PSB)
Valdir Colatto (PMDB)
Valtenir Pereira (PSB)
Vanderlei Macris (PSDB)
Veloso BA (PMDB)
Vicentinho (PT)
Vieira da Cunha (PDT)
Vignatti (PT)
Vilson Covatti (PP)
Vinicius Carvalho (PTdoB)
Virgílio Guimarães (PT)
Vital do Rêgo Filho (PMDB)
Vitor Penido (DEM)
Waldemir Moka (PMDB)
Waldir Maranhão (PP)
Walter Ihoshi (DEM)
Walter Pinheiro (PT)
Wellington Fagundes (PR)
Wellington Roberto (PR)
William Woo (PPS)
Wilson Braga (PMDB)
Wilson Picler (PDT)
Wladimir Costa (PMDB)
Wolney Queiroz (PDT)
Zé Geraldo (PT)
Zé Gerardo (PMDB)
Zé Vieira (PR)
Zenaldo Coutinho (PSDB)
Zezéu Ribeiro (PT)
Zonta (PP)

Fonte: Site Terra 15/12/10
Charges: Dálcio e Junião

Veja também a lista dos que votaram contra ou a favor do aumento de 61%

LISTA DOS POLÍTICOS QUE VOTARAM CONTRA OU A FAVOR DO AUMENTO DE 61% DE SEUS SALÁRIOS

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cartas de Prestes confirmam influência da URSS contra Vargas

Luiz Carlos Prestes no julgamento pelo Tribunal de Segurança Nacional


Manuscritos de Luiz Carlos Prestes (1898 - 1990) guardados em Moscou em 1935, poucos meses antes da Intentona Comunista no Brasil, demonstram a influência soviética nos planos do político comunista de derrubar o governo Getúlio Vargas, de acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de São Paulo. Em outubro deste ano, o governo russo começou a transferir esses documentos da 3ª Internacional Comunista para o Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

Nos documentos, Prestes revela o objetivo de "mobilizar as mais amplas massas contra o imperialismo e o feudalismo" por meio de aumento de salários e desarmamento dos fascistas. Ele diz ser "urgente" o envio de um agente soviético para o Brasil e relata a fragilização de Vargas diante da "ofensiva do proletariado" e de empregados do governo por melhora de salário.

Prestes prevê que Vargas aprovaria uma "nova lei contra os 'extremistas'" diante da pressão dos trabalhadores, o que se efetivou com a Lei de Segurança Nacional, que criminalizou as greves do funcionalismo público e a propaganda subversiva.

As cartas também demonstram o alinhamento de Prestes à política soviética de estímulo a frentes populares de combate ao fascismo - o que, no Brasil, segundo Prestes, viria com o apoio das massas à Aliança Nacional Libertadora (ANL), possibilitando a criação de um "governo revolucionário provisório". Prestes seria preso em 1936, um ano antes do início da ditadura do Estado Novo.

Fonte: Site do Terra e Folha de São Paulo 13/12/10

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os Barões da COCAda BRANCA

foto tirada de um site das Farc

Por Olavo de Carvalho

Um leitor pede, gentilmente, que eu lhe diga quem, afinal, são os tão falados e jamais nomeados "barões da droga". Quem ganha com o crescimento ilimitado das quadrilhas de narcotraficantes e sua transformação em força revolucionária organizada, ideologicamente fanatizada, adestrada em táticas de guerrilha urbana, capacitada a enfrentar com vantagem as forças policiais e não raro as militares?

A resposta é simplicíssima: quem ganha com o tráfico de drogas é quem produz e vende drogas. O maior, se não o único fornecedor de drogas ao mercado brasileiro são as Farc, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. São elas, também, que dão adestramento militar e assistência técnica ao Comando Vermelho, ao PCC e a outras quadrilhas locais.

Já faz dez anos que o então principal traficante brasileiro, Fernandinho Beira-Mar, preso na Colômbia, descreveu em detalhes a operação em que trocava armas contrabandeadas do Líbano por duas toneladas anuais de cocaína das Farc. Também faz dez anos que uma investigação da Polícia Federal chegou à seguinte conclusão: "A guerrilha tem o comando das drogas" (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/031002jt.htm):

Vale rever o artigo escrito para o Jornal da Tarde, 2 de outubro de 2003:

Os brasileiros lêem e ouvem muitas notícias, mas parecem ter alguma dificuldade para juntá-las numa ordem inteligível. A título de exercício para melhorar o desempenho lógico dos interessados, ofereço aqui esta breve seqüência, cuja ordem e conexão internas são bastante evidentes:

(1) Folha Online, 11 de novembro de 2001 – “Um documento elaborado pela Operação Cobra (sigla para Colômbia-Brasil) da Polícia Federal, encarregada de desarticular o narcotráfico na fronteira da Amazônia brasileira, identifica bases de produção de cocaína sob o domínio das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)... Chamadas de complexos [conjunto de laboratórios de refino], as bases produzem mensalmente, segundo o relatório, cerca de 45 toneladas do cloridrato de cocaína. A droga partiria em aviões de pistas clandestinas na Colômbia para Europa e os Estados Unidos e até para o Brasil. ‘Não temos mais dúvidas das relações das Farc com o narcotráfico. A guerrilha tem o comando das drogas e isso é uma ameaça para a fronteira brasileira’, afirma o delegado Mauro Spósito, coordenador da Operação Cobra.

(2) Época, 13 de maio de 2002 – “Apreensão de 62 quilos de cocaína revela a rota das Farc para enviar a droga da Colômbia ao Brasil. -- Até a semana passada, o traficante carioca Fernandinho Beira-Mar, preso no Rio de Janeiro, era o principal exemplo da ligação entre o narcotráfico no Brasil e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a guerrilha que mantém o país vizinho em guerra civil. Beira-Mar foi preso há um ano pelo Exército colombiano, quando comprava cocaína das Farc. Na tarde da quinta-feira, uma operação da Polícia Federal no porto da cidade amazonense de Tefé estabeleceu um novo elo dessa conexão. Os policiais apreenderam 62 quilos de cocaína fornecidos a brasileiros pelo comandante Rafael Oyola Zapata, o principal líder das Farc na Amazônia colombiana, com um quartel-general em Puerto Santander, às margens do Rio Caquetá. Depois de ‘batizada’, isto é, misturada a ingredientes pouco nobres, essa remessa renderia uns 180 quilos, já com destino certo: os consumidores de Fortaleza, do Recife e do Rio de Janeiro.”


apreensão de laboratório de cocaína das farc

(3) O Estado de S. Paulo, 22 de maio de 2003 – “A polícia apreendeu 15 quilos cocaína, ontem, na Favela Beira-Mar, reduto do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O símbolo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo guerrilheiro com quem ele trocava cocaína por armas, estava na embalagem da droga.”

(4) Folha de S. Paulo, 27 de agosto de 2003 (Entrevista de Raul Reyes, comandante das Farc) – “Reyes: As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais... Folha: O senhor pode nomear as mais importantes? Reyes: Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas... Folha: Quais intelectuais? Reyes: [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.”

Se a conexão lógica ainda está difícil de perceber, posso tentar torná-la mais visível através de algumas perguntas didáticas:

1 – Esses fatos indicam ou não que uma quadrilha de traficantes, grande fornecedora de cocaína ao mercado brasileiro, está muito bem entrosada com a liderança petista e com o governo federal?

2 – Como pode o governo tão intimamente ligado a uma organização criminosa ter idoneidade para zelar pela segurança pública?

3 – Mesmo supondo-se que não resulte dessas relações perigosas nenhum lucro ilícito para os figurões petistas nelas envolvidos, elas já não constituem por si mesmas uma ostensiva falta de decoro, incompatível com o exercício de cargos públicos?

4 – Os partidos ditos “de oposição” não percebem nada disso ou têm medo de perceber?

Bem sei que o raciocínio lógico, nos dias que correm, se tornou uma prática imoral, insultuosa, maligna e intolerável. Por isso mesmo não darei as respostas que obtive para essas perguntas, e sugiro que o leitor, se alguma vier a obter por esforço próprio, trate de guardá-la para si, em profundo silêncio, para não magoar a sensibilidade de possíveis ouvintes. “

Se alguém ainda tem dúvidas, está gravemente afetado da Síndrome do Piu-Piu: "Será que vi um gatinho?"

Mas, dirá o leitor, não há políticos envolvidos na trama, gente das altas esferas, que dirige tudo de longe, sem mostrar a cara ou sujar as mãozinhas? Claro que há. Mas só são invisíveis a quem tenha medo de os enxergar. Para descobri-los, basta averiguar quem, na política, protege as Farc. Não preciso dar nomes: para avivar a memória, leia as listas de participantes do Foro de São Paulo, entidade criada precisamente para articular, numa estratégia revolucionária abrangente, a política e o crime.

Alguns ganham muito dinheiro com isso, mas nem todos, na lista, têm interesse financeiro direto no narcotráfico - o que não os torna menos criminosos. As Farc e organizações similares servem-lhes de arma de barganha, para criar o caos social, intimidar o inimigo e extorquir dele concessões políticas que valem muito mais do que dinheiro.

Quando a guerrilha está em vantagem, os políticos sublinham com as armas da retórica a retórica das armas, anunciando o advento de uma sociedade justa gerada no ventre do morticínio redentor. Quando a guerrilha está perdendo, usam o restinho dela como instrumento de chantagem, oferecendo a "paz" em troca da transformação dos bandos armados em partidos políticos, de modo a premiar a lista de crimes hediondos com a abertura de uma estrada risonha e franca para a conquista do poder.

São esses os barões. Não há outros. A parceria deles com o narcotráfico vem de longe. Começou na Ilha Grande, nos idos de 70, quando terroristas presos começaram a doutrinar os bandidos comuns e a ensinar-lhes os rudimentos da guerrilha urbana, segundo o manual de Carlos Marighela. Naquela época, os guerrilheiros e a liderança esquerdista em geral tinham um complexo de inferioridade: viam-se como uma elite isolada, sem raízes nem ressonância no "povo", em cujo nome falavam com um sorriso amarelo.

Por feliz coincidência, foram parar na cadeia numa época em que o filósofo germano-americano Herbert Marcuse lhes dera uma idéia genial: a faixa de população mais sensível à pregação revolucionária não eram os trabalhadores, como pretendia Karl Marx, e sim os marginais - ladrões, assassinos, narcotraficantes. Que parassem de pregar nas fábricas e buscassem audiência no submundo - tal era o caminho do sucesso. Quando as portas do cárcere se fecharam às suas costas, abriram-se para eles as portas da mais doce esperança: lá estava, no pátio da prisão, o tão ambicionado "povo". Sua função no esquema? Transmutar o reduzido círculo de guerrilheiros em movimento armado das massas revolucionárias.

Em 1991, o projeto, em formato definitivo, já vinha exposto com toda a clareza no livro Quatrocentos Contra Um, do líder do Comando Vermelho, William da Silva Lima, publicado pela Labortexto e lançado ao público na sede da Associação Brasileira da Imprensa, entre aplausos de mandarins da intelectualidade esquerdista que ali viam materializados seus sonhos mais belos de justiça e caridade.

Mais que materializados, ampliados: "Conseguimos o que a guerrilha não conseguiu: o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo crianças com disposição, fumando e vendendo baseado. Futuramente, elas serão três milhões de adolescentes, que matarão vocês nas esquinas." Todo o descalabro sangrento que hoje aterroriza a população do Rio de Janeiro não é senão a efetivação do plano aí esboçado com a ajuda dos mesmos luminares do esquerdismo que hoje pontificam sobre "segurança pública".

O parágrafo seguinte não preciso escrever, porque já escrevi. Está no Diário do Comércio de 16 de outubro de 2009 (http://www.olavodecarvalho.org/semana/091016dc.html): "Mais tarde, os terroristas subiram na vida, tornaram-se deputados, senadores, desembargadores, ministros de Estado, tendo de afastar-se de seus antigos companheiros de presídio. Estes não ficaram, porém, desprovidos de instrutores capacitados.

A criação do Foro de São Paulo, iniciativa daqueles terroristas aposentados, facilitou os contatos entre agentes das Farc e as quadrilhas de narcotraficantes brasileiros - especialmente do PCC -, dos quais logo se tornaram mentores, estrategistas e sócios. Foi o que demonstrou o juiz federal Odilon de Oliveira, de Ponta Porã, MS, pagando por essa ousadia o preço de ter de viver escondido, como de fosse ele próprio o maior dos delinquentes, enquanto os homens das Farc transitam livremente pelo país, têm toda a proteção da militância esquerdista em caso de prisão e até são recebidos como hóspedes de honra por altos próceres petistas."

Mas também é claro que, entre esses dois momentos, os apóstolos da sociedade justa não ficaram parados: fizeram leis que dificultam a ação da polícia (o governador carioca Leonel Brizola chegou a bloqueá-la por completo), espalharam por toda a sociedade a noção de que os bandidos são vítimas e, a pretexto de combater o crime por meio de uma "política de inclusão", construíram nos redutos da bandidagem obras de infraestrutura que tornam a vida dos criminosos mais confortável e sua ação mais eficiente.

No meio de tanta atividade meritória, ainda tiveram tempo de estreitar os laços tático-estratégicos entre as quadrilhas de delinquentes e a militância política, articulando, nas reuniões do Foro de São Paulo, a colaboração entre as Farc e o MST, que hoje recebe da guerrilha colombiana o mesmo adestramento em técnicas de guerrilha que começou a ser transmitido aos presos da Ilha Grande nos anos 70.

Falar em "ligações" da esquerda com o crime é eufemismo. O que há é a unidade completa, a integração perfeita, uma das mais formidáveis obras de engenharia revolucionária de todos os tempos. Não espanta que empreendimento de tal envergadura tenha a seu dispor, entre os "formadores de opinião", um número até excessivo de colaboradores incumbidos de negar a sua existência.

Olavo de Carvalho é Jornalista e Filósofo.

Dia de Combate a Corrupção



Charge: Sponholz

Desabafo Americano



Charge:animatunes

Pelo 2º ano consecutivo, Brasil leva maior delegação para reunião do clima


Pelo segundo ano consecutivo, a delegação brasileira na reunião anual sobre mudança climática é disparada a maior de todas, com quase três vezes mais gente do que a segunda maior, de acordo com dados preliminares da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC).

Foram 591 cadastrados pelo Brasil, segundo o informe preliminar da organização. Destes, cerca de 20 atuam como negociadores do país.

A segunda maior delegação, da África do Sul - país que vai sediar o próximo encontro climático - tem 199.

Os dados consolidados sobre quantos dos cadastrados retiraram as suas credenciais só serão anunciados no fim do encontro, na sexta-feira.

O Itamaraty informou que apenas solicita o credenciamento à UNFCCC, sem se responsabilizar pelos custos. O objetivo é permitir uma representação "inclusiva" da sociedade brasileira, segundo o órgão.

De brasileiros para brasileiros

A lista total de solicitações apresentada à UNFCCC para o evento em Cancún foi de 731 pessoas, segundo o Itamaraty.

Com tantos credenciados, não é difícil esbarrar em brasileiros nos corredores dos locais da conferência do clima.

Mas é no Espaço Brasil - um centro multimídia montado pelo governo que tem como principal atração uma visita virtual à Amazônia, que se percebe com mais nitidez o número de compatriotas presentes no México.

Com uma vasta lista de eventos diários, o pavilhão montado para divulgar informações sobre o Brasil no exterior acaba atraindo mais brasileiros que estrangeiros.

A própria pesquisadora da Coppe/UFRJ e ex-secretária nacional de Mudanças Climáticas Suzana Kahn Ribeiro comentou o fenômeno na rede social Twitter.

"A maioria das reuniões no Espaço Brasil em Cancún é de brasileiros para brasileiros. Quase todos já se conhecem. Não vejo muito sentido."

Em um destes eventos, a organização chegou a perguntar se era necessário haver tradução, uma vez que todos na plateia eram brasileiros.

ONGs na delegação

A lista de nomes enviada pelo governo brasileiro à UNFCCC tem mais de 11 páginas e inclui até representantes de organizações não-governamentais como WWF e Conservação Internacional, que normalmente pedem credenciamento diretamente à organização.

Além do de representantes de várias esferas de governo, entram na lista empresários, procuradores, pesquisadores e empreiteiros.

No ano passado, em Copenhague, o Brasil também ocupou a primeira posição na lista de delegações mais inchadas, com 572 "representantes", seguido pela Dinamarca, o país-sede, com 527, e China, com 333 pessoas.

O aumento do interesse nas reuniões climáticas da ONU pode ser visto pelo salto no número de credenciados.

Nos primeiros encontros, o número total não chegava a 10 mil pessoas, e foi caindo anualmente até a reunião de Nairóbi, em 2006. De lá para cá, houve um grande aumento no interesse.

Copenhague recebeu cerca de 18 mil pessoas e os dados preliminares para Cancún indicam que o número de participantes também passa de 15 mil.

Fonte: BBC Brasil 08/12/10
Desenho: Eduardo Cambuí Junior

Cancún, sede de reunião do clima, também é alvo de ameaça ambiental


Cancún é um dos destinos turísticos mais populares do mundo, mas estudos recentes indicam que a mudança do clima reserva maus tempos para o futuro do balneário, que neste ano sedia a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática.


Com uma gigantesca infra-estrutura hoteleira que cresceu rapidamente desde fins da década de 1970, chegando hoje a cerca de 30 mil quartos, muitos prédios de Cancún ficam a alguns passos do mar azul turquesa do Caribe.

E é exatamente isso que, segundo cientistas, ameaça o futuro da região. A existência dos prédios próximos do mar impedem a evolução da flora costeira colaborando para o aumento da erosão das praias.

Fatores como elevação do nível do mar, intensificação e maior frequência de tempestades e furacões e maior precipitação - possíveis consequências da mudança do clima nesta região - podem agravar problemas já existentes.

A erosão das praias a cada ano se torna mais preocupante. Só em 2009, custou ao governo US$ 100 milhões em trabalhos de transporte de areia de um banco de areia no balneário vizinho Cozumel.

"Eu atribuo este problema à forma com que se utiliza a costa", afirmou à BBC Brasil o oceanógrafo físico mexicano Ismael Mariño, do Centro de Investigação e Estudos Avançados (Cinvestad), em Mérida.

Demolição

Para ele, em vários casos, a melhor solução seria a demolição dos prédios atuais e a reconstrução mais distante do mar, de forma a permitir o crescimento da vegetação costeira.

"Daria a Cancún mais chances de sobreviver ao futuro."

Para Mariño, as enormes e pesadas construções próximas do mar mudam o sistema natural da costa, o que pode ser ainda mais agravado com a subida .

Com a possível elevação do nível do mar, milhares de dólares teriam de ser investidos todo ano não só para reconstruir as praias como para proteger os hoteis.

Furacões

O prognóstico sombrio marca também a tese de doutorado do pesquisador Arnoldo Matus Kramer, da universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, que investigou o impacto das mudanças climáticas no estado mexicano de Quintana Roo como um todo.

Ele inclui o perigo de furacões cada vez mais fortes e mais frequentes entre os fatores que ameaçam Cancún.

Em 1998, o furacão Gilbert causou prejuízos a 24% do setor hoteleiro do balneário. No entanto, foi o Wilma que causou os maiores prejuízos da história mexicana, quase US$ 1,5 bilhão.

O perigo de altas construções localizadas diretamente à beira do mar diante de furacões cada vez mais intensos é evidente. Mas as altas ondas provocadas por tempestades também podem agravar o problema de erosão das praias.

Para Matus, o mais preocupante é que o modelo de crescimento rápido e pouco ordenado está sendo repetido em outras praias do estado, por causa da saturação da infra-estrutura em Cancún.

'Caso perdido'

Ele alerta para a importância de adaptar os novos empreendimentos enquanto ainda há tempo.

"Para muitos, Cancún já é um caso perdido", afirmou. "As metas de crescimento urbano não foram seguidas, mas economicamente, este lugar é um sucesso."

Para Mariño, a adaptação para enfrentar as mudanças climáticas em Cancún pode passar por comportas no estilo holandês para manter o mar a uma distância segura.

Por enquanto, de acordo com o pesquisador Arnoldo Matus Kramer, quem vem garantindo o futuro do balneário são seguradoras e governo.

"Criou-se uma indústria para salvar Cancún", ironizou

Fonte: BBC Brasil 08/12/10

Terapia genética melhorou memória de ratos com sintomas de Alzheimer, dizem cientistas


Uma técnica de terapia genética criada para melhorar problemas de memória associados ao Mal de Alzheimer foi testada com sucesso em ratos, dizem cientistas americanos.

Os especialistas usaram a técnica para aumentar níveis de uma substância química que auxilia a comunicação entre células do cérebro, explica um artigo publicado na revista científica Nature.

Esse processo de envio de sinais entre as células é prejudicado em pacientes com o Mal de Alzheimer.

Segundo a entidade britânica Alzheimer's Research Trust, que fomenta pesquisas sobre a doença, o novo estudo acrescenta uma peça importante ao conhecimento que se tem sobre a sobre a doença e sugere novas rotas de pesquisa.

Amilóide
Com o aumento na expectativa de vida da população de muitos países do planeta, a incidência do Mal de Alzheimer e de outras formas de demência deve crescer.

A equipe de pesquisadores do Gladstone Institute of Neurological Disease, em San Francisco, na Califórnia, acredita que um aumento nos índices do neurotransmissor EphB2 no cérebro possa ajudar a reduzir ou mesmo prevenir alguns dos piores efeitos da condição.

Seu estudo sugere que a substância cumpre um papel importante na memória e que sua presença é reduzida em pacientes com o Mal de Alzheimer.

Uma das características mais marcantes dos cérebros afetados pela condição é o acúmulo de placas de uma proteína chamada amilóide. Com o passar do tempo, isso leva à morte das células do cérebro.

Experimento

A equipe baseou seu experimento em uma particularidade da proteína amilóide: sua suposta habilidade de se acoplar ao neurotransmissor EphB2, reduzindo a quantidade da substância disponível para as células do cérebro, o que poderia em parte explicar a perda de memória nos pacientes.

Para testar essa ideia, eles usaram técnicas de terapia genética para reduzir e também para aumentar a quantidade de EphB2 disponíveis nos cérebros de ratos de laboratório.

Quando os índices da substância foram reduzidos em ratos saudáveis, os animais desenvolveram sintomas de perda de memória similares àqueles observados em ratos programados geneticamente para apresentar uma condição similar ao Mal de Alzheimer.

E quando os ratos com sintomas de Alzheimer receberam terapia genética que aumentou os índices de EphB2, seus sintomas de perda de memória desapareceram.

Lennart Mucke, líder do estudo, disse que sua equipe ficou "encantada"; com a descoberta.

"Com base nos nossos resultados, achamos que impedir as proteínas amilóides de se acoplarem ao EphB2 e aumentar os índices de EphB2 ou de (suas) funções por meio de drogas pode ser benéfico a (pacientes com) Mal de Alzheimer", disse Mucke.

Repercussão

Pesquisadores britânicos disseram que o estudo, embora interessante, não oferece uma resposta rápida para pacientes com Alzheimer.

Rebecca Wood, diretora do Alzheimer's Research Trust, disse que o cérebro humano é complexo, e entender como ele funciona e como é danificado por doenças como o Mal de Alzheimer é uma tarefa gigantesca.

O estudo "indica uma forma de fazer com que as células nervosas do cérebro continuem se comunicando, o que é vital para o pensamento e a memória".

Mas ela acrescentou: "Não sabemos ainda se essas descobertas vão levar a um novo tratamento para o Mal de Alzheimer - isso ainda vai demorar.

Fonte: O Globo 30/11/10