No auge da perturbação, auroras foram avistados em torno de dois pólos e em mais de cinco estados dos EUA, incluindo Michigan, Nova York, Dakota do Sul, Maine, e Minnesota.
Uma tempestade solar surgida em uma gigantesca mancha no Sol atingiu a Terra "de raspão", causando poucos transtornos nos sistemas elétricos, disseram especialistas dos EUA.
"A atual tempestade está provavelmente no fim", disse Joe Kunches, cientista do Centro de Previsão do Clima Espacial, ligado à Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos EUA. "O vento solar que estava realmente energizado... parece já ter passado por nós."
No seu auge, a tempestade foi qualificada como de forte a severa pelo Laboratório Espacial Goddard, da Nasa, nos arredores de Washington.
A tempestade de partículas carregadas vindas do Sol - o chamado vento solar - foi gerada depois que a gigantesca mancha solar 1302 expeliu uma rajada de material solar, na manhã de sábado, 24, segundo nota da Nasa.
A mancha 1302 era grande a ponto de poder ser vista sem telescópio a partir da Terra, embora isso fosse desaconselhável devido aos riscos para o olho humano. Ela tem cerca de 160 mil quilômetros de diâmetro, espaço suficiente para caberem dez Terras lado a lado.
A tempestade solar gerada pela ejeção de massa atingiu o nível G3, numa escala que vai de G1 a G5, segundo a NOAA.
A "labareda" propriamente dita foi da categoria X1.9, chegando perto do topo da escala, mas os cientistas dizem que isso já era esperado na atual fase do ciclo solar, que tem duração de 11 anos. O pico da atividade solar, segundo os cientistas, vai ocorrer em meados de 2013.
As tempestades solares podem interferir em satélites, redes elétricas e sistemas de navegação como o GPS, mas ao que tudo indica a atual tempestade não causou grandes transtornos. Pessoas em latitudes muito baixas podem ter visto auroras boreais mais fortes.
Isso provavelmente ocorreu porque a mancha solar 1302 ficava perto da borda do disco solar que vemos da Terra. Por isso, segundo a NOAA, a tempestade atingiu apenas "de raspão" o campo magnético que cerca o nosso planeta.
Se tivesse atingido a Terra em cheio, disse a agência, "a tempestade geomagnética poderia ter atingido níveis 'severos' a 'extremos'."
A movimentação do Sol e da Terra nos últimos três dias já colocariam a mancha em posição frontal, mas sua atividade já parece ter diminuído, segundo os cientistas.
Fonte: Estadão 28/09/11
Foto: Nasa
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