terça-feira, 20 de abril de 2010

Não há segurança fiscal no projeto de Belo Monte


Por Miriam Leitão

A construção da Usina de Belo Monte é polêmica, é uma obra cara. O dinheiro é do brasileiro e não há segurança fiscal no projeto, que é muito mais caro do que parece e tem muitos subsídios.

O governo paga nos seus títulos, por exemplo, 8,75% para rolar seus papéis e isso vai aumentar, pois os juros devem subir. Porém, para a obra, o estado vai emprestar dinheiro durante 30 anos, com juros de 4% ao ano. Então, há um custo fiscal. Além disso, as empresas não vão pagar imposto de renda. Ao todo, o jornal O Globo calcula em R$ 6 bilhões o custo para o contribuinte.

Há ainda a insegurança jurídica. O governo gosta de falar que é 11 mil megawatts, mas é um rio que oscila muito a quantidade de água. Especialistas, mesmos os defensores, acham que é uma usina de quatro mil megawatts. A hidrelétrica não é tão grande como parece.

Fala-se em um custo de R$ 19 bilhões, mas não se pode esquecer dos R$ 6 bilhões de subsídios. Soma-se a isso um custo de transmissão que ainda não está calculado. É uma obra muito cara. Existem outras opções mais baratas que o governo não considerou.

O setor de energia no Brasil precisa de investimento, mas isso não significa obrigatoriamente que essa usina precise ser construída. Trata-se de uma obra muito polêmica que não deveria ser feita no final do governo.

Fonte: Bom Dia Brasil 20/04/10 Miriam Leitão

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