segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Lula pede a cabeça de Mantega culpando-o por traição na guerra de Dilma contra ex-presidente da Petrobrás
Por Jorge Serrão
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve sua cabeça pedida por ninguém menos que seu padrinho Luiz Inácio Lula da Silva. A Presidenta Dilma Rousseff voltou a ficar chateada com o ex-Presidente por causa de mais esta tentativa de interferência direta e indevida em seu governo. A sempre tensa relação pessoal entre ambos não ficou estremecida e nem há sinais de rompimento. O risco é o quanto a intriga pode custar para os negócios petistas.
Nos bastidores, não se tem certeza do motivo concreto da bronca de Lula contra Mantega. Acredita-se que o desgaste faça parte da guerra intestina contra o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli (parceirão de Lula). A briga é movida por Dilma, Maria das Graças Foster e conta com o apoio de Mantega – que preside o Conselho de Administração da petrolífera estatal de economia mista. O pedido de Lula para detonar Mantega aconteceu na última quinta-feira.
A petralhada até produziu uma versão light e fantasiosa para o descontentamento de Lula com Mantega. O ex-presidente estaria descontente com a política econômica em vigor. Segundo reclamação de Lula a amigos e aliados próximos, as medidas do ministro da Fazenda estariam desgastando a imagem do governo e prejudicando a campanha dos candidatos petistas – principalmente aqueles apoiados pessoalmente por Lula.
Aliados próximos de Dilma já enxergam o movimento de Lula contra Mantega como um perigoso ato de destempero emocional do ex-Presidente. Mantega não é só o condutor principal da perigosa política econômica em vigor (na verdade, uma herança maldita deixada pela equipe de Lula e que agora começa a fazer outros problemas virem à tona, como o câmbio flutuando de mentirinha, o aumento do endividamento das famílias e a consequente inadimplência, junto com a dificuldade de crédito promovida pelos bancos e na contramão da propaganda oficial).
Mantega é, principalmente, o grande condutor dos negócios petistas dentro do governo. Se Lula perdeu a confiança no ministro da Fazenda que indicou pessoalmente, algo muito grave pode ter acontecido. Há quem atribua o destempero de Lula a dois motivos. Primeiro, sua oscilante situação de saúde (que é excelente no discurso médico, mas não tão perfeita assim nas fotos em que o ex-presidente aparece com o rosto bem inchado e acima do peso). O outro motivo é a pressão gerada pelo inesperado resultado, até agora, do julgamento do mensalão, em que até ministros do STF considerados aliados do governo já votam para detonar os petistas réus no esquema de corrupção que, milagrosamente, poupou Lula até agora.
Se Mantega for derrubado, o esquema petralha pode desmoronar junto com ele. Na mídia amestrada tupiniquim, nada ainda é falado sobre tal briga intestina do PT. Mas, na imprensa Argentina, onde se acompanha com cuidado tudo de grave que acontece no Brasil e pode repercutir negativamente por lá, já se fala no desgaste e na saída de Mantega se problemas econômicos se aprofundarem. Até o final do ano, certamente depois do resultado eleitoral, a equipe econômica de Dilma terá de tomar uma desgastante decisão sobre o aumento dos combustíveis, para dar uma aliviada nos impensáveis prejuízos da Petrobrás.
Os problemas na empresa são a herança maldida deixada por José Sérgio Gabrielli – homem de alta confiança de Lula e que foi tirado da presidência da Petrobrás por Dilma inteiramente contra a vontade do ex-Presidente. A temperatura do inferno petista deve subir no próximo dia 11 de setembro, quando a presidenta da Petrobrás, Maria das Graças Foster, comparecerá à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para esclarecer os motivos dos surpreendentes prejuízos na companhia. O medo entre a turma de Lula é que Graça desgaste ainda mais a imagem queimada de Gabrielli.
Graça tem poder porque, além de amiga pessoal e protegida de Dilma Rousseff, também é pessoa de confiança da oligarquia financeira globalitária que detém ações da Petrobrás e não quer saber de prejuízos no negócio. Graça tem prestígio por influência direta de seu marido Colin Foster, que é alto dirigente da Loja Maçônica Unida da Inglaterra, cujos principais integrantes são dirigentes das maiores transnacionais que controlam o mundo a partir da City de Londres.
Lula agora corre grande perigo por afrontar tal poder que ajudou a sustentá-lo no governo, mesmo nos momentos mais críticos do vazamento de diversos escândalos de corrupção. Se Lula derrubar Mantega, para salvar seu aliado Gabrielli, pode estar cometendo o que se chama, tecnicamente, na gíria chula, de “Arakiri baiano”. Ou "tiro-no-pé" (para doer menos...).
Fonre: Alerta Total 03/09/12
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