terça-feira, 16 de junho de 2009

Lula joga no time de Mahmoud Ahmadinejad


Ao contrário do resto do mundo civilizado, que questionava os resultados da eleição iraniana e criticava a repressão policial, o governo brasileiro, por intermédio de Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, concluiu que as manifestações da oposição eram um “bom sinal” – de acordo com essa lógica, se há protesto, há democracia. O raciocínio de Garcia, convenientemente, omitiu a brutal repressão do regime, coisa difícil de considerar democrática.

Mas a reflexão do dia veio do colega brasileiro de Ahmadinejad. Lula disse que os protestos da oposição são “manifestações de quem perdeu”. Aparentemente desinformado, afirmou não conhecer ninguém, “a não ser a oposição”, que tenha contestado a reeleição de Ahmadinejad e que não há provas de fraude. “Por enquanto, sabe, é apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos”, declarou o presidente brasileiro, reduzindo tudo, como de hábito, ao campo de futebol.

Piadinhas varzeanas à parte, é o caso de perguntar se existem limites éticos a esse “pragmatismo” da política externa do governo Lula.

Fonte: Blog do Gutemberg 16/06/09

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