Por Jorge Serrão
Se Dilma Rousseff for reeleita Presidenta da República, a Petrobras corre sério risco de ter, ainda mais rebaixada, sua nota de crédito em moeda estrangeira, conforme classificação das agências de classificação de risco. A empresa também pode ficar impedida pela Justiça norte-americana de negociar na Bolsa de Nova York recibos de ações – as American Depositary Receipts (ADRs). O efeito negativo de tal medida será a dificuldade de crédito da empresa para fazer a rolagem diária de sua dívida no mercado internacional.
A Petrobras já se tornou, nos últimos dias, a ação com valor mais volátil do mundo. Tudo tende a piorar se não sofrer um choque de gestão – que o esquema petista não tem condições e nem deseja promover. A relação entre o endividamento e o patrimônio, a famosa “alavancagem”, não para de crescer e parece fora de controle. Se isto ocorrer, a Petrobras perderá seu crédito internacional. Ficará complicado financiar a importação de petróleo e bancar os investimentos fundamentais para bens de capital.
A Petrobras já é alvo de um processo sigiloso de investigação pela Security Exchange Comission – xerife do mercado de capitais nos EUA. Em ação conjunta com o Departamento de Justiça norte-americano, a SEC apura os prejuízos a investidores causados pelos esquemas de corrupção desvendados e comprovados em processos da Operação Lava Jato. Também no Brasil, pelo mesmo motivo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu contra a Petrobras o processo sancionador RJ-2014-12.184.
Uma eventual reeleição de Dilma Rousseff pode ser fatal para o destino da maior estatal de economia mista brasileira. A continuidade do PT no poder – claramente indesejada por instituições ligadas à Oligarquia Financeira Transnacional – deixará Dilma ingovernável, afetando diretamente a Petrobras. Fragilizado, o governo pode “acabar obrigado” a fazer um novo aumento de capital ou a pegar um empréstimo gigantesco, abrindo mão de controle acionário da companhia. Talvez seja este o plano maléfico da petralhada entreguista – que sairá ganhando por fora na operação, enquanto se finge de vítima em um discurso demagogicamente “nacionalista”.
Há muito tempo, se cogita no mercado que os “chineses” (leia-se o capital inglês que os usa como “laranjas”) estão de olho grande na Petrobras. Com a degradação da gestão da empresa, desmoralizada pelos escândalos de corrupção e sem crédito internacional, é alto o risco de o governo receber uma “generosa” proposta de “salvação da companhia”, através de uma injeção de capital que teria, como contrapartida, a venda de ações ordinárias por parte da União – abrindo mão do controle da estatal.
Se Dilma perder o controle sobre a Petrobras, seu eventual segundo mandato ficará inviabilizado. Este recado vem sendo dado, explicitamente, por investidores internacionais, que levarão dirigentes da empresa às barras dos tribunais no exterior.
Fonte: http://www.alertatotal.net
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