Fotos com as longas filas de consumidores com o braço marcado para comprar o produto --ingrediente da arepa, quitute base da dieta do país-- se tornaram nesta semana o símbolo da escassez de produtos na Venezuela, que chegou ao maior patamar dos últimos cinco anos, segundo medição feita pelo Banco Central.
Há outro dado preocupante para o presidente Nicolás Maduro, divulgado nesta semana: a inflação de abril foi 4,3%, contra 2,8% de março. O acumulado dos últimos 12 meses é 29,4%.
Além da farinha de milho, cujo nível de escassez é o dobro do geral faltam farinha de trigo, frango, leite em pó, açúcar e papel higiênico.
Para tentar obter farinha, venezuelanos marcam o braço em Barquisimeto, no centro do país.
O governo atribui a alta de preços e o desabastecimento à especulação de empresários que querem dar um "golpe econômico" em Maduro.
Para analistas, os problemas são fruto da queda da produção (desestimulada em parte pelos tabelamentos de de preços), do aumento da demanda e da paralisação nas importações pelo atraso na entrega de divisas oficiais.
Durante visita a Brasília, anteontem, Maduro disse que o Brasil vai ajudar seu país a "conseguir o objetivo de curtíssimo prazo" de aumentar a produção alimentícia local.
"O problema não se resolve pedindo cacau [ajuda] a países 'amigos', mas estimulando o investimento", criticou Luis Vicente León, do instituto Datanálisis ontem. "Podem passar horas de discursos, ataques, mas sem abastecimento as pessoas se irritam. E não haverá sem empresas, preços e divisas", declarou o analista
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