segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pode chegar a 50 o número de envolvidos em fraudes na saúde em SP


Pode chegar a 50 o número de envolvidos no esquema de fraudes no sistema público de saúde do Estado de São Paulo investigado pela Operação Hipócrates. De acordo com o Ministério Público Estadual (MP-SP), testemunhas e pacientes estão se apresentado espontaneamente para fazer novas denúncias relacionadas aos crimes sob investigação.

Promotores de Sorocaba pediram nesta segunda-feira, 20, a prorrogação da prisão temporária de oito suspeitos que continuam presos no batalhão da Polícia Militar (PM). O esquema teria desviado pelo menos R$ 2 milhões de recursos da saúde recebendo por plantões médicos que nunca foram dados.

Em entrevista conjunta com os delegados Wilson Negrão e Rodrigo Ayres, da Polícia Civil de Sorocaba, os promotores Claudio Bonadia de Souza e Maria Aparecida Castanho confirmaram indícios de envolvimento, no esquema, do ex-secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, Jorge Pagura.

O ex-secretário, que deixou o cargo após a denúncia, será investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, órgão máximo do Ministério Público. "Vamos encaminhar as peças do inquérito ao procurador-geral (Fernando Grella Vieira), pois ele é que tem a atribuição de investigar um secretário de Estado", disse a promotora.

Já o ex-coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, será intimado para prestar depoimento em Sorocaba ainda esta semana. Ele pediu demissão nesta segund-feira, depois de ter seu nome vinculado à investigação das fraudes. Em nota, Tardelli negou envolvimento, mas afirmou ter tomado a decisão de sair para garantir transparência nas investigações.

De acordo com a promotora, testemunhas e pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), foco principal do esquema, estão comparecendo espontaneamente para contribuir com a investigação. Pelo menos 30 pessoas já foram ouvidas. "Nesta primeira fase, pegamos os principais articuladores e, na sequência, vamos atrás dos que se beneficiaram com a fraude", disse.

O trabalho de apuração não tem prazo para terminar e será retroativo apenas aos últimos três anos. Segundo a promotora, além dos plantões fantasmas, há indícios de irregularidades em compras e serviços. "Todos serão investigados pela prática de crimes que vão de desvio de dinheiro público a falsificação e formação de quadrilha."

Das 13 pessoas que tiveram a prisão decretada, entre elas seis médicos, dois dentistas, uma enfermeira e dois empresários, quatro foram libertadas, três delas por colaborar com a investigação.

O ex-diretor do CHS, Heitor Consani, foi solto mediante habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, mas os promotores voltaram a pedir sua prisão e aguardavam a decisão. De acordo com Souza, ele é peça-chave no inquérito e uma possível fuga do médico pode prejudicar as investigações.

A polícia continua à procura da dentista Tânia Maris de Paiva, a única dos investigados que está foragida.

Fonte: Estadão
Charge:Contraovento

Aos 80 anos, FHC tem legado revisto


Depois de uma década sob ‘desconstrução’ de sua imagem imposta por Lula, ex-presidente tem obra reavaliada até por Dilma Rousseff

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso completou 80 anos neste sábado, 18, em meio a uma onda revisionista de seu legado político, administrativo e intelectual, motivada pela declaração da presidente Dilma Rousseff de que o tucano deu "contribuição decisiva" ao desenvolvimento do País.

Na última década, FHC teve sua gestão (1995-2002) sob fogo do PT, em especial do sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que, empenhado em enfraquecer a oposição, decidiu "desconstruir" a imagem e o legado de FHC.

Com Lula fora do poder, cientistas políticos, sociólogos e historiadores ouvidos pelo Estado acreditam que FHC terá sua obra devidamente reconhecida e respaldada pela História.

"As críticas ao governo FHC são retórica. Os presidentes que o sucederam copiaram mais do que inovaram. Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff, ao propor a privatização dos aeroportos do país, vai pôr em prática uma das lições de liberalismo econômico ensinadas por Fernando Henrique" diz Celso Roma, cientista político da USP.

Foi no exílio no Chile, em 1967, que FHC publicou seu livro mais famoso: Dependência e Desenvolvimento na América Latina. "Houve um momento em que o mundo inteiro debatia a teoria da dependência", diz o cientista político José Arthur Gianotti. "Um legado indiscutível."

"O Fernando sempre teve uma habilidade política muito grande, mesmo na academia. Eu me lembro de dizer: ‘Fernando, você é um homo politicus’. Ele conseguia aglutinar e organizar os colegas", diz Leônico Martins Rodrigues, sociólogo da USP e amigo de FHC. Para José Augusto Guilhon de Albuquerque, a maior qualidade de FHC foi a capacidade de agregar pensamento acadêmico ao ativismo partidário: "Essa confluência fez com que ele trouxesse para a política a elite intelectual".

Os cientistas políticos veem no fortalecimento das instituições democráticas um legado que só agora está sendo revisitado. "Os primeiros cinco anos depois da Constituição de 1988 foram muito caóticos. Com o impeachment do ex-presidente (Fernando) Collor em 1992, a fragmentação dos partidos e a posse de Itamar Franco, que não era filiado a nenhuma sigla quando assumiu, parecia que o Brasil tinha fracassado novamente", afirma Jairo Nicolau, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Fonte: Estadão 17/06/11

Clique aqui e leia o artigo de Celso Lafer sobre os 80 anos de FHC

sábado, 18 de junho de 2011

Governo agiu em dose dupla pelo direito de estourar orçamentos da Copa


Por Ricardo Perrone

Ninguém ficou vermelho de vergonha. Com naturalidade, o Governo Federal agiu em duas frentes para assegurar o direito de estourar os orçamentos públicos de obras da Copa-14.

Foi tudo bem amarrado na medida provisória que faz uma lipoaspiração nas regras de licitações para o Mundial. Primeiro, eliminou-se o teto de 25% de estouros orçamentários nas construções com dinheiro público e de 50% nas reformas. O céu agora é o limite.

E, instantes antes da aprovação na Câmara, a operação ficou completa com as alterações que garantem sigilo aos orçamentos. Agora só os órgãos controladores poderão saber a previsão dos gastos. Assim mesmo só quando o governo quiser. Pode até ser depois de a obra concluída. E precisarão guardar segredo sobre quanto do nosso dinheiro foi planejado gastar em cada obra.

Depois do último tapa dado no texto da medida provisória pelo deputado petista e cearense José Guimarães, cada governo que gaste quanto quiser e ninguém tem nada a ver com isso. Nem nós, que pagamos a conta.

A justificativa governista de que divulgar os orçamentos facilitaria a ação de cartéis, significa dizer que os órgãos de controle não são competentes para coibir tais ações.

Fonte: UOL Blog do Perrone
Charge: Sponholz

Ministério Público Federal, OAB e oposição montam estratégia contra MP da Copa


Aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto do governo que altera as regras de licitações para obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 vai além das exigências da Fifa e do COI (Comitê Olímpico Internacional).

Com o modelo proposto, o Brasil abre mão de mecanismo para reduzir os custos dos Jogos e cria um sigilo incomum de dados financeiros.

O projeto prevê que os orçamentos prévios não sejam divulgados e possibilita que ocorra um estouro ilimitado deles se a Fifa e o COI fizerem novas exigências.

O contrato da Rio-2016 prevê que o comitê internacional pode refazer todos os manuais técnicos da competição. Esses documentos criam as regras para a construção de sedes esportivas, Vila Olímpica e segurança.

Mas o texto diz que, se uma dessas modificações resultar em "efeito financeiro adverso", o COI deve negociar com a parte interessada.

O projeto do governo, porém, permite um reajuste ilimitado no orçamento dos Jogos, acima dos 50% previstos na Lei de Licitações.

Em Londres-2012, o governo reduziu despesas ao deslocar a sede de badminton e de ginástica rítmica em negociação com COI e federações internacionais. Foram economizados R$ 52 milhões.

Os britânicos publicam mensalmente todos os gastos da Autoridade Pública Olímpica na internet e as licitações têm valores divulgados.

O contrato da Copa de 2014 para o Brasil é mais restrito para negociações. O "Acordo para Sediar" prevê que a Fifa possa solicitar modificações em planos dos estádios "a qualquer momento".

Não há previsão de acordo para as mudanças. Também não existe uma vedação à divulgação dos orçamentos.

O caso da Copa da África do Sul mostra que a falta de transparência e regras flexíveis aumentam os custos.

Por lá, as licitações tinham regras duvidosas. Na concorrência para gestão do estádio Soccer City, o governo local excluiu empresas sem explicações técnicas, incluiu um benefício para quem tivesse programa de ajuda a negros e não divulgou a vencedora.

Para o estádio de Port Elizabeth, as autoridades escolheram a empresa que ficou em terceiro na licitação.

Mas os valores dos orçamentos dos estádios eram divulgados. Ainda assim os valores iniciais sofreram majoração em torno de 40%.

No caso brasileiro, o governo não assina os contratos para as obras. Os responsáveis são a Prefeitura do Rio, os comitês organizadores e os Estados donos das arenas. A União deu garantias financeiras ao COI para o evento e assinou outras exigências legislativas em relação à Fifa.

Fonte: Folha UOL 18/06/11

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ONG AMERICANA PUBLICA DOCUMENTO QUE DEFENDE COM TODAS AS LETRAS: “FAZENDAS NOS EUA E FLORESTAS NO BRASIL”


Por Reinaldo Azevedo

Sim, queridos, eu sei que fica parecendo teoria da conspiração, xenofobia, essas coisas. Mas eu sou obrigado a acreditar naquilo que estou vendo, que está bem aqui e que vou tornar disponível para todos vocês.

Existe uma ONG americana chamada “Union of Concerned Scientists”, algo assim como “União dos Cientistas Preocupados”. Preocupados com o quê? Ora, com o meio ambiente. Tanto é assim que um lemazinho vem agregado ao nome da ONG: “Cidadãos e Cientistas por (em defesa de) Soluções Ambientais”. Vocês sabem que já há alguns anos ninguém perde tempo — e alguns ganham muito dinheiro — defendendo o meio ambiente, não é? A UCS tem um aura quase divina porque nasceu no lendário MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge, nos EUA. Como falar deles sem que nos ajoelhemos em sinal de reverência?

Marina Silva, Alfredo Sirkis e congêneres são amigos da turma, como vocês poderão constatar numa rápida pesquisa feita no Google. A UCS tem uma excelente impressão sobre si mesma. No “About us”, diz combinar pesquisa científica com a atuação de cidadãos para que se desenvolvam soluções seguras e inovadoras em defesa de um meio-ambiente mais saudável e de um mundo mais seguro. Certo! A gente acredita em tudo isso. Quem haveria de duvidar de “cientistas independentes” e de “cidadãos preocupados” que só querem o bem da humanidade? Marina, por exemplo, não duvida. O endereço da dita ONG está AQUI.

Eu juro! É verdade!
Pois acreditem! O site da UCS publica um documento cujo título é literalmente este: “Fazendas aqui; florestas lá”. O “aqui” de lá são os EUA; o “lá” de lá são o Brasil e os demais países tropicais. Sim, o texto defende com todas as letras que o certo é o Brasil conservar as florestas, enquanto os EUA têm de cuidar da produção agrícola. O estudo tem um subtítulo: “O desmatamento tropical e a competitividade da agricultura e da madeira americanas”. Não faço como Marina Silva; não peço que vocês acreditem em mim. O documento está AQUI.

Notem que eles não escondem seus objetivos, não! Os verdes brasileiros é que buscam amoitar a natureza de sua luta. O documento tem duas assinaturas: David Gardner & Associados (é uma empresa) e Shari Friedman. Tanto o escritório como a especialista auxiliam, lê-se no perfil de ambos, ONGs e empresas a lidar com o meio ambiente… Shari fez parte da equipe do governo americano que negociou o Protocolo de Kyoto, que os EUA não assinaram!

É um texto longuíssimo. O que se avalia no estudo é o impacto do “desmatamento” — ou do que eles tratam como tal — no setor agropecuário e madeireiro dos EUA. Conservar as nossas florestas, eles dizem, preserva a competitividade da agricultura americana e, atenção!, também baixa os custos de produção local.

As pessoas que sabem somar dois mais dois perguntarão: “Ué, mas se a gente fica com as florestas, e eles, com as fazendas, haverá menos comida no mundo, certo?” Certo! Mas e daí? O negócio dos agricultores americanos estará assegurado, e as nossas matas também, onde Curupira, Anhangá, a Cuca e a Marina Silva podem curtir a nossa vasta solidão!

É uma baita cara-de-pau! Mas, ao menos, está tudo claro. O documento é ricamente ilustrado, tanto com imagens dos “horrores” que nos pFraticamos contra a natureza como com tabelas dos ganhos de cada área do setor agropecuário americano, estado por estado, se o houver o “reflorestamento” tropical.

Espero que deputados e senadores leiam esse documento. Está tudo ali. São muitos bilhões de dólares. Parte da bolada financia as ONGs lá e aqui. Como se nota, os cientistas e cidadãos da UCS estão muito “preocupados”… com os setores agropecuário e madeireiro americanos. Eles estão certos!

Enquanto lutam em defesa da sua agricultura, os vigaristas daqui lutam para destruir a nossa. E são tratados como santos!

Fonte: Reinaldo Azevedo 17/06/11

Sarney e Collor pedem sigilo eterno sobre documentos do governo e Dilma aceita





Charges: Sponholz

Justiça italiana obriga casal a se separar após marido mudar de sexo

Alessandra Bernaroli mudou de sexo em 2009, quatro anos após se casar no civil e no religioso


A Justiça italiana obrigou um casal da cidade de Bolonha a se separar contra a própria vontade, depois que o homem trocou de sexo e se tornou mulher.

Alessandro Bernaroli, de 40 anos, se submeteu a uma operação de troca de sexo em 2009, quatro anos após ter se casado no civil e no religioso. Ele passou a se chamar de Alessandra e não tinha a intenção de se separar da esposa. Nem ela dele.

Em outubro do ano passado, um tribunal de Modena, cidade onde foi celebrado o casamento, reconheceu que o casal tinha o direito de permanecer unido legalmente.

Agora, uma sentença do tribunal de apelação de Bolonha, onde eles moram, impôs o divorcio, alegando falta de diversidade sexual entre os cônjuges.
Regularização
O problema surgiu quando Alessandra foi regularizar seus documentos com a nova identidade feminina na prefeitura. Um funcionário anulou o casamento alegando não ser possível legalizar a união entre duas mulheres.

"Pensei que fosse suficiente mudar o nome na certidão de casamento, mas eles decidiram que a gente tinha que se separar", disse ela à BBC Brasil.

Segundo o advogado do casal, embora a legislação italiana não reconheça os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, não há lei que os obrigue a se divorciar sem o próprio consentimento.

"A lei de ratificação da identidade sexual não prevê a dissolução automática do casamento. E ainda que a mudança de sexo seja motivo para pedir o divórcio, ele deve ser solicitado pelo cônjuge", explicou o advogado Michele Giarratano ao jornal La Repubblica.
Discriminação
O casal se considera vítima de discriminação. "É uma situação intolerável, pois não se julga com base na legislação existente e sim no preconceito. Não queremos que nosso casamento tenha uma definição: homossexual, transexual ou heterossexual, mas continuar vivendo como antes", diz Alessandra.

Agora os advogados vão entrar com um recurso no tribunal de última instância, cuja sentença definitiva deve sair em 4 ou 5 anos.

"Enquanto isso, não sabemos se somos casados ou não, o que podemos e o que não podemos fazer. Isto fere nossa dignidade ", reclama.

Caso a última sentença seja negativa, Alessandra disse que pretende recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos e pedir asilo político a um país membro da União Europeia.

Ela é também ativista de um grupo que defende os direitos dos homossexuais e afirmou que deseja transformar seu caso numa batalha pelos direitos de todos.

"Queremos que a Itália seja como o Brasil, por exemplo, onde as pessoas do mesmo sexo já podem conviver legalmente", afirma.

Fonte: UOL 17/06/11

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Battisti, o homicida - Seis ministros do Supremo fazem do Brasil, a partir de hoje, o Cafofo do Osama


Acompanhei ontem a sessão do Supremo Tribunal Federal que acabou resultando na liberdade do homicida Cesare Battisti. Condenado à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas, em circunstâncias que evidenciam, ademais, asquerosa covardia, o facinoroso é agora hóspede de nossa generosidade, de nosso bundalelê jurídico. Escrevi vários posts a respeito.

Cumpre lembrar rapidamente: então ministro da Justiça, contrariando parecer do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), Tarso Genro concedeu refúgio a Battisti, condenado por crime comum na Itália. Tarso apelou a algumas falácias para tomar a sua decisão: como se fosse corte revisora da Justiça italiana, apontou vícios nos processos que resultaram na condenação — que se provaram falsos! — e acusou a Itália de viver, à época, um período de exceção. Também é mentira. Tratava-se, como se trata, de um estado democrático. Alegou ainda que, se devolvido à Itália, Battisti correria o risco de sofrer represálias.

A República italiana apelou ao Supremo, e o tribunal entendeu que a concessão do refúgio era ilegal. Numa votação confusa, ficou decidido que caberia ao presidente decidir pela extradição de Battisti “nos termos do tratado” existente entre os dois países. Lula decidiu manter Battisti no Brasil CONTRA O TRATADO e contra decisão do próprio Supremo.

Seis ministros — Luiz Fux, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto e Marco Aurélio de Mello — entenderam que o presidente da República decide soberanamente se concede ou não refúgio. A ser assim, como bem lembrou Cezar Peluso, STF para quê? Para atuar como mero “parecerista” do Executivo, sendo, ainda assim, ignorado por ele? É uma piada!

Gilmar Mendes leu o seu brilhante voto ao longo de duas horas. Todas as teses levantadas contra a extradição foram desmontadas com rigor e método, mas foi inútil. Àquela altura, uma decisão de natureza política já tinha sido tomada. Tanto é assim que, na linha do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os ministros que soltaram Battisti também entenderam que era inadmissível o recurso do estado da Itália contra a decisão de Lula. Ora, o governo da Itália só recorreu ao Supremo porque, afinal, há um tratado entre os dois países.



Mas quê! Luiz Fux, que parece estar decidido a se comportar como “Luiz Lux”, resolveu iluminar as mentes com um nacionalismo de tal sorte exacerbado que quase levanto da cadeira e começo a cantar o Hino Nacional. Entendi que, quando um governo estrangeiro, com base em um tratado celebrado com o Brasil, recorre à nossa Suprema Corte, está cometendo uma grave agressão à nossa soberania, uma verdadeira ofensa! Se não me engano, e eu não me engano, o governo brasileiro recorreu à Justiça de Mônaco para extraditar Salvatore Cacciola para o Brasil. Tarso Genro foi pessoalmente àquele principado. No Brasil, a Itália apenas contratou um advogado. O governo brasileiro faz questão que alguém que tenha cometido crime financeiro cumpra pena no país, mas acha uma violência e uma agressão que a Itália queira que um cidadão daquele país, condenado por quatro homicídios, cumpra pena em solo italiano.

Eu discordo frontalmente da opinião dos seis ministros, mas ressalvo que, ao menos, Marco Aurélio de Mello e Carmen Lúcia limitaram-se a argüir a discricionariedade do presidente da República para extraditar ou não. Acho a tese insustentável, mas entendo seus motivos. Os outros quatro… Definitivamente, enfiaram o pé na jaca! Joaquim Barbosa chegou a chamar a Itália de “potência estrangeira”; em colaboração com Ayres Britto, as autoridades italianas foram tachadas de “algozes”, pessoas que “perseguem” o pobre Battisti. Britto evocou os tais direitos humanos, o que obrigou Mendes a questionar se o que caracteriza um homicida não é, afinal de contas, matar… humanos!!!

Mas quê… Marcando o ritmo de seu discurso com o indicador atuando como um martelinho a escandir sílabas, Fux dizia que também cabia ao Supremo zelar pela soberania do país, que estaria sendo agredida, imaginem vocês, pela “potência estrangeira”, como diria Barbosa, que ganhou o troféu do pior argumento do dia duas vezes! Não contente em fazer uma analogia absolutamente descabida, ele a repetiu com um exemplo ainda pior.

Dada a atual maioria do Supremo, o presidente concede refúgio ou extradita quem bem entender, inclusive criminosos comuns — Battisti foi condenado por crime comum. Basta que, para tanto, o governo brasileiro chame seu ato de “político” e alegue haver “perseguição”. Como bem lembrou Gilmar Mendes, o país que ambiciona um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU diz ao mundo: “Por aqui, tratados bilaterais não valem nada”.

A partir desta quinta-feira, o Brasil se tornou um bom refúgio para larápios de amplo espectro, como se já não bastassem os nativos. Ratko Mladic, o carniceiro sérvio, deveria ter escolhido as nossas praias. O mesmo deveria ter feito Osama Bin Laden. O pessoal do Casseta & Planeta, se antecipando ao Supremo, fez a piada primeiro.

A partir de hoje, o Brasil é o Cafofo do Osama

Fonte: Veja , Reinaldo Azevedo 09/05/11
Charges: Sponholz

Ditadura meliante: Acuado com escândalos, governo Dilma corre para aprovar Lei da Mordaça



Por Jorge Serrão

No intuito de tentar intimidar e silenciar quem ainda faz Jornalismo de verdade, a ditadura dos meliantes formula mais um atentado à liberdade de expressão. Acuado por denúncias que o desestabilizam, o governo do crime organizado bota sua base amestrada para aprovar, a toque de caixa, o inconstitucional projeto de lei que tipifica o crime de violação e vazamento de sigilo investigatório. O mais grave é que grande parte do Poder Judiciário é favorável a tamanha excrescência bolada pelos usurpadores do Estado e seus agentes de influência.

Jornalistas poderão ser indiciados por revelar ou divulgar de fato que esteja sob investigação, em qualquer tipo de procedimento oficial. A pena prevista para quem desafiar tal Lei da Mordaça é de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Atendendo aos interesses da petralhada no poder e seus comparsas, o plenário da Câmara deve aprovar, em breve, o projeto de lei do deputado Sandro Mabel (PR-GO) que torna crime a violação e vazamento de sigilo investigatório. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou ontem este monstrengo jurídico que também tem o objetivo subliminar de neutralizar a Lei da Ficha Limpa – impedindo a divulgação de políticos com problemas judiciais.

Passou o substitutivo do relator, deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), que define o crime como "revelar ou divulgar fatos ou dados que estejam sendo objeto de investigação criminal sob sigilo". Na verdade, os políticos legislam em causa própria. Até janeiro deste ano, segundo dados consultados em Tribunais Regionais Eleitorais, pelo menos 155 deputados federais e senadores respondem a processos criminais ou cíveis – que os tornariam inelegíveis, se o princípio ético fosse aplicado na política tupiniquim.

Pelo menos 114 deputados são alvos de 243 inquéritos e ações penais no Supremo. Em 78 casos, a Justiça encontrou elementos para transformar 51 deputados em réus, acolhendo parecer do Ministério Público Federal por entender que há fortes indícios de envolvimento dos acusados nos crimes atribuídos a eles. Hoje 136 congressistas (22 senadores) acumulam 293 processos (50 envolvendo senadores) no STF. Os políticos são acusados ou suspeitos de crimes de trabalho escravo, corrupção passiva e ativa, estelionato, crime contra o sistema financeiro e a ordem tributária, coação, lesões corporais, crime contra a liberdade pessoal e até homicídio qualificado.

Como um quinto do Congresso parece fazer formalmente parte do Mundo do Crime Organizado, o interesse imediato da classe política é impor uma Lei da Mordaça invocando o questionável direito ao sigilo sobre a investigação de seus crimes – na maioria das vezes cometido contra a coisa pública

Fonte: Alerta Total

Sorria: seu carro roubado vai cobrir rombo fiscal na hermana Bolívia de Evo Morales, o amigão de Lula e do PT


Lula e seu amigão, que além de cocaleiro agora é receptador de carros roubados. E o brasileiro paga a conta, de novo

O amigo de Lula e grande parceiro comercial do Brasil, Evo Morales, teve uma ótima ideia: regularizar os carros contrabandeados que circulam pela Bolívia sem documentos e, com o dinheiro do imposto arrecadado, cobrir parte do déficit fiscal do país. São esperados mais de 200 milhões de dólares de arrecadação. O problema é que uma boa parte desses carros é roubada de brasileiros e chega até lá por estradas clandestinas. Que tal financiar o governo socialista de Evo com seu carro roubado, hein?

Clique Aqui e leia a notícia:

Aqui, você descobre o caminho percorrido por carros roubados brasileiros até chegarem à Bolívia como contrabando e, finalmente, serem “regularizados” pelo decreto de Evo Morales para financiar sua revolução bolivariana: clique aqui para ler

Fosse o Brasil um país mais sério, governado por gente mais séria, e esse episódio bizarro viraria incidente diplomático. Mas como estamos falando deste país e do governo do PT, é capaz de o Lula ainda dar alguma declaração elogiando a “criatividade” de Evo na gestão do déficit boliviano.

Então fica combinado o seguinte: você compra um carro pelo dobro do valor internacional (por causa dos impostos), paga um combustível caríssimo, seu carro é roubado porque o governo é incapaz de manter os marginais na cadeia e, no fim de tudo, se você der a sorte de não ser morto pela bala de uma arma ilegal, ainda paga a franquia absurda do seguro e seu carro serve para o pessoal do Foro de SP prolongar-se no poder. Imorales, não?

Fonte: Midia Mais 09/06/11

Será Por quê?

Lula e Roberto Gurgel, a amizade não é linda?

O procurador geral da república Roberto Gurgel arquivou hoje as denúncias contra Antônio Palocci. Será Por quê?

Crise derruba Palocci e obriga Dilma a mudar governo


Vinte e três dias depois de provocar a maior crise política no governo de Dilma Rousseff por causa das suspeitas de enriquecimento ilícito e tráfico de influência a partir da revelação de um significativo aumento patrimonial nos últimos quatro anos, Antonio Palocci pediu nesta terça-feira, 7, demissão da Casa Civil. Ele será substituído pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que toma posse nesta quarta-feira, 8, às 17 horas, no Palácio do Planalto.

Técnica especializada em orçamento e política, Gleisi é um antigo quadro do PT. Apesar de a crise envolvendo Palocci ter exposto a fragilidade da articulação política do governo, a senadora do PT deve exercer no governo um papel gerencial, semelhante ao que a presidente teve no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - uma espécie de "Dilma da Dilma". Numa entrevista na noite desta terça-feira, 7, logo depois de ter sido escolhida, Gleisi Hoffmann disse que Dilma a considera com um perfil para o que quer na Casa Civil: trabalho de gestão e de acompanhamento de projetos.



Desintegração. Mesmo obtendo um "nada consta" na segunda-feira do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que mandou arquivar todas as acusações que lhe foram feitas pelos partidos de oposição, Palocci não resistiu ao processo de desintegração de seu capital político diante do cerco de aliados.

O destino de Palocci foi selado nesta terça pela manhã, no gabinete de Dilma Rousseff, no terceiro andar do Palácio do Planalto. Numa conversa de 50 minutos, que começou às 10h55, os dois acertaram a saída. A conversa acabou por atrasar o início da cerimônia Rio+20, que Dilma iria presidir. Os dois chegaram juntos à solenidade. Palocci já estava fora, mas esbanjou sorrisos. Ele ainda participou da um almoço com a presidente e os senadores do PTB, no Palácio da Alvorada.

Despedida. No final da tarde desta terça Palocci, o mais poderoso ministro do governo de Dilma Rousseff, entregou a carta de demissão. Disse que considerou "robusta" a manifestação do procurador-geral da República o que, segundo ele, confirmou a "retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta".

No final da curta nota, Palocci disse que preferiu solicitar o afastamento por considerar que "a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo". A nota de demissão foi protocolar, destas que costumam ser escritas quando um importante ministro sai.

Fonte: Estadao 07/06/11
Charges: Sponholz e Mariosan

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma questão de fé ...



Charge: Sponholz

Devolve a faixa pô!



Lula disse à FHC que não se intrometesse no governo porque não era mais presidente, mas ele mesmo não faz o que diz, já tá metendo o bico de novo. Lula, sai desse corpo que não te pertence!

Charge: Duke

quarta-feira, 1 de junho de 2011

PPS vai pedir investigação sobre cunhada de Palocci


A Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto, entidade que tem como vice-presidente uma cunhada do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), recebeu, entre 2008 e 2010, R$ 1 milhão do governo federal, de acordo com levantamento feito pelo PPS na Câmara dos Deputados.

O PPS anunciou na tarde desta terça-feira que vai pedir cópia de toda a documentação dos convênios firmados entre os ministérios do Turismo e da Cultura e a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto.

A entidade tem como vice-presidente Heliana da Silva Palocci. Ela é mulher de um irmão de Palocci.

Do total repassado, R$ 550 mil vieram de convênios cujos recursos foram garantidos por meio de duas emendas apresentadas pelo então deputado federal Antônio Palocci (PT-SP) em 2008 e 2009.

Como a Folha revelou em 22 de maio, Palocci apresentou emenda de R$ 250 mil ao Orçamento 2009, indicando como beneficiária a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto. Outra emenda, no valor de R$ 300 mil, foi apresentada na lei orçamentária do ano seguinte.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias veda a destinação de recursos a entidades privadas dirigidas por parentes de agentes políticos dos três Poderes, mas não prevê sanções para quem desrespeita a regra.

As emendas de Palocci foram pagas pelo Ministério do Turismo, que firmou convênios com a entidade para promover edições da Feira do Livro de Ribeirão, município paulista onde o ministro começou a carreira política.

Ao apresentar as emendas, o então deputado justificou a indicação dizendo ser necessária "ajuda financeira federal para que se garanta a continuidade" do evento. De acordo com a justificativa do então deputado, a feira é um "evento cultural-artístico-turístico de impacto e repercussão que ultrapassam em muito os limites geográficos do nordeste do Estado de SP".

Fonte: Folha 31/05/11

Apartamento de R$ 6,6 mi de Palocci tem aquecimento de piso


O apartamento de R$ 6,6 milhões do ministro Antonio Palocci tem aquecimento de piso nos banheiros, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na Folha desta quarta-feira

No último dia 15, a Folha revelou que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. Entre 2006 e 2010, passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

Depois disso, a liderança do PSDB na Câmara levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre, e o trabalho do ministro na incorporadora.

No dia 24 de agosto, a WTorre protocolou na Receita um pedido de restituição de Imposto de Renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a incorporadora fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma --outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada à campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro, a Projeto Consultoria Financeira, que teve um faturamento de R$ 20 milhões somente no ano passado.

Fonte: Folha 01/06/11
Charge: Paixão