quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tempestade solar atinge a Terra 'de raspão', diz Nasa

No auge da perturbação, auroras foram avistados em torno de dois pólos e em mais de cinco estados dos EUA, incluindo Michigan, Nova York, Dakota do Sul, Maine, e Minnesota.


Uma tempestade solar surgida em uma gigantesca mancha no Sol atingiu a Terra "de raspão", causando poucos transtornos nos sistemas elétricos, disseram especialistas dos EUA.

"A atual tempestade está provavelmente no fim", disse Joe Kunches, cientista do Centro de Previsão do Clima Espacial, ligado à Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos EUA. "O vento solar que estava realmente energizado... parece já ter passado por nós."

No seu auge, a tempestade foi qualificada como de forte a severa pelo Laboratório Espacial Goddard, da Nasa, nos arredores de Washington.

A tempestade de partículas carregadas vindas do Sol - o chamado vento solar - foi gerada depois que a gigantesca mancha solar 1302 expeliu uma rajada de material solar, na manhã de sábado, 24, segundo nota da Nasa.

A mancha 1302 era grande a ponto de poder ser vista sem telescópio a partir da Terra, embora isso fosse desaconselhável devido aos riscos para o olho humano. Ela tem cerca de 160 mil quilômetros de diâmetro, espaço suficiente para caberem dez Terras lado a lado.

A tempestade solar gerada pela ejeção de massa atingiu o nível G3, numa escala que vai de G1 a G5, segundo a NOAA.

A "labareda" propriamente dita foi da categoria X1.9, chegando perto do topo da escala, mas os cientistas dizem que isso já era esperado na atual fase do ciclo solar, que tem duração de 11 anos. O pico da atividade solar, segundo os cientistas, vai ocorrer em meados de 2013.

As tempestades solares podem interferir em satélites, redes elétricas e sistemas de navegação como o GPS, mas ao que tudo indica a atual tempestade não causou grandes transtornos. Pessoas em latitudes muito baixas podem ter visto auroras boreais mais fortes.

Isso provavelmente ocorreu porque a mancha solar 1302 ficava perto da borda do disco solar que vemos da Terra. Por isso, segundo a NOAA, a tempestade atingiu apenas "de raspão" o campo magnético que cerca o nosso planeta.

Se tivesse atingido a Terra em cheio, disse a agência, "a tempestade geomagnética poderia ter atingido níveis 'severos' a 'extremos'."

A movimentação do Sol e da Terra nos últimos três dias já colocariam a mancha em posição frontal, mas sua atividade já parece ter diminuído, segundo os cientistas.

Fonte: Estadão 28/09/11
Foto: Nasa

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Processo que anulou provas da PF na Boi Barrica correu em tempo recorde


Relator do caso no STJ demorou apenas seis dias para elaborar seu voto em prol dos réus, acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico de influência

O julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou as provas da Operação Boi Barrica tramitou em alta velocidade, driblando a complexidade do caso, sem um pedido de vista e aproveitando a ausência de dois ministros titulares da 6.ª turma. O percurso e o desfecho do julgamento provocam hoje desconforto e desconfiança entre ministros do STJ.

Uma comparação entre a duração dos processos que levaram à anulação de provas de três grandes operações da Polícia Federal - Satiagraha, Castelo de Areia e Boi Barrica - explica por que ministros do tribunal reservadamente levantam dúvidas sobre o julgamento da semana passada que beneficiou diretamente o principal alvo da investigação: Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).

A mesma 6.ª Turma que anulou sem muitas discussões as provas da Operação Boi Barrica levou aproximadamente dois anos para julgar o processo que contestou as provas da Castelo de Areia. A relatora do processo, ministra Maria Thereza de Assis Moura, demorou oito meses para estudar o caso e elaborar seu voto.



O processo de anulação da Satiagraha tramitou durante um ano e oito meses no STJ. O relator, Adilson Macabu, estudou o processo por cerca de dois meses e meio até levá-lo a julgamento. Nos dois casos, houve pedidos de vista de ministros interessados em analisar melhor o caso.

O relator do processo contra a Operação Boi Barrica, ministro Sebastião Reis Júnior, demorou apenas seis dias para estudar o processo e elaborar um voto de 54 páginas em que julgou serem ilegais as provas obtidas com a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos investigados. E de maneira inusual, dizem ministros do STJ, o processo foi julgado em apenas uma sessão, sem que houvesse nenhuma dúvida ou discordância entre os três ministros que participaram da sessão.

O caso chegou ao STJ em dezembro de 2010. No dia seguinte, a liminar pedida pelos advogados foi negada pelo então relator do processo, o desembargador convocado Celso Limongi. Em maio deste ano, Limongi deixou o tribunal. Reis Júnior foi empossado em 13 de junho e no dia 16 soube que passaria a ser o responsável pelo processo.

Apenas três ministros participaram da sessão da 6.ª Turma da semana passada. Um deles foi escolhido de outra turma para completar o quórum e viabilizar o julgamento. Somente Reis Júnior e o desembargador convocado Vasco Della Giustina integravam originalmente a 6.ª Turma.

Fonte: Estadão 22/09/11
Charges: Sponholz

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cientistas desenvolvem detector de mentiras a partir de análise facial


Um novos sistema de câmeras pode detectar mentiras ao analisar rostos, segundo cientistas na Grã-Bretanha.

O sistema usa uma câmera comum, um sensor térmico de alta resolução e um software. Os pesquisadores dizem que o método pode ser de grande valia para serviços secretos.

O pesquisador-chefe do estudo, Hassan Ugail, da Universidade de Bradford, disse que o sistema consegue distinguir verdade de mentiras em dois terços dos casos.

O sistema foi desenvolvido em conjunto com a Universidade de Aberystwyth e apresentado nesta terça-feira no festival de ciência de Bradford.

Funcionamento

O estudo utiliza pesquisas anteriores sobre como as pessoas revelam involuntariamente emoções por meio de sutis mudanças de expressão e do fluxo de sangue para o rosto.

Sinais de mudanças de emoção captados por câmeras comuns incluem movimentos de olhos, pupilas dilatadas, morder ou apertar os lábios, coçar o nariz, respiração acelerada, piscadelas rápidas e assimetria visual.

Os sensores termais detectam o acúmulo de sangue ao redor dos olhos.



O método tradicional de detecção de mentiras depende do polígrafo, instrumento desenvolvido em 1921, mas este é invasivo, com fios grudados na pele. O novo sistema pode ser usado mesmo sem o conhecimento da pessoa analisada.

"Juntamos todo o trabalho já consagrado sobre as expressões, os desenvolvimentos recentes em termos de imagens termais, as técnicas para análises de imagens e os nossos novos algoritmos em um sistema operacional", disse ele.
Computador com programa que monitora mudanças faciais (BBC)

Um programa de computador monitora pequenas alterações nas expressões faciais

Um software que usa algoritmos é usado para monitorar sutis mudanças nas expressões faciais.

Margem de acerto

Os testes até agora foram feitos apenas em voluntários, mas, até o final do ano, os pesquisadores esperam aplicá-lo em um aeroporto britânico, possivelmente durante entrevistas conduzidas por experientes oficiais de imigração.

O software pode ser usado para comparação com as conclusões dos oficiais.

"Em uma situação real, de estresse, podemos conseguir uma margem de acerto ainda maior", disse Ugail, que espera chegar aos 90% de acerto, margem semelhante ao do polígrafo.

Mas os pesquisadores admitem que os testes não podem nunca chegar a 100% de acerto, já que eles detectam emoções como estresse, medo ou desconfiança e não a mentira em si.

O medo pode significar o temor de não ser acreditado, e não necessariamente o de ser pego mentindo.

Fonte: BBC BRASIL 15/09/11

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ministério Público denuncia 20 por fraude de R$ 70 mi contra a Prefeitura


O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou nesta quarta-feira, 14, 20 acusados de participar da fraude de R$ 70 milhões contra a Prefeitura no pagamento da taxa de outorga onerosa - que permite construir prédios acima do tamanho permitido em São Paulo. Donos de construtoras, engenheiros, arquitetos e despachantes são acusados de formação de quadrilha e estelionato. Quatro dos acusados devem responder ainda pelas acusações de uso de documento falso, falsidade ideológica e fraude processual.

Três deles estão presos e um quarto acusado devia ser solto hoje depois de ter recebido do Tribunal de Justiça um habeas corpus. A denúncia é de autoria do Grupo de Atuação especial e Repressão ao crime Organizado (Gaeco). Ela encerra a primeira fase das investigações sobre o escândalo. A denúncia foi baseada em parte na apuração feita pela Corregedoria-Geral do Município, comandada por Edilson Mougenot Bonfim.

Para o MPE, há evidencias de que os donos e diretores das construtoras financiavam a quadrilha e obtinham vantagem comercial. A apuração da Corregedoria-Geral do Município mostra que eles conseguiam documentos pagando a terceiros quantias entre 20% e 40% a menos do valor cobrado pela Prefeitura.

"Dentro de um sistema organizado e hierarquizado, surgiram os 'despachantes', responsáveis por intermediar os interesses escusos dos proprietários das construtoras junto à Prefeitura; os 'arquitetos e engenheiros', cuja função era apresentar os 'despachantes' aos proprietários de construtoras interessados em se beneficiar fraudulentamente do erário municipal; e os 'empresários', proprietários das construtoras que financiavam a atividade da organização criminosa e, em contrapartida, se beneficiavam, reiteradamente, em vários empreendimentos imobiliários das fraudes praticadas contra o erário municipal", diz o texto enviado à Justiça.

Fonte: Estadão 14/09/11

Pedro Novais, mais um ministro que caí no governo Dilma





charge: eramos6 e Ed Carlos

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

São Paulo contra a Corrupção



Eu claro estive lá na av. Paulista e filmei essa manifestação incrível, com pessoas de todas as "tribos". Parece que o povo tá despertando do torpor da inércia.

O Brasil está acordando



vídeo do dia 07 de setembro em Brasília, mostra a manifestação do povo contra a corrupção desses políticos sem vergonhas

Quem são os manifestantes que pedem o fim da corrupção



“Não é mole não, eu trabalho para pagar o mensalão”. Foi com frases como essa, os rostos pintados de verde e amarelo, empunhando bandeiras do Brasil e cartazes que manifestantes foram às ruas para exigir, neste feriado de 7 de setembro, o fim da corrupção e da impunidade em meio à enxurrada de escândalos envolvendo o governo Dilma Rousseff. Em São Paulo, um dos protestos ocorreu na Avenida Paulista e reuniu cerca de 4 000 pessoas segundo estimativa da Polícia Militar. O ato foi parte de uma mobilização que surgiu na internet, ganhou força pelas redes sociais e chegou a pelo menos trinta cidades do Brasil.

No vão livre do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), o protesto suprapartidário reuniu jovens, famílias e idosos diante do prédio do Masp. Estudantes eram maioria entre os manifestantes, mas não houve nem sinal da União Nacional dos Estudantes (UNE). Sem uma liderança organizada, pelo menos três grupos promoveram o evento no Facebook e se uniram no movimento batizado de “Unidos contra a corrupção”.

Uma máscara do personagem V, do filme V de Vingança, identificava os Anonymous, grupo formado na internet que protestou ao lado dos estudantes do “Dia do Basta” e dos participantes do NASRUAS. "A única bandeira comum entre todos os participantes é o combate à corrupção. É tudo muito heterogêneo e caótico, tem gente de todos os tipos aqui", diz um dos organizadores do Anonymous, que não se identificam em entrevistas.



Pela manhã, outro grupo se reuniu na avenida Paulista para um protesto que seguiu pela calçada com pelo menos 500 pessoas. A mobilização organizada pelo grupo Caras Pintadas saiu do Masp por volta das 10 horas e marchou por cerca de dois quilômetros carregando bexigas brancas e cantando o hino nacional. O grupo foi acompanhado por um grupo de quarenta motociclistas, que seguiram os manifestantes buzinando. “Marcamos pela internet e viemos para cá para chamar a atenção”, contou o marceneiro Wilson Martins, que veio de Guarulhos a bordo de sua moto.

No meio da tarde, por volta das 16 horas, uma carreata, com mais de vinte veículos, organizada na Assembleia Legislativa de São Paulo também fez companhia aos manifestantes. A manifestação só se dispersou por volta das 17 horas, depois de percorrer quatro quilômetros com um público que chegou a quatro mil pessoas, segundo policiais militares.

A dimensão atingida pelo movimento trouxe lembranças a quem participou de campanhas vitoriosas na história do país. “Isso é um começo”, afirmou o aposentado Luis Vergueiro, de 67 anos. “Participei de todos os protestos contra a ditadura e estava lá gritando nas Diretas Já”. Sua mulher, Lucinda Souza Pinto, sentiu pela primeira vez a emoção em participar de um movimento. “Nessa época eu morava em Minas Gerais, nem sabia das coisas”, diz. “Agora precisamos fazer pelo Brasil todo”, completou.

Jovem liderança – Na linha de frente da manifestação estava o estudante do Ensino Médio Fernando Del Pozzo. De cabelos compridos, vestido com camiseta de uma banda de rock, cinto de couro, botas e um chapéu côco, ele é, aos 17 anos, um dos coordenadores do "Dia do basta" em São Paulo. "O grupo já existia em outras cidades do Brasil”, conta o jovem. “Em julho, organizamos o primeiro protesto sob essa bandeira aqui em São Paulo." O estudante explica que o movimento é espontâneo e não possui vínculo com nenhum partido político ou sindicato. "A organização é toda feita pelas redes sociais. Qualquer um pode acessar os grupos de discussão e participar", diz Pozzo.

Apesar da maioria dos participantes ser jovem, havia gente de todas as idades e até famílias inteiras. O engenheiro Marco Aurélio de Lima, de 51 anos, fez questão de aparecer na concentração no vão livre do MASP, junto com a mulher, a filha de cinco anos e outros quatro familiares. "Não adianta ficar reclamando em casa e não fazer nada. Está na hora do povo ir para a rua", afirmou. Também levou todos os amigos a advogada Cidinha Marcondes, que viajou mais de 200 quilômetros para participar da passeata. “Viemos protestar por Analândia (no interior de São Paulo), que sofre com a corrupção”, conta. “Fretamos uma van e viemos em catorze pessoas, com muitas faixas”.

Nenhuma bandeira de partido político foi tolerada. Ainda na concentração da passeata da tarde, por volta das 13 horas, integrantes da Juventude do PSDB chegaram para participar da manifestação com uma enorme faixa do partido. Debaixo de uma retumbante vaia, os jovens foram obrigados por alguns organizadores a recolher a faixa. "Não é porque é do PSDB. Qualquer bandeira de partido não é aceita, é um movimento espontâneo da sociedade civil. Mais cedo tentaram levantar uma bandeira do PSTU e também não deixamos", diz um dos integrantes do Anonymous. No meio da marcha, por volta das 16 horas, bandeiras do PT foram queimadas em protesto contra o partido por um pequeno grupo.

Fonte: Veja 07/09/11

Ato ofusca a estreia de Dilma no desfile da Independência


A Marcha Contra a Corrupção, convocada pelas redes sociais na internet, ofuscou o desfile comemorativo do 7 de Setembro, em Brasília, historicamente marcante por causa da participação do presidente da República e das Forças Armadas.


Cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, caminharam ontem por uma via da Esplanada dos Ministérios para protestar contra a série de escândalos que marcam a política contemporânea brasileira. No mesmo momento, a presidente Dilma Rousseff estreava, do outro lado da rua, no papel de primeira mulher presidente a comandar a cerimônia nacional do Dia da Pátria.

A forte segurança do 7 de Setembro impediu o contato de integrantes da marcha com participantes do desfile oficial. O sucesso do protesto ocorreu uma semana após congresso do PT demonstrar que não apoia nenhum tipo de "faxina" anticorrupção no governo e de considerar que esses movimentos eram parte de uma "conspiração midiática" e uma forma de promover a "criminalização generalizada" da base aliada ao Planalto.

Sem partidos. A marcha evitou as referências partidárias. Membros do PSOL tentaram levar bandeiras do partido, mas foram impedidos de seguir adiante com os adereços. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ensaiou entrar na marcha, mas, advertido, preferiu apenas acompanhá-la discretamente.

Vestidos de preto, com narizes de palhaço, faixas e cartazes, os manifestantes criticaram a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), na semana passada, o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção no governo e a manutenção do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no comando do Legislativo. Pediram até a destituição de Ricardo Teixeira da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Exigiram, ainda, a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa – que depende de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma faixa vinculava o nome do ditador líbio Muamar Kadafi à política brasileira, lembrando que qualquer um pode se candidatar, independentemente da ficha criminal. "Kadafi, não importa o seu passado, no Brasil você pode ser deputado."

Em oito meses de gestão, Dilma foi obrigada a trocar Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Wagner Rossi por conta do envolvimento deles em suspeitas de corrupção na Esplanada.

Fonte: Estadão 07/09/11