terça-feira, 26 de julho de 2011

Lula o ilusionista



Mil e uma Utilidades
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Em projetos bem delineados de poder não há coincidência nem acaso. Descontados eventuais erros de cálculo, predomina a estratégia. Cada passo é pesado e medido de acordo com o objetivo pretendido.

Quando surgiu em meio ao episódio Antonio Palocci combinando atritos em toda a base por causa da desatenção da presidente Dilma Rousseff em relação ao Congresso, o ex-presidente Lula mais atrapalhou que ajudou.

A despeito das pesquisas de opinião mostrando que a maioria vê com bons olhos atos do antecessor que venham a compensar deficiências da sucessora, naquele momento não estava em jogo esse tipo de avaliação.

Mais importante era a percepção do mundo político, e a parcela mais bem informada da população permanentemente engajada no acompanhamento do desempenho governamental.

Para esse setor o resultado foi o oposto do pretendido, pois contribuiu para a fragilização da imagem da presidente como responsável pela condução do barco.

Refeito o cálculo, Lula recolheu-se e ficou na retaguarda.

Semana passada, em meio ao pesado charivari político-policial no Ministério dos Transportes, Lula reapareceu. Mas o fez em nova roupagem.

Já não mais se apresentou como o interlocutor dos partidos da base governista, no que foi criticado por, na prática, usurpar o poder de Dilma.

Ressurgiu em seu mais competente personagem: o de líder de massas, animador e exímio criador de cenários paralelos capazes de dividir, quando não desviar, as atenções do que requer foco e seriedade.

Enquanto em Brasília a presidente se via às voltas com a recalcitrante crise no PR, com atitudes ora elogiáveis, ora condenáveis, ora incompreensíveis, Lula atraía para si boa parte do noticiário com shows onde o sucesso é garantido: congressos da União Nacional dos Estudantes e da União Geral dos Trabalhadores, no Rio e em São Paulo.

Não fez nada de extraordinário. Apenas repetiu o que costumava fazer quando presidente. Na UNE redesenhou um conflito com a imprensa, a fim de levantar o estandarte do inimigo a ser combatido (qualquer um, menos o governo).

Na UGT levou ao delírio o auditório atacando as elites que "não se conformam" que o trabalhador possa comprar carro, eletrodomésticos e andar de avião.

Sem dizer quem é contra a inclusão de brasileiros no mercado de bens e serviços nem esclarecer que o estímulo desenfreado ao consumo sem planejamento e investimento em estrutura para sustentá-lo, produz desconforto urbano e serviços de baixa qualidade. Para todos.

Lula não pode ser criticado por continuar a atuar politicamente depois de deixar a Presidência, embora não confira o mesmo direito a outros que, para ele, devem se recolher ao ostracismo como sinal de boa vivência na condição de ex-presidente.

Mas os movimentos de Lula podem e devem ser analisados à luz de suas intenções. A maioria interpretou que ele está em campanha. Parece pouco: ele nunca deixou de fazer campanha, dado que sua lógica é sempre eleitoral.

Disseram também que já abriu a temporada de caça de votos para 2014. Parece precipitado: tanto que quando Dilma ou Lula fazem referência à hipótese de a presidente concorrer à reeleição as análises sobre a certeza da volta em 2014 imediatamente adotam o pressuposto contrário e não param mais em pé.

A eleição presidencial será definida mais à frente. O que se tem agora é um governo representativo de uma etapa a ser cumprida em nome do projeto de poder referido lá no início.

É a essa etapa que Lula se dedica agora. Tocando esse projeto no papel que desempenha melhor: o de ilusionista. Enquanto o governo se debate com dificuldades reais, Lula rodopia País afora criando uma realidade paralela de ufanismo e reforçando nas mentes que ele está firme no papel de garantidor do Brasil por ele inventado.

Assegura o eleitorado de sempre, não deixando espaço para a oposição se aproveitar das deficiências da sucessora. Dilma, de seu lado, faz o que pode no sentido oposto, de um jeito meio atrapalhado, mas ao gosto de quem não gosta de Lula.

Na hora da eleição, será somar dois mais dois, e se der cinco, como ensina o livro do MEC, melhor ainda.

Fonte: Estadão

Pagot pede demissão do Dnit



O Ministério dos Transportes confirmou nesta segunda-feira, 25, a saída de Luiz Antônio Pagot do cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em nota, o ministério afirmou que Pagot já solicitou à presidente Dilma Rousseff sua exoneração do cargo.

"O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, recebeu na manhã de hoje o pedido de cancelamento das férias do diretor-geral do Dnit, programadas para o período de 25 de julho a 4 de agosto. No mesmo documento, o diretor comunicou que já solicitou à presidenta da República sua exoneração do cargo", informa a nota.

Mais cedo, Pagot havia comunicado a assessores e funcionários do órgão que decidiu entregar o cargo, que ocupava desde 2006, em consequência da crise no Ministério dos Transportes. Pagot agradeceu a colaboração de todos e disse que o pedido de demissão é irrevogável, mas não entrou em detalhes sobre a crise.

Desde o início do mês, quando estourou na imprensa o escândalo envolvendo denúncias de corrupção, cobrança de propina e tráfico de influência no Ministério dos Transportes e principais estatais (Dnit e Valec) a crise provocou a demissão do então ministro Alfredo Nascimento, do diretor da Valec, José Francisco das Neves, e de outros 15 integrantes da área.

Fonte: estadão 25/07/11
Charge: eramos6

veja quem já caiu com a faxina do Ministério dos transportes

Bye Amy, fostes cedo demais




Charges: M. jacobsen e Regi

sexta-feira, 22 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

REDE SOCIAL DO POLÍTICO: DINHEIRO +


A rede social dos políticos brasileiros já nasce com importantes diferenciais. O botão “curtir” do Facebook, no site Dinheiro + agora é “Curtir umas férias com dinheiro do contribuinte”.

Será possível também um chat entre vários envolvidos em denúncias, para combinar depoimentos.

No site será possível também fazer indicações: de sobrinhos, filhos, esposas, maridos, etc, para compor o gabinete de outros políticos.

Texto e Charge: eramos6

ONU QUER SABER SE BUEIROS DO RIO SÃO DE DESTRUIÇÃO EM MASSA


A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU quer enviar inspetores ao Rio de Janeiro para vistoriar nosso programa de lançamento de bueiros, sob a pena de sofrermos sanções e dalilas comerciais, caso não aceitemos a visita.

O Inspetor Responsável disse em nota de dólar:

- O Brasil é signatário do Tratado de não-proliferação de armas de destruição em massa. Porém o lançamento de bueiros pode ser um disfarce.

O Ministro da Defesa e do meio de campo, Nelson Jobim Ladem, declarou:

- O nosso programa de lançamento de bueiros tem fins pacíficos, aliás, fins Atlânticos, pois pretendemos lançá-los apenas até esse oceano.

A inspeção foi solicitada pela Argentina, que tem medo de ser o alvo da arma brasileira:

- Nosotros tenemos miedo, pois estos puedem ser armas brasileñas para nos atacaren por via aérea visando ganarem la Copa América. Brasil sabe que Messi esta jugando malo mutcho mejor que Neymar.

Já o presidente Irado do Irã Mahamud Amarremeujegue quer assinar acordo com o Brasil para troca de experiências no desenvolvimento e lançamento de longo alcance de bueiros e tentar, assim atingir Israel.

Informou nosso repórter diretamente do esgoto.

Texto e Charge:eramos6

Beber demais pode danificar memória de meninas adolescentes, diz estudo


Adolescentes, especialmente do sexo feminino, que bebem grandes quantidades de álcool de uma só vez podem danificar a parte do cérebro que controla a memória e a percepção espacial, de acordo com um estudo americano.

Os cérebros de jovens mulheres são mais vulneráveis aos danos causados pelo álcool porque se desenvolvem mais cedo que os dos homens.

Por isso, segundo a pesquisa publicada em Alcoholism: Clinical and Experimental Research, aquelas que bebem demais em um curto espaço de tempo podem acabar tendo problemas ao dirigir, jogar esportes com movimentos complexos, usar mapas e ao tentar lembrar o caminho para os lugares.

Testes

Os pesquisadores de diversas universidades dos Estados Unidos fizeram testes neuropsicológicos e de memória espacial com 95 adolescentes entre 16 e 19 anos de idade.

Entre eles, 40 (27 do sexo masculino e 13 do sexo feminino) bebiam muito de uma só vez (Mais de 1,5 litro de cerveja ou quatro taças de vinho para mulheres ou mais de 2 litros de cerveja ou uma garrafa de vinho para os homens).

Os mesmo testes foram repetidos com 31 rapazes e 24 moças que não bebiam em grandes quantidades e os resultados foram então comparados.

Tecnologia

Usando aparelhos de ressonância magnética, os pesquisadores descobriram que as adolescentes que bebiam muito tinham menos atividade em várias áreas do cérebro que as que não bebiam, durante o mesmo teste de percepção espacial.

Segundo Susan Tapert, professora de psiquiatria na Universidade da Califórnia e autora do estudo, estas diferenças na atividade cerebral podem afetar negativamente outras funções, como concentração e o tipo de memória usado na hora de fazer cálculos, o que também seria fundamental para o pensamento lógico e capacidade de raciocínio.

Já os jovens rapazes não teriam sido afetados da mesma forma, de acordo com Tapert.

"Os adolescentes que bebiam demais mostraram alguma anormalidade, mas menos, na comparação com os rapazes que não bebiam. Isso indica que as jovens do sexo feminino são particularmente vulneráveis aos efeitos negativos do excesso de álcool."

FONTE: BBC BRASIL 18/07/11

Sobrevivente de crime racista pede clemência para assassino

Rais Bhuiyan ficou cego mas se recuperou e perdoou seu agressor

Em um apelo de última hora, o único sobrevivente de uma série de ataques racistas cometidos nos Estados Unidos após 11 de setembro de 2001 está tentando evitar a execução do supremacista branco que os cometeu.

Raisuddin Bhuiyan, um imigrante de Bangladesh que ficou cego após ser atingido por um tiro no rosto, está processando o governador do Texas, Rick Perry, para tentar converter para prisão perpétua a sentença de pena de morte de Mark Anthony Stroman.

A execução de Stroman está marcada para próxima quarta-feira, 20, por injeção letal.

Na esteira dos ataques às Torres Gêmeas, em Nova York, ele matou a tiros um indiano e um paquistanês alegando “patriotismo” e motivado pelo desejo de vingança pelo atentado. Stroman disse que escolheu as suas vítimas porque elas “pareciam muçulmanas”.

“Não sou um assassino em série. Estamos em guerra. Fiz o que tinha de fazer”, disse, após ser preso, na época.

A irmã dele estava em uma das torres que desabaram após serem atingidas por aviões.

No dia 15 de setembro de 2001, Stroman matou a tiros o paquistanês Waqar Hasan, de 46 anos, que trabalhava fazendo hambúrgueres em Dallas.

Seis dias depois, atirou no rosto de Rais Bhuiyan em um posto de gasolina da cidade. O imigrante bengali sobreviveu, mas ficou cego de um olho.

No dia 4 de outubro, em outro ataque a uma loja de conveniência de um posto de gasolina no subúrbio de Mesquite, Stroman matou o indiano Vasudev Patel.

Os crimes racistas de Stroman causaram revolta e geraram protestos por parte da comunidade do sul asiático nos Estados Unidos, que organizou manifestações para reforçar a sua distância com os autores dos ataques.

Um júri condenou-o à morte em abril de 2002 pela morte de Vasudev Patel, que era adepto do hinduismo.

Redenção

Entretanto, Bhuiyan, o único sobrevivente dos ataques, diz que perdoou o seu agressor e que a aplicação da pena de morte para o pai de família só trará mais tristeza para todos os envolvidos.

“Perdoei-o muitos anos atrás. Na verdade, nunca o odiei. Nunca odiei a América pelo que me aconteceu. Acredito que ele (Stroman) era um ignorante incapaz de distinguir entre o certo e o errado. Se fosse diferente, não teria feito o que fez”, escreveu, no site de sua organização World Without Hate (Mundo Sem Ódio).

O bengali diz acreditar que Stroman não apenas se arrependeu do que fez, como poderia ser um porta-voz em favor da causa contra crimes racistas.

Stroman disse que queria "vingança" pelo 11 de setembro

A dias da execução de seu agressor, Bhuiyan está processando o governo do Texas alegando que não pôde não teve concedido o direito de se encontrar, através de mediação, com o seu agressor, como prevêem as leis relativas ao direito das vítimas.

“Por favor, faça a coisa certa: salve a vida de um homem”, pediu.

Preso e esperando o sua dia no corredor da morte, o pai de três meninas e um menino disse que a atitude de Bhuiyan é uma “demonstração de grandeza”. Em seu blog que atualiza na prisão, o condenado à morte diz que está arrependido.

"Não posso dizer que eu sou um homem inocente. Não estou pedindo que sintam pena de mim e não vou esconder a verdade. Sou um ser humano e cometi um erro terrível de dor, amor e raiva. Acreditem, estou pagando por esse erro a cada minuto e isso me assombra mesmo nos meus sonhos.”

Fonte: BBC Brasil 18/07/11

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cacique Cobra Coral diz que garante tempo bom durante a realização dos Jogos Mundiais Militares

na foto a médium Adelaide e a figura do cacique Cobra Coral


RIO - Reveillón, show do Roberto Carlos, Jogos Pan-Americanos de 2007, visita de Barack Obama... Agora é a vez de os Jogos Mundiais Militares contarem com uma ajudinha sobrenatural para garantir tempo aberto durante a competição. Enquanto sargentos, cabos e soldados suarem a camisa em busca de recordes, a Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC) vai acompanhar as condições do tempo no Rio. A entidade se dedica a monitorar fenômenos climáticos e divulgou nesta sexta-feira a nova missão

O porta-voz da FCCC, Osmar Santos, informou que desde a última segunda-feira a médium Adelaide Scritori, que afirma incorporar o Cacique Cobra Coral, está no Rio colaborando com o evento. Segundo ele, o espírito de Cobra Coral teria capacidade de influir nas condições do tempo. E, ainda de acordo com Santos, no passado, Cobral Coral teria incorporado em grandes personalidades como Galileu Galilei e Abraham Lincoln.

Osmar lembrou que a assessoria é gratuita. A FCCC mantém um convênio com a GEO-Rio para monitorar o tempo, e informações do sistema Alerta Rio da prefeitura são estudados pela fundação.

- É muito importante essa interação que nós temos com os governos, de tal forma que nós podemos atender da melhor maneira possível. Queremos contribuir para um clima agradável para todas as delegações que vêm visitar o Rio - disse a médium.

Fonte: O GLOBO 15/07/11

Análise: Duas semanas com o Google+


Há duas semanas o Google lançou quase em segredo sua nova rede social online, o Google+. Com ela, o gigante das pesquisas pretende ingressar em um mercado liderado pelo Facebook, no qual já tentou penetrar sem sucesso. Buzz e Wave foram as tentativas frustradas anteriores do Google para competir neste terreno, em que seu único êxito foi o apoio ao Orkut, criado inicialmente como projeto independente de um funcionário da empresa. O serviço tornou-se muito popular no Brasil e na Índia, mas não foi promovido em outros mercados pelo Google.

O Google+ ainda está em fase de testes, com usuários pré-selecionados, mas sua abertura total é iminente. Pode-se argumentar que a empresa resolveu fazer desta maneira para se assegurar de que tudo funciona bem antes de atrair mais público ou que se trata de uma estratégia publicitária para gerar interesse. Após 14 dias no Google+, o repórter analisou o que é bom e o que não é tão bom nesta nova aposta, e o que ela representa para outros partipantes do mercado como o Facebook e o Twitter.

O que promete

- Círculos: O Google+ organiza os contatos através de círculos. O usuário pode criar um para sua família, outro para seus colegas e outro para seus interesses, por exemplo. Ao agrupar as pessoas desta formar – semelhante ao modo com o que se agrupa as relações na vida real – é mais fácil decidir o que compartilhar com quem.

- Hangout: O sistema permite que qualquer usuário que tenha uma webcam organize uma espécie de bate-papo coletivo em vídeo com seus amigos. Ao iniciar uma destas vídeo-chamadas, o usuário abre sua câmera a seus amigos e todos podem falar ao mesmo tempo. Também é possível decidir com que círculos compartilhar o recurso.

- Como se compartilha: Ao escrever algo para compartilhar ou publicar um link, vídeo ou foto, o usuário tem total controle não só de quem o pode ver, como também do que os usuários podem fazer com seu conteúdo. Por exemplo, é possível estabelecer que nenhum usuário possa republicar uma postagem que você fez ou não permitir comentários em certas ocasiões.

- Fotos: As pessoas que têm telefones Android podem desfrutar de uma das funcionalidades que tem o potencial de trazer mais usuários para o Google+, o "instant upload". Com o recurso, cada vez que se faz uma foto com o celular, ela é colocada automaticamente no site em modo privado, tornando o compartilhamento posterior mais simples. Os usuários da Apple ainda estão esperando que a empresa aprove um aplicativo semelhante para o iPhone.

- A comunidade: É uma das coisas mais atraentes desta rede social, ao menos até agora. As coisas que estão sendo escritas e compartilhadas no Google+ são muito interessantes e a proporção entre conteúdo atraente e interferência (piadas, anúncios, etc) ainda favorece o primeiro.



O que precisa mudar

- Sparks: É uma boa idéia que ainda não conseguiu agradar. O usuário diz ao Google+ quais os temas que lhe interessam e o site dá a ele uma seleção de notícias, vídeos, fotos e outros conteúdos sobre o tema indicado. Ainda não está claro qual é o algoritmo que o Google utiliza para suas sugestões, mas encontro coisas mais interessantes no Twitter ou no Google Reader.

- Versão para celular: Em duas semanas desenvolvi uma relação de amor e ódio com o aplicativo do Google+ para celulares. O lado positivo é que considero muito útil que ele coloque minhas fotos instantaneamente no site ou que me deixe ver, fácil e rapidamente, o que outros compartilham. Mas não gosto de não poder começar um papo com amigos do celular, não ter aceso aos Sparks e não poder editar o que escrevo. Nota-se que é uma funcionalidade ainda em processo e que precisará de mais trabalho.

- Simplicidade: Entre a comunidade do Google+ há um grande entusiasmo pela nova rede social. O problema é que a comunidade já está composta majoritariamente de amantes do Google e de tecnologia. Não sei se a interface da rede social é muito intuitiva para quem, por exemplo, usa o Facebook.

- Huddle: O serviço para celulares permite, teoricamente, que se possa enviar mensagens de texto a diversos usuários ao mesmo tempo. O problema é que para usá-lo todos os usuários têm que ter o aplicativo instalado no Android. Mesmo que o Google gostaria que fosse diferente, a realidade é que nem todas as pessoas têm esse tipo de telefone.

- Não às empresas: Por hora, o Google não permite que empresas abram contas e tenham perfis no Google+. Mas isso também deixa de lado as organizações não-governamentais, que poderiam fazer bom uso da plataforma. Quer gostemos ou não, grupamento social também passa pela interação com grupos e instituições e o Google não pode ignorar isto.



A bola de cristal

O especialista em redes sociais Manuel Castells, da Universidade do Sul da Califórnia, diz que "as redes sociais vendem liberdade e, se não a dão, seus usuários irão a outro lado".

Nem o Google+, nem o Facebook, nem o Twitter são eternos. Eles existem na medida em que respondem às necessidades de seus usuários e, quando deixam de fazê-lo, morrem. Se não acreditam em mim, perguntem ao Friendster, ao MySpace ou ao Bebo.

O Google claramente quer roubar o mercado do Facebook e é possível que consiga feri-lo, mas não mortalmente. Pouco a pouco o Facebook se transformou de um site de rede social em uma plataforma social de entretenimento. E continua indo nesta direção.

O Twitter, por sua vez, parece ainda menos ameaçado que a rede de Zuckerberg, na medida em que segue sendo uma plataforma aberta, instantânea e sem vínculos entre seus usuários. A grande vantagem desta rede é sua capacidade de influenciar outras plataformas, sejam meios de comunicação, movimentos sociais ou empresas. É a voz digital da internet, não só uma rede social.

Mas talvez o Google+ represente uma ameaça para outras redes sociais, de nicho, que poderiam se perder diante de tantas ofertas.

Para além do êxito ou do fracasso do Google+, uma coisa parece clara em qualquer recanto social em que se pergunte sobre o tema: a competição é boa porque aumenta as opções dos usuários. A liberdade de escolha está servida no cardápio de opções.

FONTE:BBC Brasil 14/07/11

A Encantadora de Cavalos


Ela usa agulhas (bem finas) e ventosas para tirar a dor de cavalos e para tratá-los de diversas enfermidades, como cólicas e insuficiência renal. Faz isso, como diz, com muito amor e serenidade (e coragem!, acrescentamos). A veterinária e professora Giovana D'Andréa Pavão, de 29 anos, é acupunturista profissional de cavalos, ela espeta pacientes que pesam de 400 quilos a 800 quilos, podem morder e dar coices quando estão com dores.

É preciso saber o que se está fazendo. Para ser bem-sucedida, Giovana domina as técnicas da medicina tradicional chinesa e conta com larga experiência na veterinária ocidental. Ela é formada na UNIP, mas tem especialização em Reprodução Animal e é mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, de Botucatu.

Foi lá no interior de São Paulo que se formou em acupuntura veterinária pelo Instituto Bioethicus. Fez também especialização em Odontologia de Equinos. No momento, ela conclui doutorado com tese sobre células tronco em éguas.



A seguir sua ENTREVISTA EXCLUSIVA ao blog AnimaisOk:

AnimaisOk: Há quanto tempo utiliza a acupuntura para tratar cavalos?
Giovana: Há oito anos trato cavalos com acupuntura, mas também cães, gatos e animais silvestres. A técnica permite resultados imediatos na suspensão das dores dos animais.

AnimaisOk: Quais os casos em que o tratamento é indicado em cavalos?
Giovana: A acupuntura é indicada para tratamento de dores na coluna, lombalgias, dermatites, síndromes neurológicas, paralisia de nervos e membros, artroses, cólica, insuficiência renal, dificuldade de ejaculação do garanhão decorrente de algum problema físico, articular ou compensatório, queda de imunidade, anemia e falha na ovulação.

AnimaisOk: Os resultados são visíveis a curto prazo?
Giovana: Sim. O resultado em cavalos é imediato, principalmente se o tratamento for por causa de alguma lesão ou desconforto decorrente de um treinamento intensivo. No entanto, em casos crônicos são necessárias várias sessões de acupuntura. O número de sessões vai depender da patologia, da raça e da resposta individual do animal.

AnimaisOk: Quais as dificuldades no tratamento de um animal de grande porte?
Giovana: Nos cavalos analisamos regiões específicas, aquelas que apresentam maior sensibilidade nos pontos de acupuntura, para fazer o diagnóstico da doença. Neste momento, o animal pode reagir e quem não está apto a realizar este procedimento poderá se machucar. Além disso, raças como a Lusitano demonstram menor sensibilidade nestes pontos quando comparado, por exemplo, com a raça Quarto de Milha, ficando mais difícil o diagnóstico e consequentemente o tratamento.

AnimaisOk: As agulhas são como as da acupuntura humana?
Giovana: Em cavalos utilizamos agulhas normais hipodérmicas 30x8, exceto em regiões distais ao carpo (pata dianteira) e ao tarso (pata traseira) e na face onde são utilizadas agulhas mais finas. Essas são específicas de acupuntura.

AnimaisOk: Qual a formação de um(a) acupunturista de cavalos?
Giovana: É necessário ser veterinário e trabalhar com cavalos para saber lidar com a espécie e não se machucar. Além disso, é necessário realizar especialização nesta área para obter amplo conhecimento de anatomia, localização e função dos pontos do corpo, bem como dominar a fisiologia da acupuntura. Mas é fundamental saber que, para tratar o paciente, o bom acupunturista deve utilizar dois instrumentos, a agulha e o coração.


Os pontos da medicina chinesa no equino/Ilustração "Manual de Acupuntura Veterinária", do Dr. Maurice Rubin

Fonte: Animais OK

Menina troca o tipo sanguíneo após transplante!


Demi-Lee, hoje está com quase 16 anos. É saudável e tem feito um trabalho intenso de conscientização quanto as doações de órgãos. Ela ainda visita os médicos que a transplantaram e tem colaborado com as pesquisas contra rejeição de órgãos!


Até onde se imaginava é impossível que uma pessoa troque seu tipo sangüíneo. Ou seja, uma vez O+ sempre O+ e isso vale para todos os outros tipos de sangue (A, B, AB, positivo ou negativo). Os tipos sanguíneos são determinados por uma substância chamada antígeno. Os antígenos têm uma propriedade especial: toda vez que ele é reconhecido pelo sistema imunológico como algo estranho.

O transplante de órgãos sempre foi, de certa forma, um mistério. Uma australiana de 9 anos de idade teve seu tipo sangüíneo alterado após um transplante de fígado. Demi-Lee Brennan estava muito doente, apresetando falência do fígado e por isso, a única saída para salvar sua vida era o transplante. Teoricamente, a compatibilidade sanguínea é a mesma para doação de sangue. Assim, as pessoas com sangue do tipo O-, por exemplo, podem doar para todos os tipos.

Foi isso que aconteceu: Demi-Lee tinha sangue do tipo O+ e recebeu um fígado saudável do doador com o sangue do tipo O-. Nove meses depois, os médicos descobriram que ela tinha trocado de tipo sangüíneo, e seu sistema imunológico agora era igual ao do doador do fígado que ela recebeu. Ao que parece, segundo os especialistas, as células do doador migraram para a medula óssea de Demi, o que de alguma forma, alterou seu tipo sanguíneo.

Esta história foi cientificamente publicada no “The New England Journal of Medicine”, uma revista médico-científica e os médicos garantem que este é um caso inédito na literatura científica e poderá ajudar, no futuro, a combater a rejeição de órgãos transplantados.

Na prática, uma situação parecida, dificilmente seria realizada, pois não é possível que doadores e receptores tenham o sangue diferente. Mas o caso de Demi-Lee era tão grave que os médicos arriscaram um transplante com tipos sanguíneos diferentes (embora compatíveis para doação). Era isto, ou vê-la morrer em poucos dias.

Fonte: Diário de Biologia 15/02/11

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Operação Bolo da Noiva


Do Blog Coturno Noturno

Ontem os líderes do PMDB e do PT comemoraram a sua união com um bolo de noiva. O casal que decorava o quitute que simboliza a deliciosa repartição do poder no país era formado por Dilma e Temer.

Risadas, piadinhas, brincadeiras. Um dos padrinhos que ali estava era Ricardo Berzoini, o chefe dos aloprados e o fundador da Bancoop, antro de corruptos que roubaram a poupança de milhares de trabalhadores para fazer caixa dois de campanhas do PT.

A Polícia Federal, quando fizer uma operação para investigar o casamento da corrupção com o fisiologismo, poderá chamá-la de Operação Bolo de Noiva. Nada mais apropriado. Da foto, mais da metade sairia de braços dados com dois soldados.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Corrupção Pandêmica: todos os poros


Por Márcio Accioly

O então presidente da República, Dom Luiz Inácio (PT-SP), montou verdadeira quadrilha no governo de dois mandatos (2003-11), legando à sucessora, Dilma Roussef, maldição sobre a qual ainda se irá falar muito e muito nos anos por vir. Dilma não tinha como evitar, até porque a sua fonte de alimentação repousa no mesmo cocho petista.

Mas quadrilha bem estruturada é a que o governador Sérgio Cabral (PMDB) tem nutrido com a quase totalidade dos recursos públicos no Rio de Janeiro. As denúncias efetuadas pelo ex-governador Garotinho, ele próprio emaranhado em processos e rolos, baniria da vida pública qualquer figura com tal prontuário, em país considerado sério.

O presidente “de honra” do PR, Valdemar Costa Neto, que deveria estar em algum presídio de segurança máxima, acertava todas as contas, comissões, roubos e cotas numa sala dentro do Ministério dos Transportes. Costa Neto teve de renunciar no episódio do mensalão petista, mas voltou são e forte para continuar nos desvios

É bom que se deixe bem claro que Costa Neto só conseguiu voltar à Câmara, nesta legislatura, em função da votação alcançada por Tiririca. O atual sistema eleitoral jamais será reformado por esses que aí se encontram. Os arranjos são tão díspares que o eleitor, ao votar num candidato da chamada “esquerda”, elege um da ultradireita.

Ainda nos Transportes, o ex-chefe de gabinete do ex-ministro está construindo mansão em Brasília num de seus bairros mais chiques, avaliada em quatro milhões de reais! O salário do servidor Mauro Barbosa nem de longe permitiria essa aventura nababesca. É para isso que o brasileiro paga quase seis meses de impostos?

Para não se perder o ritmo, despertando vontade de rir em quem se espanta com o lamaçal, os meios de comunicação garantem que Luiz Antônio Pagot pode contar tudo com relação aos esquemas da campanha presidencial. A verdade é que nenhum até hoje abriu a boca para denunciar nada. Com exceção de Roberto Jefferson (PTB).

Jefferson começou a contar tudo a respeito de ladroeira praticada na Casa Civil e mandou Zé Dirceu (PT-SP) cair fora de lá: “-Sai daí, Zé, sai porque você vai se dar mal!” E Zé saiu e teve o mandato de deputado cassado pelo plenário da Câmara, mas agora ganha rios de dinheiro com a administração pública federal.



Roberto Jefferson ensaiou meia-volta, acomodou-se nos escombros de parte dos estragos e se acalmou, pois iria terminar se expondo à toa. Quando se substitui um assaltante dos cofres públicos no Brasil, o que assume chega sempre carregado de vícios. É só lembrar Erenice Guerra, amiga íntima de Dilma.

Que teria Pagot para dizer? Que parte dos aditivos das obras foi utilizada na campanha presidencial de Dilma Roussef. Que recebia ordens diretas do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, cujo maior sonho é presidir o Banco do Brasil.

Funcionário de carreira do órgão financeiro, sua excelência não tem como realizar tal desejo por não possuir diploma universitário exigido pelo regulamento interno da instituição. Casado com a atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), os dois formam o casal mais poderoso da Esplanada dos Ministérios.

Mas a própria Gleisi Hoffmann é acusada de desviar milhões da Itaipu Binacional, onde dirigiu o setor financeiro, para a campanha presidencial de Dom Luiz Inácio. A denúncia emergiu na CPI do mensalão. Ela também foi secretária do governo (MS), de Zeca do PT, considerado um dos mais corruptos da história daquele estado.

O suplente de Gleisi Hoffmann no Senado, Sérgio de Souza (PMDB), foi investigado pela Operação Gafanhoto da PF (2008), quando se descobriu que a mãe recebia salário na Assembléia Legislativa do Paraná, depositado na conta bancária dele. Mas aí já é corrupção demais e é preciso que se respire um pouco para que se assimile.

Fonte: Alerta Total - Márcio Accioly é Jornalista.
Charge: Sponholz

Empresa de senador do PMDB fraudou licitação de R$ 300 milhões na Petrobrá


Senador e tesoureiro Eunício Oliveira


MACAÉ - Documentos e imagens obtidos pelo Estado revelam que a Petrobrás e uma empresa do senador e tesoureiro do PMDB, Eunício Oliveira (CE), fraudaram este ano uma licitação de R$ 300 milhões na bacia de Campos, região de exploração do pré-sal no Rio de Janeiro. A Manchester Serviços Ltda., da qual Eunício é dono, soube com antecedência, de dentro da Petrobrás, da relação de seus concorrentes na disputa por um contrato na área de consultorias e gestão empresarial. De posse dessas informações, procurou empresas para fazer acordo e ganhar o contrato.


Houve reuniões entre concorrentes durante o mês de março, inclusive no dia anterior à abertura das propostas. A reportagem teve acesso ao processo de licitação e a detalhes da manobra por parte da Manchester para sagrar-se vencedora no convite n.º 0903283118. Às 18h34 de 29 de abril, a Petrobrás divulgou internamente o relatório em que classifica a oferta da Manchester em primeiro lugar na concorrência com preço R$ 64 milhões maior que a proposta de outra empresa.

O contrato, ainda não assinado, será de dois anos, prorrogáveis por mais dois. Sete empresas convidadas pela Petrobrás participaram da disputa, a maioria sem estrutura para a empreitada. Os convites e o processo de licitação são eletrônicos e as empresas não deveriam saber com quem estavam disputando.

Foto

Em 30 de março, um dia antes da abertura das propostas, o diretor comercial da Manchester, José Wilson de Lima, reuniu-se duas vezes, por mais de três horas, em São Paulo com uma das empresas convidadas pela Petrobrás, a Seebla Engenharia, segundo registros de segurança do prédio onde funciona essa empresa. Uma foto dele ficou registrada nos arquivos do condomínio. O objetivo da visita era exigir da Seebla que aceitasse um acordo.

A Seebla confirmou o encontro e, questionada, disse que isso também ocorrera em dias anteriores. A empresa afirmou que não fez acerto. No dia seguinte à reunião, ofereceu na licitação o preço de R$ 235 milhões, bem abaixo dos R$ 299 milhões apresentados pela empresa do senador. Mesmo assim, foi desclassificada pela Petrobrás.

Um diretor de outra empresa envolvida, que pediu para não ser identificado por questão de segurança, contou que diretores da Manchester usaram o nome de Eunício para oferecer R$ 6 milhões em dinheiro vivo em troca de uma "cobertura"na licitação - ou seja apresentar proposta com valor que serve apenas para simular concorrência e ajudar uma parceira a ganhar a licitação.

"Tentaram nos comprar", disse ao Estado o diretor da empresa. Em troca, a Manchester faria o mesmo em outra licitação.

Esse novo contrato da empresa de Eunício seria uma forma de substituir os serviços fechados sem licitação com a própria Manchester e que já lhe renderam R$ 57 milhões desde fevereiro de 2010, conforme revelou o Estado domingo passado.

Ao chegar ao prédio da Seebla no dia 30 de março, José Wilson de Lima entregou seu documento, teve rosto fotografado e disse para onde iria: "Seebla". Passou pela catraca do subsolo às 11h29 e subiu ao 8.º andar, onde fica a empresa concorrente. Saiu de lá às 12h35 e retornou às 15h07. Permaneceu até as 18h33, após reunir-se com o então diretor comercial da Seebla, Jorge Luiz Scurato. No dia seguinte, 31 março, ocorreria a licitação.

Na ocasião, Lima deixou seu cartão de visita da Manchester. O Estado localizou o diretor trabalhando, na quarta-feira passada, na sede da Manchester no Rio e o indagou sobre os motivos do encontro em São Paulo. "Não interessa a você", respondeu.

Já Scurato negou, num primeiro momento, qualquer reunião com Lima. Depois, apresentou a seguinte defesa: "O Wilson tinha me pedido para arrumar um emprego para o irmão dele. Foi entregar um currículo para mim."

A reportagem procurou a Seebla. A empresa disse que o diretor envolvido pediu afastamento dias após o episódio. "Houve um constrangimento pelo recebimento de um concorrente em nossa sede", afirmou a direção.

Já superfaturado

Segundo relato de empresários, a Manchester teria pedido para oferecerem valores acima de R$ 390 milhões à Petrobrás. Com isso, poderia vencer com R$ 380 milhões. O preço já estaria superfaturado para que houvesse divisão do dinheiro extra para as demais concorrentes. Só que a Seebla decidiu disputar para valer e fez uma proposta de R$ 235 milhões.

Avisada pela Seebla de que não haveria acerto, a Manchester apresentou proposta, em valor exato, de R$ 299.841.390,90. As demais concorrentes ofereceram valores superiores, como esperava a empresa de Eunício. No dia 29 de abril, uma sexta-feira, saiu o resultado da comissão de licitação. A Petrobrás desclassificou a proposta da Seebla por considerá-la "inexequível", ou seja, o valor seria muito baixo e a empresa não conseguiria cumprir o contrato. A Manchester, então em segundo lugar, foi declarada vencedora por ter feito a proposta "mais vantajosa". A Seebla recorreu e o processo de licitação ainda não foi concluído.

PARA LEMBRAR

O Estado revelou no domingo passado, 3, que a Manchester, empresa do senador e ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE), assinou sem licitação contratos que somam R$ 57 milhões com a Petrobrás para atuar na Bacia de Campos. Documentos da estatal mostram que foram feitos, entre fevereiro de 2010 e junho de 2011, oito contratos consecutivos, sempre com prazos curtos, o que permite "dispensa de licitação". A Manchester doou R$ 400 mil para a campanha de Eunício.

Fonte: O Estado de São Paulo 10/07/11

Ideologia da corrupção


Por Daniel Piza

A presidente Dilma Rousseff poderia decretar que não se use mais a expressão "escândalo de corrupção". Afinal, os casos de corrupção, como agora o do Ministério dos Transportes, do qual um dos servidores está construindo casa de R$ 4 milhões em Brasília, não causam mais escândalo. A tal ponto que o próprio ministro Alfredo Nascimento, que não foi demitido por Dilma, mas foi obrigado a se demitir em função das matérias publicadas pela imprensa, seguiu articulando sua sucessão e dirigindo seu partido, o PR.

No Brasil não apenas vigora a impunidade, mas também um prêmio de consolo para os que deveriam ser punidos. Delúbio não voltou ao PT? E alguém acredita que Palocci parou de fazer as consultorias mal explicadas que o tiraram do poder? Estamos vendo surgir, como efeito, uma espécie de ideologia da corrupção.

Algumas pessoas, principalmente petistas que chegaram a ensaiar decepção com seu partido depois do mensalão e mais tarde rearranjaram sua "consciência" com desculpas de todos os tipos (o ser humano pode até reconhecer um erro, mas logo depois descola um "mas" para aplacar sua culpa), dizem que ficar indignado com esses casos de corrupção é coisa pequeno-burguesa, udenista, moralista. Não é.

Pequeno-burguesa é a mentalidade segundo a qual "corrupção existe em todo lugar", como se a arte da impunidade no Brasil não fosse única. E não é preciso ler Sérgio Buarque de Holanda ou Octavio Paz para ver que esse tratamento da coisa pública é uma herança histórica, de um passado sem o liberalismo iluminista, e um sinal da força da cultura oligárquica entre nós.

Outras pessoas, em geral as que enriqueceram como nunca nos anos FHC e Lula, nesses tais anos de "estabilidade", apontam dois cenários para diminuir a importância da questão do sistema político e sua corrupção. Um é o que se poderia chamar de "italiano": se no país de Berlusconi a classe política também é uma porca miséria e a economia é a de uma sociedade desenvolvida, por que não poderia acontecer o mesmo no Brasil?

Primeiro, esquecem os séculos de guerras e revoluções necessárias para esse desenvolvimento, além de operações contemporâneas como a Mãos Limpas (da qual o Brasil tanto precisaria, se não fizesse pouco caso da Justiça italiana); segundo, há um custo evidente em tudo isso, tanto que o país perde força na já fraca economia europeia.

O outro cenário é que se poderia chamar de "chinês": lá só existe um partido, que comanda com rigor a vida econômica, e o país cresce a taxas três ou quatro vezes maiores que a brasileira. Esse argumento é ainda mais tosco, porque parece flertar com o fim da democracia multipartidária, embora a quantidade de partidos fortes no Brasil seja um problema real. E mais importante: se queremos mirar no exemplo chinês, temos de atirar com muito mais potência e precisão.

Por exemplo: embora seja um Estado dirigista, ele subtrai da sociedade a metade dos impostos que o Estado brasileiro subtrai da nossa sociedade, proporcionalmente. Por sinal, as três maiores economias do mundo (EUA, China e Japão) têm carga tributária inferior à brasileira.

Há muitas coisas no exemplo da China que seriam muito mais inspiradoras. Embora tenha uma população mais de seis vezes maior que a do Brasil, eles conseguem que 80% dos jovens estejam no ensino médio, um ensino que é muito mais exigente e eficiente do que o daqui, seja na matemática, seja nas artes - e aqui a metade dos alunos fica entalada no gargalo do ensino médio.

A China também investe pesado em ciência e tecnologia, como vi pessoalmente em locais como Chengdu, espécie de Vale do Silício chinês, onde a velha imagem da indústria que só copia e maquia começa ser desfeita. No Brasil, faltam engenheiros e técnicos em geral e o investimento em pesquisa mal passa de 1% do PIB. E quem é o ministro? Aloizio Mercadante, cuja qualificação para a área é desconhecida; que é outro que ganhou consolação pelo caso dos aloprados.

Enquanto isso, na adequada expressão do Financial Times, a economia brasileira se torna uma "bicicleta difícil de pedalar". A valorização do real multiplicou as importações, e o déficit externo só não explodiu porque as commodities seguiram em alta. Os cidadãos estão cada vez mais endividados (mais de 40% da massa salarial) e inadimplentes (aumento de 8% no mês de maio), mas o governo não consegue conter o crédito e o consumo, ao passo que os investimentos não conseguem nem chegar a 20% do PIB.

Os juros vão ter de subir para segurar a inflação, o que por sua vez atrai mais capital externo e derruba mais o dólar. O governo aumenta as reservas financeiras para mostrar ao mercado que é solvente, mas a economia real patina em ritmo medíocre. A produtividade, que depende tanto de educação e tecnologia, não avança quase nada. E as obras da Copa deslizam num mar de lama ainda por medir.

Mais do que desviar dinheiro do contribuinte para bolsos particulares, a corrupção é um sintoma desse modo de governar à brasileira, no qual o Estado é uma bolha de privilégios - da imunidade parlamentar ao sistema jurídico, dos fundos de pensão aos aportes do BNDES - e a sociedade paga preço cada vez mais alto para mantê-la.

A questão ética, no entanto, existe por si só. O escritor Machado de Assis foi funcionário de alto escalão do Ministério dos Transportes, então chamado "da Viação", até sua morte em 1908, e sempre se comportou na carreira com o máximo de lisura e espírito público. Hoje temos um Alfredo Nascimento e sua patota "republicana". Não há crescimento do PIB que justifique essa decadência de caráter.

Fonte: - O Estado de S.Paulo 10/07/11
charge:Sponholz

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pelo Bem da Venezuelea e América Latina



Charge: eramos6

CAI MAIS UM MINISTRO DO GOVERNO DO PT



Alfredo Pereira do Nascimento (PR-AM), de 58 anos, deixou o Ministério dos Transportes, pasta que ocupava desde o governo Lula, nesta quarta-feira. Ele encaminhou seu pedido de demissão à presidente Dilma Rousseff "em caráter irrevogável". Na nota, Nascimento afirma que decidiu encaminhar um requerimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal. "O senador está à disposição da PGR para prestar a colaboração que for necessária à elucidação dos fatos", diz o texto.

O agora ex-ministro reassumirá sua cadeira no Senado Federal e a presidência nacional do Partido da República (PR). O nome mais cotado para o posto é o do secretário-executivo, Paulo Sérgio Oliveira Passos. Passos está neste momento no Palácio do Planalto em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Oficialmente, o encontro é para tratar da transposição do rio Sâo Franscisco. Também participam da conversa a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.

A saída de Nascimento ocorreu após reportagem de VEJA revelar o funcionamento de um esquema baseado na cobrança de propinas, feita por caciques do PR, a empreiteiras e empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. É o segundo ministro a cair na gestão de Dilma - o primeiro foi o ex-titular da Casa Civil, Antonio Palocci, que não resistiu às revelações de seu incrível salto patrimonial.

O escândalo teve reação imediata da presidente Dilma, que, no sábado seguinte à reportagem de VEJA, afastou o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini. Mas errou a petista ao dar sobrevida a Nascimento e prolongar a crise.



Dilma saiu em defesa de Nascimento na segunda-feira, primeiro dia útil após as revelações de VEJA. A presidente também ordenou à Controladoria Geral da União (CGU) uma investigação rigorosa nas licitações e contratos da pasta. E mandou Nascimento abrir uma sindicância no ministério - com toda a isenção que o ministério comandado pelo PR tem para investigar a si mesmo.

O ritual foi uma tentativa de evitar desgaste político semelhante ao que ocorreu no episódio Palocci . Não adiantou: os oposicionistas aumentaram a pressão: pediram investigações ao Ministério Público e passaram a recolher assinaturas no Congresso para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A manobra da presidente revelou-se, portanto, não-produtiva.

Nesta terça-feira, o escândalo chegou à família de Nascimento. De acordo com reportagem do jornal O Globo, o filho do ministro é dono de uma empresa cujo patrimônio cresceu 86.500 % desde 2005. O caso fez com que a oposição apertasse ainda mais o cerco ao ministro, que acabou entregando o cargo. O PSDB pediu ao Ministério Público um acréscimo na representação que apresentou contra Nascimento.

Biografia - Nascimento responde a processos na Justiça por acusação de improbidade administrativa e crime de responsabilidade na época em que era prefeito de Manaus – entre 1997 e 2004. Na Justiça Eleitoral, quase teve seu mandato cassado por suspeita de compra de votos na disputa de 2006, quando conquistou uma vaga no Senado.

O ex-ministro assumiu o Ministério dos Transportes pela primeira vez no início do governo Lula, em março de 2004, cargo em que permaneceu por dois anos. Afastou-se em março de 2006 para candidatar-se a senador e, em 2007, deixou a vaga conquistada novamente para ocupar o ministério. Em março de 2010, deixou o governo federal para ser candidato ao comando do Amazonas, mas não foi eleito. Com a vitória de Dilma Rousseff, foi reconduzido à pasta - cota do PR.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante os anos em que esteve no ministério, o patrimônio de Nascimento dobrou. Em 2006, quando foi candidato ao Senado, ele declarou à Justiça Eleitoral ter bens no valor total de 594.723,82 reais. Nas eleições de 2010, seu patrimônio subiu para 1.092.676,35 reais. Uma das empresas da família, a Forma Construção Ltda., é alvo de uma investigação da Receita Federal sobre lavagem de dinheiro.

Sua mulher, Francisca Leonia de Morais Pereira, e o filho Gustavo Nascimento, de acordo com as investigações, chegaram a ser multados por omitir em suas declarações de Imposto de Renda um total de 7 milhões de reais.

O ex-ministro nasceu em Martins, no Rio Grande do Norte, é formado em Letras e Matemática, foi sargento da Aeronáutica e empresário. Na carreira política, também foi vice-governador do Amazonas, secretário municipal de Economia e Saúde em Manaus, secretário de Estado de Administração e da Fazenda do Amazonas, presidente da Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam) e superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa).

É o atual presidente do Partido da República, desde que seu antecessor, o deputado federal Valdemar da Costa Neto, deixou a vaga ao ser acusado de envolvimento no mensalão, o maior escândalo do governo Lula, em 2005.

Fonte: Veja 07/07/11
Charges: Sponholz

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Collor e seu cinismo


Collor supostamente compungido contempla o caixão de Itamar: nunca foram amigos
Amigos, parece muito bonito o gesto do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) de elogiar, depois de morto, o ex-presidente Itamar Franco, seu vice e sucessor após o impeachment, e comparecer, de ar grave e compungido, a seu velório em Juiz de Fora (MG).

Parece bonito, e seria, se em sua atitude e em suas palavras houvesse um pingo de respeito à realidade dos fatos, à memória ainda fresca para muitos brasileiros da campanha eleitoral que levou Collor ao poder, em 1989, e de seu governo (1990-1992).
Na declaração inicial sobre a morte do ex-presidente, Collor disse, textualmente:
“Sinto muitíssimo a perda de um amigo e grande presidente do país. Itamar foi um companheiro inexcedível durante o período em que militamos juntos”.

Itamar nunca foi “grande amigo” de Collor, coisa nenhuma. Muito pelo contrário. Tendo sido convidado para ser o vice do então jovem governador de Alagoas para fortalecer-lhe a candidatura com sua impecável folha corrida moral, Itamar não demorou a ser desrespeitado pelo cabeça de chapa, que o ignorou durante a campanha eleitoral, não o consultava sobre nada e não o informava sobre decisões importantes.

Já no Planalto, manteve Itamar afastado do centro do poder e não lhe atribuía funções. Depois do impeachment, zombou várias vezes de seu substituto, chegando a, grosseiramente, duvidar de sua masculinidade em mais de uma ocasião.

Ao se reencontrarem os dois no Senado em fevereiro passado – Collor, ali instalado desde 2007, e Itamar recém-eleito pelo PPS de Minas Gerais –, o falecido ex-presidente, apesar de homem simples e cortês, recusou qualquer aproximação com o suposto “amigo”.

Sobre o cinismo de Collor, quem melhor disse foi o senador Pedro Simon (PMDB-RS), amigo e admirador de Itamar e líder de seu governo no Senado, em declaração ao Estadão:

– A vinda do Collor hoje [domingo] aqui [em Juiz de Fora, paras onde foi levado de São Paulo, inicialmente, o corpo do ex-presidente] é um gesto dele para mostrar que a vida continua. Agora que o Itamar morreu, né? Não há no mundo dois pontos tão equidistantes um do outro que nem foi o Itamar com o Collor. Não dá nem para entender.

(*) Blog do Ricardo Setti.

Fonte e charge: Contraovento

O "NÍVER" DA EDUCAÇÃO NO BRASIL








Charge:Amâncio, Nani e Sponholz

OAB: em SP, só Unesp e USP aprovam maioria


Apenas as duas únicas universidades públicas paulistas com cursos de Direito – Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) – aprovaram a maioria de seus alunos inscritos no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), feito em dezembro do ano passado, que contou com os piores índices da história da entidade: cerca de 90% dos candidatos que realizaram a prova foram reprovados, como mostrou o Jornal da Tarde anteontem.

No Estado de São Paulo, foram qualificados apenas 11,2%, segundo Edson Cosac Bortolai, vice-presidente da Comissão Nacional do Exame de Ordem. Os três exames de 2010 foram as primeiras provas unificadas da entidade.

Estudantes de 155 escolas de Direito paulistas fizeram o terceiro exame da Ordem de 2010, sendo que várias dessas unidades pertencem a uma mesma rede. Somente 40 delas, isto é, 26% desse total, ficaram acima ou na média de aprovação do Estado. Outras 17 tiveram índice de 100% de reprovação.

A Faculdade de Direito Largo do São Francisco, da USP, lidera o ranking do Estado, com aprovação de 63,46% dos 301 que participaram do exame. Em seguida está o curso da Unesp, em Franca, interior de São Paulo, que teve 60,71% dos 84 candidatos considerados aptos.

Especialistas em Direito apontam o vestibular dessas universidades (que por ser rigoroso qualifica os melhores alunos), tradição e valorização do corpo docente como as principais justificativas para o bom desempenho no exame de Ordem.

“As instituições com carreiras de docente mais estruturadas tendem a ter um melhor desempenho”, acredita Bortolai. Abaixo delas, nenhuma outra instituição chegou a aprovar a metade dos seus estudantes inscritos, caso de escolas particulares tradicionais.

A Faculdade de Ciências Econômicas de Campinas (Facamp) obteve o terceiro melhor desempenho no Estado, com aprovação de 44% dos alunos. Depois, vêm a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com 42,60% de aprovados, Escola de Direito de São Paulo da Getúlio Vargas (FGV), com índice de 42%, e ocupando a sexta posição, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, com 36% de seus estudantes selecionados no exame da OAB.

“Hoje, podemos aferir como vai o ensino jurídico no Brasil. E o que temos é de baixa qualidade”, afirma Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB. “Espera-se que o Ministério da Educação (MEC) seja mais rigoroso com os critérios de abertura e reconhecimento de cursos”, diz.

De acordo com Cavalcante, são oferecidas no País aproximadamente 651 mil vagas em Direito todos os anos, e se formam bacharéis entre 80 mil e 100 mil pessoas. “O que a Ordem faz é proteger a sociedade dos maus profissionais”, defende Edson Bortolai, vice-presidente da comissão do exame.

“É necessário rever critérios para a abertura de cursos e fazer uma análise da metodologia de ensino dessas instituições”, concorda Marcos Luiz Silva, presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni). Silva, porém, chama atenção para o elevado nível de exigência da avaliação da entidade.

“A padronização trouxe um nivelamento que pode dificultar o desempenho de algumas instituições. Algumas poderiam até ter um bom desempenho regional, mas sofreram com o nivelamento nacional”, pondera.

Fonte: Jornal da Tarde de São Paulo 05/07/11

Narcotráfico se sofistica na África Ocidental e preocupa Europa


Autoridades das Nações Unidas apontam que o tráfico de drogas como cocaína está se sofisticando no oeste da África e chegando com mais facilidade aos mercados consumidores da Europa.

Em entrevista coletiva no Senegal, o chefe regional do escritório antidrogas da ONU, Alexandre Schimidt, disse que as apreensões de cocaína vinda da África Ocidental estão em queda – caíram de 47 toneladas em 2008 para 35 toneladas apreendidas em 2009 -, mas há motivos para crer que o comércio está, na realidade, aumentando.

É um sinal de que os criminosos estão mudando e sofisticando suas formas de trabalho, criando novas rotas para o comércio ilegal e operando sob cartéis cada vez mais organizados e capazes de driblar o controle de agentes policiais internacionais, relata o correspondente da BBC em Dacar, Thomas Fessy.

A origem das drogas é a América Latina, e os traficantes da região usam a África Ocidental como ponto intermediário para a Europa, em um negócio que, acredita-se, envolve cerca de US$ 1 bilhão.

Ainda que os negócios continuem sendo comandados por latino-americanos, autoridades apontam, porém, que cada vez mais africanos estão tomando parte na formação de cartéis.

Para Schmidt, não há indícios de que a ala norte-africana da Al-Qaeda esteja envolvida na organização dos cartéis, mas o representante da ONU diz acreditar que a rede extremista provê serviços intermediários para os narcotraficantes e facilita seu trânsito pela região.

Estados frágeis

O fluxo crescente de cocaína pelos frágeis Estados do oeste da África está se tornando uma fonte crescente de preocupação internacional, já que especialistas advertem que o narcotráfico pode corromper governos na região, espalhar instabilidade e prejudicar economias locais.

Segundo a agência Reuters, o valor das drogas que transita pela região já é equivalente a grande parte dos PIBs locais.

Schmidt instou a África Ocidental a aumentar seus esforços para combater a lavagem de dinheiro relacionada ao narcotráfico. “Se queremos causar impacto, temos que atingir onde dói: no dinheiro (dos narcotraficantes).”

Fonte: BBC Brasil 21/06/11

terça-feira, 5 de julho de 2011

Pomada pode conter o veneno depois de picada de cobra


Uma mordida de cobra pode revelar quanto o tempo é valioso: em questão de minutos o veneno pode se espalhar pelos tecidos e, dependendo da toxicidade da substância inoculada, causar danos graves ao corpo. Dependendo da região da picada, nem mesmo torniquetes podem ajudar. Mas uma pomada utilizada geralmente no tratamento de angina pode aumentar a sobrevida das vítimas em até 50%.

Em um artigo publicado na revista especializada Nature Medicine, pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Austrália, mostraram que a aplicação de uma pomada contendo nitroglicerina na região afetada pode conter o avanço do veneno de cobra pelo corpo. Este tempo extra é muitas vezes suficiente para que a pessoa encontre ajuda.

"Muitas toxinas de veneno de cobra não entram diretamente na corrente sanguínea, mas são absorvidas e transportadas por vasos linfáticos antes de entrarem nas veias perto do coração", explica o professor Dirk van Helden, responsável pela pesquisa.

Apesar de não neutralizar o veneno, uma pomada contendo nitroglicerina poderia desacelerar o transporte da toxina pelo sistema linfático. Seria especialmente útil em regiões isoladas, onde a ajuda médica nem sempre é encontrada com facilidade.

"A cada ano, mordidas de cobras são responsáveis por 100.000 mortes e 400.000 amputações em todo o mundo", lembra van Helden. "Esta descoberta tem o potencial de melhorar significativamente as taxas de sobrevivência das vítimas mordidas por muitas espécies de serpentes."

Fonte: Veja 05/07/11

Senadores querem que presidente do BNDES explique a operação


A polêmica em torno da fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour é alvo de dois requerimentos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).


O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR) pede a realização de uma audiência pública com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o presidente Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que dirigiu o BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso, e de um representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Álvaro Dias alega a necessidade de o Congresso acompanhar e ter esclarecimento do que ele chama de "Robin Hood às avessas".

"Só que, no caso, o herói mítico rouba dos pobres, do dinheiro dos trabalhadores, para dar aos milionários", compara.

O outro requerimento sobre o assunto é do senador da base aliada do governo, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Ele pede que seja convidado Luciano Coutinho para explicar a "natureza e as condições" que determinarão a participação do BNDES no processo de fusão do Pão de Açúcar com a multinacional francesa Carrefour.

"Há dois fatores que precisam ser bem explicitados pelo BNDES, já que estamos lidando com o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e de dotações orçamentárias", afirma.

Ferraço lembra que na semana passada, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, informou que a possível participação do BNDES nessa operação será da ordem de R$ 4 bilhões.

Dependência. Ele destaca, ainda, que a necessidade de aporte de recursos por intermédio da edição de medidas provisórias indica "uma condição crescente da dependência do BNDES dos recursos orçamentários da União para viabilizar a referida operação entre essas organizações privadas".

Os requerimentos serão lidos na sessão de hoje da CAE e, se aprovados, a data de comparecimento dos convidados será marcada para a próxima semana.

O senador Álvaro Dias destaca um "precedente perigoso" na ligação do BNDES com empresas privadas na operação realizada com o grupo Friboi o que - destaca o líder - obrigou o banco a aceitar "ações micadas" em troca dos recursos que disponibilizou.

"O BNDES tem direcionado mal seus recursos há muito tempo, deixou de ser um banco social, inclusive deveria tirar o S do nome, e tem privilegiado grandes grupos privados", diz.

O líder tucano acredita que Coutinho e Abílio Diniz aceitarão o convite, sob pena de fortalecer os comentários de que o dinheiro público está sendo mal empregado.

Fonte: Estadão 05/07/11
Charge: Sponhoz