sexta-feira, 29 de abril de 2011

Serra, PT e PSD apostam em implosão política de Alckmin, e PSDB e DEM podem se fundir


Por Jorge Serrão

Está longe de acabar (e bem) a crise interna no PSDB. Já se especula que José Serra também pode deixar o ninho tucano, assim que for conveniente, para se juntar ao PSD de Gilberto Kassab. Tudo vai depender do desfecho da antiga briga intestina contra o grupo de Geraldo Alckmin. A orientação imediata dos serristas é implodir com Alckmin, para que ele não tenha condições de liderar a sucessão municipal de 2012.

A saída de Walter Feldman, um dos fundadores do PSDB, para o PSD, foi apenas um sinal de quem é o alvo da operação que interessa diretamente ao PT. O objetivo petista de investir no esfacelamento político de Alckmin é para permitir que a aliança PMDB-PT ganhe a eleição para a prefeitura de São Paulo, no ano que vem. A candidatura do deputado Gabriel Chalita, que já foi aliado de Alckmin, lançada pelo vice-presidente da República Michel Temer, conta com o apoio estratégico até do ex-presidente Lula da Silva.

O esfacelamento do PSDB tem tudo para se agravar. Ontem, até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu que existem entendimentos sobre a fusão do PSDB com o DEM. FHC ponderou que as conversas de fusão são preliminares, mas confirmou: “Existem propostas nesse sentido. São aspectos delicados. Acho que o mais importante é manter a coesão dos partidos e, desde logo, dizer: aconteça o que acontecer, vamos nos manter unidos com certos objetivos maiores. Não sei qual a tendência, se vai haver fusão ou não”.

Ganha força o movimento para que FHC seja o presidente do novo partido gerado na fusão do PSDB com o DEM. Como José Serra e FHC se odeiam há muito tempo, caso seja criado o novo partido, Serra pode se mudar para o PSD – que já ensaia um discurso pretensamente mais socialista que a social democracia tucana. Sem espaço de poder, Serra gostaria de ser candidato a Prefeito de São Paulo ano que vem. Resta definir por qual partido: o velho ou um novo.

Fonte: Alerta Total
Charge: Novaes

Convidados para festa



Charge: Elvis

PT: a sofisticada organização criminosa está de volta


Mais de cinco anos depois, o PT prepara a volta de seu ex-tesoureiro Delúbio Soares, um dos protagonistas do escândalo do mensalão. Fundador do partido e amigo do ex-presidente Lula desde os tempos de sindicato, ele foi o único a ser punido com a expulsão da legenda, em outubro de 2005.

Considerado um arquivo ambulante do caso, aceitou o castigo em silêncio, sem entregar os companheiros. Agora, terá a fidelidade premiada com o retorno à sigla. Seu pedido de refiliação deve ser aprovado neste fim de semana, em reunião da cúpula petista em Brasília.

"O partido vai fazer justiça a Delúbio. Ninguém erra individualmente. Os erros são coletivos", defende Francisco Rocha, coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil e membro da Comissão de Ética do PT. O ex-tesoureiro é acusado de montar a máquina de arrecadação ilegal que, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, foi usada para comprar apoio ao governo Lula no Congresso.

Organizava o caixa em encontros clandestinos com o publicitário Marcos Valério de Souza em quartos de hotel -"conversas entre amigos", disse à Polícia Federal. A dupla recolheu pelo menos R$ 55 milhões em recursos "não contabilizados", distribuídos a políticos e assessores em envelopes e saques na boca do caixa. "Tudo sob as ordens do denunciado José Dirceu", afirma o Ministério Público.


Delúbio assumiu a culpa pelo ex-ministro, mas responde com ele no STF (Supremo Tribunal Federal) por supostos crimes de quadrilha e corrupção ativa. O ex-tesoureiro nega o suborno a parlamentares, mas admite ter recebido e repassado "dinheiro não contabilizado" a aliados.

Chegou a dizer que o mensalão seria esquecido e viraria "piada de salão". Depois abaixou o tom. Submergiu. Nas palavras de um amigo, a eleição de Dilma Rousseff selou o fim do "sacrifício" de um militante que já disse ter o PT em seu DNA.

Dirigentes do partido ouvidos ontem pela Folha disseram que o pedido de refiliação, avalizado por Lula, será aprovado com folga. "As razões que levaram o PT a afastá-lo ainda se mantêm. Não vejo motivo para aprovar sua volta antes do julgamento do caso", disse o deputado estadual gaúcho Raul Pont, apontado como um dos poucos dissidentes.

Nos últimos meses, o PT reabilitou outros personagens do escândalo, como Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. A volta de Delúbio, após mais de 1.800 dias de degredo solitário, concluirá a fase política do resgate. Na área penal, faltará combinar com o STF, que só deve julgar o caso em 2012.

Fonte: Blog do Coturno Noturno
Charge> Néo Correia

Mulher consegue na justiça o direito de se masturbar no trabalho


Ana Catarina Bezerra Silvares, 36 anos, divorciada, mãe de 3 filhos, analista contábil, possui uma doença que a difere das demais mulheres de seu ambiente de trabalho. Ela possui compulsão orgástica que é fruto de uma alteração química em seu córtex cerebral. Esta alteração a leva a uma constante busca por orgasmos que aliviem sua ansiedade.

Ana Catarina revela que ‘já teve dia de eu me masturbar 47 vezes. Foi neste momento que procurei ajuda. Comecei a suspeitar que isso poderia não ser normal”. Atualmente ela toma um coquetel de ansiolíticos que consegue frear a ansiedade, levando-a a se masturbar apenas 18 vezes por dia

O Dr. Carlos Howert Jr., especialista em Neurologia Sexual acompanha a paciente há três anos. Segundo seu relato, ela é a única brasileira diagnosticada com esta disfunção.Para ele “provavelmente devem haver muitas outras mulheres sofrendo do mesmo mal, mas a dificuldade de assumir leva a muitas a se acabarem na ‘siririca’”.

No dia 08/04/11 Ana Catarina venceu uma batalha jurídica que perdurava dois anos. Finalmente o Ministério do Trabalho a concedeu o direito de intervalos de 15 minutos a cada duas horas trabalhadas para que possa realizar sua busca por prazer. Também está autorizada pelo Dr. Antonino Jurenski Garcia, Juíz do trabalho de Vila Velha, Espírito Santo, a utilizar o computador da empresa para acessar imagens eróticas que alimentem seu desejo.
Isto que chamo de ter prazer com o trabalho…

Fonte: Portal Vale do Mamanguape 18/04/11

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Maravilhoso Modelo Chinês


Muita gente diz que deixou de comer carne depois que soube do tratamento que boizinhos, porquinhos e franguinhos recebem nos abatedouros. Vai ser curioso ver se essas mesmas pessoas vão deixar de comprar iPads porque foram feitos na fábrica da Foxconn em Shenzhen (China), onde grades impedem que operários tentem o suicídio, dadas as condições degradantes de trabalho.

Provocação aos vegetarianos à parte, o fato é que o festejado “modelo chinês” de crescimento é baseado, em alguma medida, em trabalho semi-escravo. Seria interessante saber o que diria Engels, um dos ideólogos do comunismo, se relatasse a situação de Shenzhen como fez quando foi a Manchester, em 1842, e escreveu sobre a terrível situação da classe trabalhadora inglesa de então.

Talvez fosse algo como o texto do correspondente Fabiano Maisonnave, da Folha, em reportagem publicada neste domingo:

“Em escala, o complexo (da Foxconn) é o exemplo mais próximo da ‘cidade do futuro’ para 100 mil funcionários que a empresa estuda construir no Brasil, segundo anúncio feito na recente visita da presidente Dilma Rousseff à China.

Os relatos, porém, não soam nada modernos:

cobranças dos chefes por meio de humilhantes broncas públicas, longas horas extras, falta de privacidade e de lazer nos dormitórios e baixos salários são parte da rotina. Um quarto pode acomodar até oito pessoas.

A divisão dos edifícios é por gênero, e visitas estão proibidas. ‘A organização é semi-militar’, conta o engenheiro de computação Ri Qian (os nomes usados nesta reportagem são fictícios), 24, contatado pela reportagem por meio de uma comunidade on-line de funcionários da Foxconn.

‘O que importa é qualidade, velocidade, eficiência e flexibilidade.’ Há quatro anos na Foxconn, Ri, 25, trabalha dez horas diárias, seis dias por semana, em troca de um salário de R$ 1.083 e seguro-saúde.

Para economizar, vive nos dormitórios, onde divide o quarto com um colega. Na Apple, um profissional com a mesma formação recebe, em média, R$ 13 mil mensais.”

Fonte: Marcos Guterman 24/04/11

China bane "viagem no tempo"


O blogueiro Richard Brody, da New Yorker, informa que o governo da China resolveu banir filmes cuja temática seja viagem no tempo, muito populares no país.
O argumento é que esse tipo de filme “desrespeita a história”, tratando-a de maneira “frívola”.

Para Brody, porém, a explicação é bem outra:
“O que os filmes chineses de viagem no tempo têm em comum é a noção de fuga: trata-se de escapar da China dominada pelo comunismo e ir para uma China de outra era, onde, de certo modo, ainda que estranhos e antiquados, o amor e a felicidade podiam ser encontrados.

A viagem no tempo serve aqui como um sonho de liberdade ante as restrições do presente, ou simplesmente como um apelo para se ver livre justamente desse tipo de regulação despótica e idiota”.

Fonte: Marcos Guterman 13/04/11

‘Providência divina’ segura Mantega no cargo de ministro da Fazenda



O governo usa uma expressão curiosa e pronunciada com ironia, para explicar a permanência do ministro Guido Mantega (Fazenda) no cargo: “providência divina”. Autoridades com gabinetes no Planalto dizem ser “justo” que Mantega enfrente as dificuldades que ele mesmo criou, no governo Lula, ao autorizar a orgia de gastos que obrigou a presidenta Dilma a cortar investimentos, até no PAC, e fez ressurgir a inflação

A presidenta resolveu manter Guido Mantega, ao menos por enquanto, até porque é ela quem agora dá as cartas.

O governo não tem “plano B” ou um nome alternativo a Guido Mantega, Até porque a tarefa dele, agora, é arranjar o que desarranjou.

Integrantes da cúpula do governo reconhecem que Guido Mantega ficou meio perdido desde que Henrique Meirelles deixou de tutelar a equipe econômica

Saudosistas dos tempos de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda podem perder a esperança: ele está adorando ser chefe da Casa Civil

Fonte: Claudio Humberto 25/04/11
Charge: Sponholz

Áreas protegidas da Amazônia ainda precisam ser consolidadas

Areas protegidas ocupam 43,9% do território da Amazônia e estão sujeitas ao desmatamento, exploração madeireira e mineração

Estudo aponta que Unidades de Conservação e Terras Indígenas têm falhas na gestão e pressão por desmatamento

Apesar de ocuparem 43,9% do território da Amazônia, as áreas protegidas do bioma não estão livres de ameaças à proteção da floresta, da fauna e de comunidades tradicionais. Estudo do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Instituto Socioambiental (ISA) mostra que, apesar de avanços nos últimos anos, as Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs) da região têm falhas na gestão e estão sujeitas às pressões do desmatamento, exploração madeireira e mineração.

De acordo com o relatório, “a criação e a manutenção de áreas protegidas é uma das estratégias mais eficazes para a conservação dos recursos naturais na Amazônia”, mas a preservação depende de gestão eficiente, ampliação das fontes de financiamento e controle das atividades ilegais.

Um dos principais desafios para a proteção efetiva dos territórios que estão em UCs e TIs, segundo os pesquisadores, é a consolidação dessas áreas. Até dezembro de 2010, por exemplo, 70% dos planos de manejo das unidades de conservação da Amazônia não estavam prontos. “Das 308 UCs estaduais e federais analisadas, apenas 24% possuíam planos de manejo aprovados; 1% estava com seus planos em fase de revisão; 20% estava na fase de elaboração, e 50% sequer tinham iniciado seus planos de manejo”, revela o levantamento do Imazon e do ISA.

A dificuldade na gestão também está ligada à falta de pessoal, com poucos fiscais responsáveis por áreas imensas de florestas, muitas vezes distantes de ocupações urbanas. Nas UCs estaduais, a média é de um funcionário para cuidar de 1,8 mil quilômetros quadrados (km²). Há casos em que a proporção é de uma pessoa para 4 mil km², uma área equivalente a 400 mil campos de futebol.

Nas terras indígenas, a homologação de áreas já reconhecidas e os conflitos econômicos e fundiários são os principais gargalos para a consolidação, segundo o relatório.

O desmatamento, que ameaça todo o bioma, também atinge as áreas protegidas, que teoricamente deveriam estar protegidas das derrubadas ilegais. De acordo com o estudo, 3,5% de todo desmatamento na Amazônia até 2009 estava em áreas protegidas, num total de quase 26 mil km² de floresta a menos. Há UCs em que 88% da vegetação original foi derrubada e TIs com 70% do território desmatado.

Além das pressões do desmate e da exploração ilegal de madeira e da mineração, as áreas protegidas também sofrem ameaças de alterações formais, geralmente para reduzir o tamanho dos territórios sob proteção. Em 2010, um estudo do Imazon identificou pelo menos 37 propostas formais para alterar 48 áreas protegidas da Amazônia.

No estudo, os pesquisadores sugerem medidas para fortalecer e consolidar as áreas protegidas na Amazônia, como o controle de ocupações irregulares, o aumento do número de gestores para atuação em campo nas unidades de conservação e a conclusão prioritária de processos de reconhecimento e homologação de terras indígenas.

Fonte: IG 24/04/11

Livro revela detalhes de época de tolerância sexual na China


As memórias de Sir Edmund Trelawny Backhouse, que viveu quase 50 anos na China do início do século 20, estão sendo lançadas com a promessa de revelar que a famosa Imperatriz Cixi foi assassinada e outros detalhes de uma época que o autor apresenta como de grande tolerância sexual. Backhouse, que residiu no país de 1898 até sua morte, em 1944, foi um peculiar personagem com um perfeito conhecimento da língua chinesa e seus excepcionais contatos com a corte manchú.

O livro, intitulado "Decadence Mandchoue: The China Memoirs of Sir Edmund Trelawny Backhouse" ("Decadência Manchu: As Memósrias Chinesas de Sir Edmund Trelawny Backhouse", em tradução livre) é, segundo seu editor, Derek Sandhaus, "uma fantástica fábula escrita por um encantador autor com um endiabrado senso de humor". É também um desafio aos livros de história, ao assegurar que, diferentemente da crença habitual de que morreu de causas naturais, a imperatriz Cixi teria sido assassinada, da mesma forma que o imperador Guangxu, que morreu um dia depois dela.

Uma característica importante de Backhouse é sua homossexualidade, o que ia contra o puritanismo da época (ele saiu da Inglaterra quando Oscar Wilde, a quem deu publicamente seu apoio, foi processado por sodomia), e que em suas memórias se reflete em relatos sobre seus escarcéus sexuais. "A China tinha, pelo menos para os homens, uma cultura muito mais liberada sexualmente há cem anos que o Ocidente naqueles tempos", explica Sandhaus à Agência Efe.

Intelectuais chineses e integrantes da corte manchú mantinham relações homossexuais abertamente e grande parte da vida social desses círculos girava ao redor da Ópera de Pequim, que era inseparável da prostituição masculina, acrescenta o editor-chefe da Earnshaw Books, primeira editora a publicar estas memórias.

O alto conteúdo sexual dificultou a publicação do livro na China, muito mais puritana do que há um século. Segundo Sandhaus, a edição inglesa estará disponível em livrarias do país, enquanto a chinesa por enquanto só será vendida em Hong Kong, como costuma ocorrer com livros barrados pela censura comunista.

Outra questão em torno ao livro são as dúvidas sobre sua veracidade: Backhouse era conhecido por sua imaginação e as memórias foram relatadas a um médico quando ele já estava idoso e doente. Alguns historiadores duvidam da exatidão deste relato, o que fez com que passasse quase 60 anos sem ser publicado. O jornal de Hong Kong "South China Morning Post" especifica que um dos grandes críticos destas memórias, o professor da Universidade de Oxford Hugh Trevor-Roper, confiou nos supostos diários de Adolf Hitler que finalmente provaram ser falsos.

"Backhouse é uma figura contraditória, porque aparentemente tinha uma imaginação fértil, mas não devemos repeli-lo por isso", ressaltou Sandhaus. "Viveu em Pequim durante o período que descreve, falava chinês e manchú e tinha um conhecimento da política e da cultura chinesa que supera em muito outros escritos daquele tempo", acrescentou. "Inclusive se o que conta são fofocas, são fofocas de fonte bem informada, e na capital chinesa as intrigas costumam estar mais próximas da informação real do que os relatórios oficiais", afirmou.

Backhouse, que era poliglota - falava também francês, russo, latim, grego, japonês, entre outros - trabalhou como intérprete para os diplomatas britânicos e evitava o contato com outros estrangeiros, provavelmente pelo fato de ser homossexual.

Os jornalistas ingleses da cidade de Pequim da época diziam que ninguém falava chinês como ele, mas que não era fácil encontrá-lo: quando passava perto de outros estrangeiros escondia seu rosto e pedia a seus empregados que lhe avisassem da proximidade de estrangeiros para evitá-los ao sair de casa.

Testemunha de uma tumultuosa época, Backhouse morreu em um hospital de Pequim e está enterrado em um cemitério católico da capital chinesa.

Fonte: IG 19/04/11

domingo, 24 de abril de 2011

Cristãos são detidos e impedidos de celebrar Páscoa em Pequim

A pedestre atravessa a rua em frente ao prédio da congregação cristã Igreja Shouwang, em Pequim


A polícia chinesa deteve pelo menos 20 pessoas em uma operação contra grupos cristãos neste domingo de Páscoa. Os agentes impediram membros de uma igreja protestante de realizar um serviço religioso em público na capital do país, Pequim.

O grupo faz parte da Shouwang, uma das maiores 'igrejas subterrâneas' de Pequim. As 'igrejas subterrâneas' se recusam a deixar o Partido Comunista controlar a sua crença, e, como consequência, são consideradas ilegais.

A operação começou às 8h de domingo pelo horário local (21h de sábado em Brasília). Segundo o correspondente da BBC em Pequim Damian Grammaticas, o distrito de Zhongguancun foi tomado por policiais uniformizados e à paisana, além de viaturas.

Grammaticas diz ter visto cerca de 20 pessoas sendo colocadas dentro de ônibus e levadas a uma delegacia.

Segundo o repórter da BBC, nas últimas semanas, o governo expulsou a Shouwang do prédio que costumava ocupar e impediu a igreja de se mudar para sua nova sede, construída com dinheiro dos fiéis. Os líderes da Shouwang estão em prisão domiciliar.

O governo chinês alega que o seu povo possui liberdade de religião, garantida pela Constituição. No entanto, a lei só permite o credo em igrejas registradas oficialmente. As igrejas oficiais do país têm cerca de 20 milhões de fiéis.

Estima-se que 50 milhões de cristãos chineses façam parte das 'igrejas subterrâneas'. De acordo com Grammaticas, ativistas cristãos chineses dizem estar sendo alvo de perseguição em todo o território do país.

Operação contra dissidentes
As detenções desta Páscoa ocorrem em meio a uma das maiores operações do governo chinês contra dissidência interna desde o massacre da Praça Tiananmen (Paz Celestial), em 1989.

Nos últimos meses, dezenas de ativistas pró-direitos humanos, advogados, blogueiros e artistas foram detidos. Alguns receberam longas sentenças de prisão, enquanto outros foram pegos pela polícia e desapareceram, segundo o repórter da BBC.

Um dos detidos foi o artista Ai Wei Wei, reconhecido internacionalmente e famoso por suas críticas ao regime.

Analistas acreditam que o Partido Comunista chinês, preocupado com as revoluções pró-democracia em países árabes, está se antecipando e esmagando possíveis ameaças ao regime antes que elas possam sair do controle.

Fonte: G1 24/04/11

Morre na Índia líder religioso Sathya Sai Baba


De acordo com agências internacionais, ele estava na casa dos 85 anos.
O guru é considerado por seus seguidores como um deus vivo


Morreu na manhã deste domingo (24) um dos mais populares líderes religiosos da Índia, Sathya Sai Baba, considerado por seus seguidores como um deus vivo. De acordo com agências internacionais, ele estava na casa dos 85 anos.

O líder morreu em sua cidade natal de Puttaparthi, no Sul do país, por conta de complicações no coração e nos pulmões.

O guru estava hospitalizado por problemas cardíacos, pulmonares e renais. Ele estava há mais de três semanas em quadro grave de saúde e, há uma semana, contava com auxílio para respirar.

Seus fiéis acreditam que ele possui poderes sobrenaturais, como fazer aparecer objetos ou curar doenças em fase terminal.

A morte causou a tristeza dos devotos. Centenas de milheres de fiéis são esperados para o funeral do líder.

“O progresso espiritual não é somente um exercício intelectual. É o reto viver, a boa conduta, o comportamento moral. Estas atitudes são as conseqüências automáticas de uma crença em um Deus bom, justo e compassivo, que está observando e testemunhando cada ato. Portanto a fé em um Deus onisciente, oni-presente e onipotente é o primeiro pré-requisito para uma boa vida.”Sai Baba


Fonte; IG 24/04/11

Dia da Ressurreição de Cristo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Papa: cristãos tendem a se tornar "o povo da incredulidade"


Papa celebra missa do lava pés, nas cerimônias de preparação para a Páscoa

O Papa Bento XVI lamentou nesta quinta-feira que muitos cristãos estejam perdendo a fé. "Em grande parte, os cristãos estão se tornando um povo incrédulo e afastado de Deus". Ao celebrar a missa de Quinta-Feira Santa, que lembra a última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos, o papa observou com angústia o panorama nas grandes nações cristãs. "Parecem fatigados da própria fé e cansados de suas próprias história e cultura", observou.

"Não permitam que nos tornemos um não-povo!", suplicou, dirigindo-se a Deus, diante de cerca de 500 religiosos reunidos na Basílica de São Pedro.

O tema também fez parte da fala do papa em audiência na praça São Pedro, na quarta-feira. Diante de 13.000 fiéis, Bento XVI se lamentou do que chamou de "insensibilidade da alma ao poder do mal" e, paralelamente, da "insensibilidade com a presença de Deus".

Fonte: Veja 21/04/11

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Quaresma e Semana Santa no Congresso




Charges: Luscar e Santo

Que vergonha heim Aécio!



O senador da república, Aécio Neves, teve sua habilitação retida numa blitz no Rio de Janeiro por estar vencida. O senador mineiro se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi multado em R$ 957,69

Charge: Duke

Obra do Minha Casa, Minha Vida no AM derruba castanhal de 300 mil m2


Para erguer conjunto de 500 casas em Parintins, financiado pela Caixa Econômica Federal, construtora desmatou área equivalente a 30 campos de futebol da árvore símbolo da Amazônia e, até agora, não cumpriu exigência de plantio e replantio de 2.717 mudas


Um conjunto habitacional de 500 casas do programa Minha Casa, Minha Vida está sendo erguido no município de Parintins (AM) numa área de 300 mil m² que era ocupada por castanheiras - árvore símbolo da Amazônia, cujo corte e comercialização são proibidos. A obra é financiada pela Caixa Econômica Federal.

O empreendimento atende pelo nome de Vila Cristina e ocupa parte de área da comunidade Macurany. "Não somos contra a construção de conjuntos habitacionais na cidade, mas as castanheiras eram uma das alternativas de renda de 130 famílias", diz Odirley Souza, morador da comunidade.

Há divergências sobre o número de árvores derrubadas. Souza conta que foram "mais de cem". A empresa NV Indústria e Construção, responsável pela obra, diz que o número de castanheiras abatidas foi menor: 81. No terreno destinado ao conjunto habitacional, que tem planos de expansão, havia ainda exemplares de espécies nativas. O total de árvores abatidas foi de 207, segundo a própria empresa, e ocupava uma área equivalente a 30 campos de futebol.

Há divergências também sobre o cumprimento da licença ambiental concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam). O Estado teve acesso ao documento, de 21 de agosto de 2009. A licença condicionava o corte das árvores e o início das obras ao plantio e replantio de 1.584 mudas de castanheiras, além de plantio e replantio de outras 1.133 mudas de espécies nativas. Essa exigência não foi cumprida até hoje, quase um ano e nove meses depois da concessão da licença.

O diretor administrativo da construtora, Hudson Tavares Almeida, disse que a continuidade das obras foi assegurada pela renovação da licença, no início do mês. "Estamos seguindo o que manda a lei", disse, argumentando que não existe prazo para o cumprimento das exigências fixadas pelo órgão ambiental.

A Caixa Econômica Federal, segundo a construtora, participou do financiamento de R$ 17 milhões ao empreendimento da Vila Cristina. O dinheiro público entra no negócio como subsídio às famílias interessadas pelos imóveis - casas de dois quartos ou três quartos com suíte. O subsídio é garantido à faixa de renda entre três e dez salários.

Renda. Denúncia entregue na sexta-feira passada à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira - que participava de um evento na cidade -, lembra que nem os professores públicos do município têm renda suficiente para comprar uma casa no conjunto habitacional. A construtora informa que parte das primeiras unidades já vendidas tem como compradores os moradores de outros locais, como Manaus, a capital do Estado, e até Rio Grande do Sul.

Parintins está localizada em uma ilha no Rio Amazonas. É um polo turístico da região, principalmente por causa das festas do Boi Bumbá, que dividem a cidade entre as cores azul e vermelho, marcas dos grupos Garantido e Caprichoso. As festas atraem turistas do País inteiro.

A construtora planeja outras quatro etapas da Vila Cristina, com mais 250 casas cada uma. Moradores da comunidade Macurany, porém, informam que os antigos castanhais integravam área de proteção ambiental do município.

Na obra, perto das casas recém-construídas, alguns troncos abandonados de castanheiras se misturam às novas ruas de barro da Vila Cristina.

Preço

R$ 37 mil - É quanto a população paga por uma casa, com subsídio. O custo real varia de R$ 54 mil a R$ 77 mil

Fonte: Estadão 20/04/11

Justiça concede habeas corpus a 40 presos na Operação Guilhotina


Grupo foi acusado de ligação com quadrilhas de traficantes de drogas, venda ilegal de armas e vazamento de informações sobre operações policiais

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu habeas corpus para 40 pessoas presas na Operação Guilhotina, acusadas de envolvimento com quadrilhas de traficantes de armas e drogas e vazamento de informação para bandidos.

A ação, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano, resultou na prisão de integrantes da cúpula da segurança do Rio e teve, como seu principal desdobramento, a queda do chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski.

Três desembargadores da 7ª Câmara Criminal aprovaram o pedido por unanimidade nesta terça-feira. Entre os nomes beneficiados pela decisão está o do ex-subchefe operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira. Ele ocupou o cargo em 2009, quando Turnowski estava à frente da corporação.

A Operação Guilhotina teve como objetivo prender um grupo de policiais acusados de usar a condição de agente de segurança do estado para beneficiar traficantes mediante a cobrança de propina. Os agentes foram acusados de vender informações aos criminosos para facilitar a fuga antes das operações, dar cobertura à ação de milicianos e revender armas e drogas apreendidas pela própria polícia.

A ação da PF levou à queda do então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Allan Turnowski, que, depois, foi indiciado por crime contra a administração pública. A informação de que Turnowski teria alertado um policial sobre investigações da Polícia Federal foi divulgada logo após sua demissão, e negada por ele.

Na ocasião, o secretário estadual de segurança pública do Rio, José Mariano Beltrame, repudiou o envolvimento de policiais com a criminalidade. “Nenhuma polícia do mundo vira a página enquanto tiver em seus quadros esse tipo de gente”, disse. Segundo o secretário, era necessário cortar na própria carne.

Críticas à Operação Guilhotina, e à forma como foi feita à investigação, foram feitas pela primeira vez na semana seguinte às prisões. O promotor de Justiça Homero das Neves Freitas Filho afirmou que o indiciamento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski, acusado pela Polícia Federal de “violação de sigilo funcional com dano à administração pública” foi como “esticar a caneta”. "Eu não vi vazamento da Operação Guilhotina com prejuízos ao estado”, afirmou o promotor, na época, ao site de VEJA

Fonte: revista Veja

domingo, 10 de abril de 2011

O perigo dos copycats


O massacre das crianças assassinadas na escola de Realengo, interior do Rio de Janeiro, que abala o Brasil e ganha repercussão em todo o mundo, poderá ter mais desdobramentos, segundo especialistas em criminologia, inclusive a brasileira Ilana Casoy.

Agora, a CNN colocou no ar em todo o planeta grande matéria com estudiosos e pesquisadores desse tipo de brutalidade que apostam que, a exploração das tragédias como a da escola de Realengo, cometidas por psicopatas, pode provocar o surgimento dos famosos copycats. São aqueles que, vendo a notoriedade que esses crimes e seus autores ganham na mídia, são estimulados a copiá-los.

Também o The New York Times acaba de dedicar uma matéria aos copycats, que chama de “efeito colateral de grande risco”, sem que ainda se tenha quaisquer fórmulas seguras para evitá-los.

É claro que podemos evitá-los, é só não dar tanto ibope para essa barbaridades. É um absurdo a exploração que os meios de comunicação fazem com os acontecimentos, com as pessoas envolvidas.

Fonte: Giba Um

Homem de confiança de Tarso Genro é preso pela Polícia Federal em Brasília


Um homem de confiança do governador Tarso Genro, Francisco Narbal Alves Rodrigues, ex-coordenador nacional do Pronasci durante a gestão do ex-ministro da Justiçam atual segundo homem mais importante do Escrítório de Representação do RS em Brasília (nomeado pelo atual governo), conhecido militante do PT no Estado e ex-dirigente do Cpers, foi preso na última terça-feira pela Polícia Federa, acusado de roubar dinheiro público.

Ele foi um dos presos durante a Operação Déjà Vu II, deflagrada pela Polícia Federal. A operação investigou desvios em contratos do Pronasci, programa comandado por Tarso Genro no Ministério da Justiça.

A Polícia Federal do Paraná tem cópia de transferências bancárias que comprovariam que Rodrigues recebeu dinheiro da Adesobras, Oscip suspeita de desviar dinheiro público, inclusive durante o período em que trabalhou sob as ordens de Tarso Genro em Brasília.

Cópias de e-mails revelam que o ex-coordenador do Pronasci teria tentado prorrogar um contrato da Oscip já vencido e corrigido relatórios da Adesobras que foram encaminhados ao Ministério da Justiça.

Os repasses para Rodrigues seriam em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil. O filho dele era funcionário da Adesobras e recebia como salário dinheiro vindo do MJ para implementação do Pronasci no Paraná.

- Rodrigues foi nomeado por Tarso Genro quando este era ministro da Justiça e trabalhou com o governador também no ministério da Educação. Tarso, este ano, levou-o pra a segunda posição no Escritório de Representação do RS em Brasília.

Rodrigues é antigo militante do PT no Rio Grande do Sul e já fez parte da diretoria do CPERS. Segundo a assessoria de Tarso, ele soube das denúncias em 2009 e pediu à PF para investigar o assunto. Mas manteve Rodrigues no cargo por considerar não existir nada de concreto contra o assessor.

Em 2011, Rodrigues foi nomeado como segundo homem da representação gaúcha em Brasília. A assessoria de Tarso informa que a nomeação de Rodrigues foi anulada.

Fonte: Políbio Braga 08/04/11

Explicando à OEA



Fonte: Charges

Quem mata nossas crianças todos os dias?


Charge: Cerino

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mulher processa hotel por ser presa após denunciar estupro


Uma mulher australiana que passou oito meses na prisão nos Emirados Árabes após ter ido a polícia sob queixas de ter sido estuprada e drogada está processando o hotel em que a suposta violação teria ocorrido. Alicia Gali foi condenada a 12 meses de prisão depois de ter alegado ter sido violentada por três colegas de trabalho, quando bebia com colegas no bar do Le Meridien Al Aqah Beach Resort, nos Emirados Árabes, em junho de 2008.

Após ter relatado o crime à polícia, Alicia Gali acabou sendo presa por adultério e cumpriu uma pena de oito meses. Ela foi perdoada em março de 2009 e regressou à Austrália.

A australiana acabou presa por ser ilegal, manter relações sexuais fora do casamento nos Emirados Árabes e foi acusada e condenada de ter feito ''sexo consensual''. Estupro só é considerado crime no país se quatro homens muçulmanos testemunharem o ocorrido.

Advogados
''O ex-empregador de Alicia abandonou-a da forma mais terrível. Ela foi drogada e em seguida violentada por três ou quatro colegas. Quando a segurança do hotel foi informada do que aconteceu, não fez nada para ajudá-la. O gerente de recursos humanos do hotel não avisou para a sra. Gali quais seriam as consequências que ela sofreria ao relatar o crime. Para piorar ainda mais, ela foi presa por ter relatado esse crime hediondo'', afirmou a advogada Melissa Payne, que representa a australiana.

A defesa afirma ainda que o hotel descumpriu obrigações trabalhistas ao não ter em vigor um sistema que protegesse funcionários contra agressões e contra suas consequências legais, além disso, afirmam os advogados, o hotel estimulava seus funcionários a beber álcool no bar sem uma permissão especial (que é concedida somente aos residentes no país), criando assim um clima que tornava mais fácil salpicar um drinque com drogas''.

Segundo os advogados, entre as medidas que o hotel poderia ter cumprido estão a de contar com áreas isoladas e seguras para suas funcionárias e fornecer treinamento adequado a respeito das leis e costumes dos Emirados Árabes.

Alicia Gali conta que não quer que o seu caso seja explorado como um ataque antimuçulmano ou antiárabe, uma vez que ''os homens envolvidos eram estrangeiros. Eles não eram provenientes do Oriente Médio. Dois deles eram da Índia e outro das Ilhas Maurício''.

A australiana conta que ''julgava estar segura e protegida dentro de um grupo hoteleiro internacional, mas eles não me deram o aconselhamento correto e não me ajudaram quando eu fui acusada e presa''.

Mas Alicia Gali afirma que apesar de muitos estrangeiros, como ela, irem aos Emirados Árabes para trabalhar e de o país se vender como um destino turístico, eles ainda contam com leis arcaicas e que a legislação do país não protege as mulheres.

Fonte:UOL notícias 30/03/11

domingo, 3 de abril de 2011

A anatomia do valerioduto


ÉPOCA obteve o relatório final da Polícia Federal sobre o caso do mensalão. Ele revela que o dinheiro usado por Marcos Valério veio dos cofres públicos e traz novas provas e acusações contra dezenas de políticos
clique aqui e leia a matéria toda


Fonte: Época
Charge: Sponholz

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Máfia Suprapartidária

na foto Paulo Bururuprefeito preso

Empresas ligadas à chamada máfia da merenda pagaram cerca de R$ 1,5 milhão em propinas para a administração petista de Jandira, na Grande São Paulo. O dinheiro era entregue pessoalmente ao então prefeito Paulo Bururu (PT), que foi preso nesta quarta-feira, 30, em flagrante sob a acusação de porte ilegal de armas. Ele nega.Às 6 horas desta quarta, policiais e promotores do Ministério Público Estadual (MPE) revistaram a casa de Bururu e de outras quatro pessoas.

Na casa do ex-prefeito, em um condomínio em Jandira, os promotores acharam US$ 7,3 mil, uma pistola, uma espingarda e documentos de imóveis que seriam de Bururu, mas que não foram declarados à Receita Federal.

Para os promotores, a corrupção em Jandira passou da administração petista para a dos tucanos, chefiada por Braz Paschoalin (PSDB). Ele foi assassinado em 10 de dezembro, segundo a polícia, a mando de dois ex-secretários da cidade. Paschoalin teria recebido R$ 224.522,27 de propina para liberar o pagamento de R$ 850.463,16 devidos pela prefeitura da cidade à empresa SP Alimentação, que forneceu merenda à Jandira até 2009.

O esquema da merenda escolar foi descoberto na investigação sobre o suposto cartel do setor feita pelos promotores Silvio Antônio Marques, da Defesa do Patrimônio Público e Social, e Arthur Pinto de Lemos Junior, do Grupo de Atuação Especial e Repressão à Formação de Cartéis e Lavagem de Dinheiro (Gedec). Eles obtiveram grampos telefônicos que mostravam o diretor de uma das empresas - a Verdurama - negociando propinas.

Porém a Justiça (Justiça?) já determinou a soltura do ex-prefeito do município de Jandira (SP) Paulo Bururu.

Fonte: Estadão e Coturno Noturno

FGTS-Vale: ingerência política faz aplicação na empresa ter o pior resultado do mês


O conturbado processo de substituição do presidente da Vale, Roger Agnelli , no mês de março, foi decisivo para o desempenho das ações da companhia nas últimas semanas.

O resultado é que os investidores que têm recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aplicados na empresa foram os que amargaram as maiores perdas em aplicações financeiras em março.

A perda foi de 6,81% até o último dia 28, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Em 2011, o recuo é de 4,89%.

A pressão do governo para trocar o comando da empresa tem despertado no mercado temores sobre a extensão da interferência política na condução dos negócios da Vale. Com isso, suas ações estiveram entre as que mais recuaram no Ibovespa no mês passado. Os papéis ordinários (ON, com direito a voto) caíram 5,24%, para R$ 53,35, enquanto os preferenciais (PNA, sem voto) tiveram queda de 4,46%, para R$ 47,39.

- Pelos fundamentos, era para as ações da Vale estarem voando (subindo). Os preços do minério de ferro estão lá em cima e a empresa divulgou um balanço excepcional. Mas a incerteza e o impacto de uma indicação política estão pesando sobre os papéis -afirma o sócio da M2 Investimentos, Bruno Lembi.

Vêm sendo afetados pela queda dos papéis 471 mil acionistas da Vale, bem como os 254 mil trabalhadores que investiram parte de seu FGTS em ações da mineradora.

FGTS-Petrobras é a aplicação do ano

Na última sexta-feira, o Bradesco cedeu à pressão do governo e decidiu apoiar a saída de Agnelli da presidência da Vale, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Previ, Ricardo Flores, como informou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois . A expectativa é que as ações da Vale continuem voláteis, até que seja definido o nome do substituto de Agnelli.

Se os investidores de Vale estão sofrendo, quem investiu no FGTS-Petrobras tem o que comemorar no ano. O rendimento em 2011, até dia 28, é o maior entre as aplicações financeiras, de 6,55%, embora tenha sido de apenas 0,07% em março.

Os fundos de renda fixa foram a melhor aplicação do mês passado, com rendimento de 0,88%. Isso ocorreu porque a expectativa do mercado para as taxas de juros no futuro foi-se reduzindo ao longo de março.

Com a mudança da postura do Banco Central, de apostar mais em medidas macroprudenciais que nos juros para conter a inflação, a curva de juros futuros foi reduzindo - explica o tesoureiro do Banco Modal, Luiz Eduardo Portella.

Os fundos DI (pós-fixados) foram a segunda melhor aplicação de março, com rendimento de 0,80%, seguidos pelos multimercados multiestratégia (que podem investir em renda fixa, variável ou câmbio), com ganho de 0,79%, pelos dados até o dia 28.

A inflação elevada, no entanto, continua corroendo parte dos ganhos do investidor. O IGP-M registrou alta de 0,62% em março, o que praticamente anula o ganho de 0,62% das cadernetas de poupança com aniversário em 1 de abril. No ano, a poupança acumula rendimento 1,76%, enquanto a inflação medida pelo IGP-M já atinge 2,43%.

Os fundos de ações indexados ao Ibovespa amargaram perda de 0,35% até o dia 28, mas tendem a fechar o mês no território positivo, já que os últimos dias foram de ganhos para a Bolsa. O Ibovespa encerrou março com alta de 1,79%, embora ainda registre queda de 1,04% no ano.

A Bovespa deu uma recuperada nos últimos dias, mas continua indefinida. Ainda não vejo muita força na recuperação - afirma o administrador de investimentos Fabio Colombo.

Já os fundos cambiais (que consideram as aplicações em euro e dólar) renderam 0,30% em março. A moeda americana perdeu 1,92% e encerrou o mês cotada a R$ 1,631.

Nesta quinta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu pelo terceiro dia seguido. O Ibovespa, referência do mercado, avançou 0,87%, a 68.586 pontos, maior nível desde 26 de janeiro. O desempenho foi puxado pelo setor bancário.

Fonte: O Globo 01/04/11

Interferência política e indevida na Vale


As resistências à privatização da então Companhia Vale do Rio Doce foram muito fortes, o que reduziu o número de potenciais interessados na empresa. As resistências vinham mais de fora do âmbito da Vale, pois, mesmo como estatal, a companhia tinha internamente uma cultura preocupada com a produtividade.

Por suas características - uma mineradora com atuação em áreas carentes de infraestrutura e pouca presença dos poderes públicos -, a Vale estava sujeita a pressões dos governantes e políticos locais, o que poderia inviabilizar a gestão em mãos privadas.

O ex-presidente Sarney, já como senador pelo Amapá, mas ainda refletindo sua ligação com o Maranhão, chegara a dizer que a Vale não poderia ser privatizada, argumentando que a estatal era na verdade uma agência de desenvolvimento. Neste ambiente, a dificuldade de privatização acabou se refletindo na sua formação societária, que não se revelou satisfatória logo após o leilão de venda.

O governo acabou mantendo uma elevada participação indireta no capital da companhia (via BNDESPar), com a ajuda de fundos de pensão de estatais, e assegurou direito de veto em questões de extrema importância estratégica para o país. Mesmo com todos os obstáculos iniciais, a Vale se superou, sob comando de uma diretoria formada por profissionais gabaritados.

A empresa fez ousadas aquisições, multiplicou investimentos e soube aproveitar as oportunidades que apareceram, o que possivelmente não teria ocorrido se tivesse permanecido como estatal, pelas conhecidas amarras que restringem esse tipo de companhia. O resultado dessa mudança se traduziu em considerável aumento de valor de mercado da Vale, que, em dez anos, saltou de US$ 9,2 bilhões para US$ 176,3 bilhões.

A Vale hoje é a terceira maior empresa de mineração do planeta e disputa o primeiro lugar como principal exportadora brasileira. Seus investimentos em 2010 alcançaram US$ 19,4 bilhões. Nada disso foi suficiente para que o governo Lula deixasse de alimentar o desejo de "reestatizar" a Vale, embora sem ter o controle acionário da empresa.

Lula passou a manifestar o descontentamento em relação ao presidente da Vale, Roger Agnelli, criticando publicamente decisões da empresa, que nem por isso se desviou de seu rumo de crescimento, contribuindo muito mais que "uma agência de desenvolvimento" para a superação de problemas que o país enfrenta. Essas pressões não terminaram com o fim do mandato de Lula.

Como interlocutor do novo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou o Bradesco, um dos sócios controladores da Vale, com o propósito de substituir Agnelli na presidência da companhia, executivo indicado pelo banco. Conseguiu. A iniciativa só se explica pelo desejo político do governo Dilma de interferir nos caminhos da ex-estatal, já que, como acionista, do ponto de vista econômico e financeiro, não teria motivo para tal.

Como empresa privada, a Vale emprega muito mais pessoas e recolhe bem mais impostos. Mas os atuais detentores do poder querem mais: desejam empregar apaniguados e apoiar projetos sem sustentação técnica (siderúrgicas, quando o mercado de aço está superofertado; compra de navios no mercado interno com elevado sobrepreço).

A operação de destituição de Agnelli aumenta a percepção de risco em associações com o governo. A sociedade pagará um preço, na forma de desincentivo a investimentos privados em grandes projetos

Fonte: O Globo