terça-feira, 5 de julho de 2011
Senadores querem que presidente do BNDES explique a operação
A polêmica em torno da fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour é alvo de dois requerimentos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).
O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR) pede a realização de uma audiência pública com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o presidente Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que dirigiu o BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso, e de um representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Álvaro Dias alega a necessidade de o Congresso acompanhar e ter esclarecimento do que ele chama de "Robin Hood às avessas".
"Só que, no caso, o herói mítico rouba dos pobres, do dinheiro dos trabalhadores, para dar aos milionários", compara.
O outro requerimento sobre o assunto é do senador da base aliada do governo, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Ele pede que seja convidado Luciano Coutinho para explicar a "natureza e as condições" que determinarão a participação do BNDES no processo de fusão do Pão de Açúcar com a multinacional francesa Carrefour.
"Há dois fatores que precisam ser bem explicitados pelo BNDES, já que estamos lidando com o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e de dotações orçamentárias", afirma.
Ferraço lembra que na semana passada, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, informou que a possível participação do BNDES nessa operação será da ordem de R$ 4 bilhões.
Dependência. Ele destaca, ainda, que a necessidade de aporte de recursos por intermédio da edição de medidas provisórias indica "uma condição crescente da dependência do BNDES dos recursos orçamentários da União para viabilizar a referida operação entre essas organizações privadas".
Os requerimentos serão lidos na sessão de hoje da CAE e, se aprovados, a data de comparecimento dos convidados será marcada para a próxima semana.
O senador Álvaro Dias destaca um "precedente perigoso" na ligação do BNDES com empresas privadas na operação realizada com o grupo Friboi o que - destaca o líder - obrigou o banco a aceitar "ações micadas" em troca dos recursos que disponibilizou.
"O BNDES tem direcionado mal seus recursos há muito tempo, deixou de ser um banco social, inclusive deveria tirar o S do nome, e tem privilegiado grandes grupos privados", diz.
O líder tucano acredita que Coutinho e Abílio Diniz aceitarão o convite, sob pena de fortalecer os comentários de que o dinheiro público está sendo mal empregado.
Fonte: Estadão 05/07/11
Charge: Sponhoz
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