domingo, 29 de janeiro de 2012
A Era da Medíocridade
“É impossível administrar com tanta gente”, resumiu o empresário Jorge Gerdau, coordenador da Câmara de Gestão. Um primeiro escalão com 38 integrantes é coisa de doido, confirma a foto da reunião ministerial desta segunda-feira.
Mas Gerdau, chefe do grupo escalado por Dilma para apresentar propostas que tornem o governo mais ágil e menos ineficaz, está perdendo tempo. As sugestões vão naufragar no mar das conveniências político-financeiras.
Para satisfazer a gula do PT e da base alugada, a presidente não pode desativar nenhum cabideiro de empregos, muito menos fechar alguma fábrica de maracutaias. A fala da presidente durou 30 minutos.
Se quisesse saber o que andou fazendo o pior ministério de todos os tempos, cada pai-da-pátria precisaria de pelo menos 15 para explicar por que não fez o que prometeu ou combinou. Total: 570 minutos. Tamanha discurseira exigiria, no mínimo, dois intervalos de 15 minutos. Mais meia hora. Tudo somado, a reunião consumiria 630 minutos. Ou 10 horas e meia. Para quê? Para nada.
Dilma tanto sabe disso que tratou de dispensar a turma de justificativas já na abertura do encontro. “Eu não quero balanço”, informou a voz sempre flutuando entre o tom áspero e o rosnado .
Melhor assim. O PAC é um balaio de fantasias esquecidas, projetos encalhados, canteiros de obras desertos, cronogramas atrasados e ruínas prematuras. As águas do São Francisco só chegaram ao sertão do Brasil Maravilha registrado em cartório.
Os flagelados da Região Serrana seguem à espera das 6 mil casas prometidas para julho de 2011. A aviação civil está em frangalhos, e “puxadinhos” desmoralizantes substituem terminais que não saem do papel mesmo depois dos contratos sem licitação.
A privatização dos aeroportos não avança. Nove em dez concorrências públicas são
fraudulentas. Os buracos das rodovias federais simulam uma paisagem lunar. Quadrilheiros enriquecem com pilantragens que catapultam para a estratosfera os orçamentos dos estádios da Copa de 2014. As 6 mil creches da campanha continuam nos palanques. O Enem do primeiro semestre foi cancelado. Os figurões do governo tratam até resfriado em hospitais particulares.
Há 12 meses no cargo, Dilma não presidiu nenhuma inauguração relevante. Nenhuma. Os casos de polícia protagonizados por ministros foram infinitamente mais numerosos que os fatos admistrativos produzidos pelo primeiro escalão. A supergerente do Brasil é só um embuste vendido a milhões de eleitores abúlicos por políticos e jornalistas que perderam o juízo, a sensatez ou a vergonha ─ e ganharam empregos, favores ou dinheiro.
Vale a pena ver de novo a multidão de nulidades contemplando a chefe invisível ou fingindo anotar os melhores momentos de outro discurso sobre o nada. Se cada gestão presidencial tivesse de providenciar uma carteira de identidade, o documento válido para o período 2011-2015 poderia ser ilustrado pela foto acima. É a cara do governo Dilma Rousseff.
Fonte: Blog do Augusto Nunes e Contraovento
Filha de Chávez publica na internet foto em que segura notas de dólar
CARACAS - Uma das filhas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, provocou polêmica ao publicar na internet uma foto em que aparece segurando um "leque" de notas de dólares americanos. A venda da moeda é controlada no país e a atitude da garota, de 14 anos, irritou muitos venezuelanos, segundo o jornal britânico The Guardian.
Rosinés Chávez mantém uma conta no site Instagr.am, aplicativo com o qual usuários de iPhones podem compartilhar imagens gratuitamente. De acordo com o diário britânico, ela postou na conta uma foto com o cantor canadense Justin Bieber. A maioria das imagens, contudo, é de cunho pessoal. Na foto polêmica, ela aparece com as notas da moeda americana diante do rosto. A foto não está mais disponível na conta da garota.
Como forma de controlar a compra da moeda, Chávez limitou, em 2003, o valor anual de câmbio a US$ 3 mil por pessoa. O montante é suficiente apenas para pequenas viagens. O câmbio ainda é feito com uma taxa oficial e as regras são ditadas pela Comissão de Administração de Divisas (Cadivi), agência oficial do governo de Caracas.
Fonte: Estadão 26/01/12
Governo fecha ano sem concluir nenhuma creche
Para cumprir uma promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff, o Ministério da Educação terá que inaugurar pelo menos 178 creches por mês, ou cinco por dia, até o fim de 2014. Na disputa presidencial de 2010, Dilma afirmou que iria construir 6.427 creches até o fim de seu mandato, mas a promessa está longe de se concretizar.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo ProInfância - que cuida da construção dessas creches - pagou até agora R$ 383 milhões dos R$ 2,3 bilhões empenhados. No primeiro ano de governo, a execução do ProInfância ficou em 16%. Nenhuma obra foi concluída.
Principal aposta do PT nas eleições de 2012, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad deixou o ministério para se candidatar à Prefeitura de São Paulo sem entregar nenhuma das creches prometidas pela presidente. Nas últimas campanhas em São Paulo, as creches têm sido destaque. Seu sucessor, Aloizio Mercadante, tomou posse na última terça-feira prometendo atender à promessa de Dilma. "Vamos cumprir a meta de criar mais de 6 mil creches e dar às crianças brasileiras em fase pré-escolar acolhimento afetivo, nutrição adequada e material didático que as preparem para a alfabetização", disse o ministro.
Na campanha, Dilma chegou a fixar a meta de construir 1,5 mil unidades de ensino por ano. Reforçou a promessa no programa de rádio da Presidência: "A creche é também muito importante para as mães, para que possam sair para trabalhar tranquilas, sabendo que seus filhos estão recebendo atenção e cuidados," disse na última segunda-feira.
Déficit. O déficit do País hoje é de 19,7 mil creches. Para se alcançar uma das metas do Plano Nacional de Educação é preciso triplicar o número de matrículas nessas unidades. O plano propõe aumentar a oferta de educação infantil para que 50% da população até três anos esteja em creches até 2020. Atualmente, esse índice está em 16,6%.
Norte e Nordeste têm os menores porcentuais de matrículas nessa faixa etária, segundo o Movimento Todos pela Educação. A pior situação é a do Amapá, que tem menos de 4% das crianças matriculadas. Em São Paulo, a taxa de matrículas é de 26,7%.
Fonte: Estadão 28/01/12
Os Super-Salários dos Magistrados
Os pagamentos milionários a magistrados estaduais de São Paulo se reproduzem no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A folha de subsídios do TJ-RJ mostra que desembargadores e juízes, mesmo aqueles que acabaram de ingressar na carreira, chegam a ganhar mensalmente de R$ 40 mil a R$ 150 mil. A remuneração de R$ 24.117,62 é hipertrofiada por "vantagens eventuais". Alguns desembargadores receberam, ao longo de apenas um ano, R$ 400 mil, cada, somente em penduricalhos.
A folha de pagamentos, que o próprio TJ divulgou em obediência à Resolução 102 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - norma que impõe transparência aos tribunais -, revela que em dezembro de 2010 o mais abastado dos desembargadores recebeu R$ 511.739,23.
Outro magistrado recebeu naquele mês depósitos em sua conta que somaram R$ 462 mil, além do salário. Um terceiro desembargador recebeu R$ 349 mil. No total, 72 desembargadores receberam mais de R$ 100 mil, sendo que 6 tiveram rendimentos superiores a R$ 200 mil.
Os supercontracheques da toga fluminense, ao contrário do que ocorre no Tribunal de Justiça de São Paulo, não são incomuns. Os dados mais recentes publicados pela corte do Rio, referentes a novembro de 2011, mostram que 107 dos 178 desembargadores receberam valores que superam com folga a casa dos R$ 50 mil. Desses, quatro ganharam mais de R$ 100 mil cada - um recebeu R$ 152.972,29.
Em setembro de 2011, 120 desembargadores receberam mais de R$ 40 mil e 23 foram contemplados com mais de R$ 50 mil. Um deles ganhou R$ 642.962,66; outro recebeu R$ 81.796,65. Há ainda dezenas de contracheques superiores a R$ 80 mil e casos em que os valores superam R$ 100 mil.
Em maio de 2010, a remuneração bruta de 112 desembargadores superou os R$ 100 mil. Nove receberam mais de R$ 150 mil.
Fonte: Estadão
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Mudanças na Petrobrás
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
A troca na direção da Petrobrás está sendo vendida ao distinto público como manobra do atual presidente, José Sérgio Gabrielli, de modo a melhor se posicionar para concorrer ao posto de governador do Estado da Bahia. Para isso, ele assumirá, avisam, importante secretaria do governo baiano, conduzido hoje por Jaques Wagner.
Se fosse para atender aos objetivos políticos de Gabrielli, seria uma substituição prematura e equivocada. As eleições dos governadores só acontecerão em outubro de 2014 e, se sua saída da Petrobrás fosse para cacifar essa candidatura, Gabrielli perderia notoriedade - o que é essencial para um futuro candidato a cargo de governador. Teria mais exposição pública enquanto presidente da Petrobrás do que à frente de qualquer secretaria do governo da Bahia.
A substituição de Gabrielli pela atual diretora de Gás e Energia da Petrobrás, Maria das Graças Silva Foster, é decisão da presidente Dilma Rousseff. O que ainda não está claro é o plano inteiro do qual essa mudança faz parte.
Aparentemente, a presidente Dilma não está satisfeita nem com as escolhas da atual administração da Petrobrás nem com seus resultados. Em maio, seu governo rejeitara duas vezes o Plano de Negócios 2011-2015 da Petrobrás, alegadamente porque suas metas "não eram realistas".
Os projetos de investimento da Petrobrás estão atrasados e são raros os cronogramas que vêm sendo cumpridos. Em parte, isso está acontecendo porque a empresa não consegue coordenar eficientemente sua cada vez maior rede de fornecedores, hoje defendidos pelas exigências de conteúdo local - cláusula que eleva custos e prejudica o andamento dos investimentos.
Está cada vez mais difícil separar o que é tarefa grande demais - até mesmo para uma empresa do tamanho da Petrobrás - e o que pura e simplesmente resulta da baixa eficiência de uma pesada administração estatal, loteada entre próceres da base política do governo Dilma.
As decisões do novo marco regulatório do petróleo exigem que a Petrobrás integre os consórcios de todas as novas licitações do pré-sal com participação mínima de 30% e que ela seja a empresa operadora em todas elas. Isso significa que todo o programa de licitações tem de esperar até que a Petrobrás esteja em condições de assumir novos contratos de exploração.
Além disso, desde a administração Lula, o governo federal tem exigido que a Petrobrás participe intensamente do setor de geração de energia elétrica; que lidere o segmento produtor de etanol; que execute políticas de boa vizinhança de alto custo com Bolívia, Argentina e Venezuela; e que concorra com seu caixa para a política anti-inflacionária interna, não importando o impacto de todo esse jogo no seu faturamento e na sua capacidade de investir. Enfim, é areia demais para o caminhãozinho da Petrobrás.
Mas não está claro o que a presidente Dilma Rousseff quer mudar em toda essa carga e que poderes terá a nova presidente da Petrobrás, Maria das Graças, para formatá-la a esses planos.
Fonte: Estadão
Charge: Sponholz
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Manifestante agride repórter do "Estado"
Flagrado murchando pneu do carro do prefeito Gilberto Kassab durante manifestação contra as ações no Pinheirinho e na cracolândia nesta quarta (25.01) na praça da Sé, manifestante agride repórter
Fonte: Estadão
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Empregados da Foxconn ameaçaram cometer suicídio em massa
Um grupo de 300 empregados da Foxconn ameaçou se jogar do alto de um prédio na semana passada em Wuhan, China, segundo reportagem do site Want China Times. O motivo seria a negação de uma compensação financeira antes prometida pela companhia.
A publicação, que cita como fonte o site China Jasmine Revolution (anti- governo), informa que os funcionários pediram aumento do salário no dia 2 de janeiro. A reposta teria sido: deixem a empresa e recebam uma compensação ou mantenham suas posições na companhia e não recebam nenhum pagamento adicional.
A maioria dos empregados, então, teria escolhido a primeira opção. Mas a Foxconn, segundo o site, mudou de ideia, e ninguém recebeu o dinheiro prometido.
O prefeito de Wuhan teria ido até o prédio onde os funcionários estavam para impedir o suicídio. O site de tecnologia americano Business Insider lembra que, se o caso for verdadeiro, isso mostra que trabalhar na Foxconn ainda é problemático, apesar de a empresa dizer fazer melhorias nas condições de trabalho.
Não há pronunciamento da empresa na matéria e nenhuma referência ao fato no site da Foxconn. O site Kotaku diz que os empregados que tentaram suicídio eram da planta que fabricava o console da Microsoft Xbox 360. Isso teria causado a paralisação temporária da produção do videogame.
Não é a primeira vez que rumores sobre suicídios na Foxconn ocorrem. Em 2010, 14 empregados se mataram, segundo o Want China Times.
Fonte: Estadão 10/01/12
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
General Lessa denuncia que a Amazônia já tem mais de 100 mil ONGs, que exercem um poder paralelo na região.
Faz sucesso na internet uma entrevista do general Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, ex-chefe do Comando Militar da Amazônia, concedida há três anos à repórter Márcia Brasil, do jornal carioca O Dia, mas que continua cada vez mais atual, porque o governo não tomou a menor providência..
O militar denuncia a existência de um ‘Estado paralelo’ na Região Norte do País, dominado informalmente por Organizações Não-Governamentais (ONGs), que controlam a entrada e a saída de pessoas na Amazônia, sem a chancela do governo brasileiro.
Segundo o general Lessa, só na região da Amazônia, já existiem mais de 100 mil ONGs. A maioria não é fiscalizada e atua livremente na região. Especialista em assuntos da Amazônia desde que entrou para a reserva, em 2001, o general Lessa já esteve à frente do Comando Militar da Amazônia, do Comando Militar do Leste e foi presidente do Clube Militar.
Qual o principal problema da Amazônia hoje?
É o vazio de poder motivado pela ausência do Estado. O Estado brasileiro não se faz presente na Amazônia. Naquela área enorme, as fronteiras são muito permeáveis, e o dispositivo militar que existe nas fronteiras é fraco — de vigilância, apenas. A Polícia Federal na área é muito fraca, e o Estado não se faz presente na suas funções básicas, como promover educação, saúde, e políticas de desenvolvimento sustentável. Como o Estado está ausente, outros querem tomar o poder do Estado. E quem quer tomar esse poder? As ONGs. E querem já há muito tempo.
Quantas ONGs existem na Amazônia hoje?
Estima-se que o Brasil tenha 276 mil ONGs. Na Amazônia, são mais de cem mil. Mas essas cem mil ONGs atuam sozinhas. Elas atuam livremente, sem fiscalização. O governo não sabe quem as apóia nem como elas são orçamentadas. Elas não prestam contas para ninguém. E dominam territórios fisicamente.
Como assim?
É outro Estado paralelo. É o Estado paralelo da Região Norte. Tem parte da Amazônia que você só entra se a ONG deixar. Eu só entrei em algumas áreas controladas por ONGs fardado. Parte dessas terras elas compraram, parte elas controlam a população, particularmente os índios. E controlam até o fluxo nos rios. O Rio Negro é um exemplo. Nem como turista você entra nessas áreas. Não entra!
O senhor poderia explicar melhor esse controle?
Você pode chegar como cidadã brasileira e navegar para alcançar o alto do Rio Negro. Chegando lá, em determinado ponto tem um tipo de posto de controle dessa ONG. Ela pergunta onde a senhora vai. Então você responde: vou subir um pouco mais o rio. Eles insistem e perguntam: quer falar com quem? Eles respondem: não, a senhora não pode passar daqui não. E não vão lhe deixar entrar.
O senhor quer dizer que existem áreas na Amazônia que não são reservas indígenas, bases militares, nem grandes propriedades privadas, mas que são restritas ao cidadão comum?
Sim. São restritas. Mamirauá (reserva florestal entre os rios Solimões e Japurá, no Amazonas), região que é muito apreciada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo seu sucessor Lula, é uma delas, só para dar um exemplo. O dois ex-chefes da República estiveram lá em navios da Marinha. Ali você não entra. A região é cheia de estrangeiros lá dentro, a título de pesquisadores. E quem não é da área não entra. Mas muitas outras áreas da Amazônia também são restritas. E eu estou falando em áreas de reservas florestal. Quando você fala em reservas indígenas, a restrição é pior. Porque, pelas regras da Funai, o não-índio não pode entrar em terras indígenas.
Então isso pode indicar que quem atua no tráfico de armas, de munição e de drogas pode se aproveitar dessa situação?
A Amazônia é uma área ainda hoje praticamente fora de controle. Pode entrar de tudo nessas áreas. Com a chegada do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), houve uma redução expressiva do tráfico de entorpecentes pelo ar. Porque há o receio da Lei do Abate. Mas aumentou muito o tráfico de drogas terrestre e fluvial, pelos rios. Junto com isso, vão as armas. Porque se você leva tóxico, você pode levar armas e munição. E também não podemos esquecer a proximidade dos acampamentos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Qual a influência da guerrilha colombiana na Amazônia brasileira hoje?
Ainda que as Farc estejam enfrentando um problema bastante difícil agora, o que mantém a sua sustentação basicamente é o narcotráfico. Eles estão assaltando pouco, sequestrando pouco. Essas são as grandes fontes de renda das Farc, junto com o narcotráfico. Como esses crimes estão sendo pouco praticados em razão da pressão das Forças Armadas colombianas, o narcotráfico é o que garante o sustento dos guerrilheiros. A proximidade com as nossas fronteiras facilita a entrada da cocaína que eles produzem. No retorno, eles levam suprimentos em geral, como alimentos e remédios, produtos para misturar com a cocaína e, muitas vezes, munição brasileira. Agora, indício de movimentação de guerrilheiros colombianos em solo brasileiro só existe em dois locais: São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas.
Qual a situação dessas 276 mil ONGs que existem em território brasileiro?
Desse total, 29 mil recebem recursos federais. Das 100 mil localizadas na Amazônia, apenas 320 estão cadastradas pelo governo federal. É um quadro de total descontrole. Vale destacar também que, em 2002, o número dessas organizações no País era de 22 mil. Já em 2006, pulou para 260 mil. Um aumento de 1.181% em apenas dois anos. E todos esses dados são públicos. Estão no site do Siaf (Sistema Integrado de Acompanhamento Financeiro).
Fonte:tribuna da imprensa
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Um País Quase Sério
É preciso tomar cuidado com essa história de que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e agora passou à sexta economia do planeta. Euforia demais é um perigo. Ninguém esquece os tempos do “milagre brasileiro”, do “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Deu no que deu, até na Comissão da Verdade.
Ainda bem que o governo e o Congresso estão de recesso, senão já teria começado a maratona de discursos e pronunciamentos celebrando o anúncio. Começa que devemos desconfiar de quem anuncia.
São eles mesmo, as empresas e institutos americanos que de vez em quando entram em parafuso, até em falência, acostumados a dar notas para todo mundo, menos para eles. Depois, porque a produção não é tudo. Indústrias, comércio, agricultura e serviços vão bem, mas nem tanto a ponto de evitar que o crescimento do PIB congelasse no último trimestre.
A explicação é de que outros cresceram menos, ou não cresceram. Claro que a notícia surge positiva, nos enche de orgulho, mas seria bom atentar para nossos índices de pobreza e até de miséria. Na palavra da própria presidente Dilma, o Brasil tem 16 milhões de miseráveis.
Festejar o sexto lugar será prematuro enquanto a distribuição da renda nacional não chegar a patamares muito mais justos. Os potentados de nariz em pé deveriam olhar para o fim da fila. A propósito, continua sempre oportuno buscar no passado lições capazes de nortear nosso futuro.
Voltaire, no imperdível “Ensaio Sobre a Moral e o Espírito das Nações”, puxou as orelhas da França ao escrever que nenhum país possuía o tal “destino manifesto” de que se vangloriavam as elites francesas.
Muito pelo contrário, ridicularizou o Estado, a nobreza, o clero e negou o direito divino dos reis ao prever sérias dificuldades para o país envolto na ilusão. Felizmente para ele, morreu antes da Queda da Bastilha.
oderia até clamar pela Revolução, mas jamais concordaria com o terror, a ditadura e o império de Napoleão. Ignoramos o que acontecerá caso o mundo continue mergulhado na crise, mesmo se nós permanecermos crescendo. Boa coisa não será.
Fonte: Contraovento - Carlos Chagas, Tribuna da Imprensa.
Charge: Mariano
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