sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Encantadora de Cavalos


Ela usa agulhas (bem finas) e ventosas para tirar a dor de cavalos e para tratá-los de diversas enfermidades, como cólicas e insuficiência renal. Faz isso, como diz, com muito amor e serenidade (e coragem!, acrescentamos). A veterinária e professora Giovana D'Andréa Pavão, de 29 anos, é acupunturista profissional de cavalos, ela espeta pacientes que pesam de 400 quilos a 800 quilos, podem morder e dar coices quando estão com dores.

É preciso saber o que se está fazendo. Para ser bem-sucedida, Giovana domina as técnicas da medicina tradicional chinesa e conta com larga experiência na veterinária ocidental. Ela é formada na UNIP, mas tem especialização em Reprodução Animal e é mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, de Botucatu.

Foi lá no interior de São Paulo que se formou em acupuntura veterinária pelo Instituto Bioethicus. Fez também especialização em Odontologia de Equinos. No momento, ela conclui doutorado com tese sobre células tronco em éguas.



A seguir sua ENTREVISTA EXCLUSIVA ao blog AnimaisOk:

AnimaisOk: Há quanto tempo utiliza a acupuntura para tratar cavalos?
Giovana: Há oito anos trato cavalos com acupuntura, mas também cães, gatos e animais silvestres. A técnica permite resultados imediatos na suspensão das dores dos animais.

AnimaisOk: Quais os casos em que o tratamento é indicado em cavalos?
Giovana: A acupuntura é indicada para tratamento de dores na coluna, lombalgias, dermatites, síndromes neurológicas, paralisia de nervos e membros, artroses, cólica, insuficiência renal, dificuldade de ejaculação do garanhão decorrente de algum problema físico, articular ou compensatório, queda de imunidade, anemia e falha na ovulação.

AnimaisOk: Os resultados são visíveis a curto prazo?
Giovana: Sim. O resultado em cavalos é imediato, principalmente se o tratamento for por causa de alguma lesão ou desconforto decorrente de um treinamento intensivo. No entanto, em casos crônicos são necessárias várias sessões de acupuntura. O número de sessões vai depender da patologia, da raça e da resposta individual do animal.

AnimaisOk: Quais as dificuldades no tratamento de um animal de grande porte?
Giovana: Nos cavalos analisamos regiões específicas, aquelas que apresentam maior sensibilidade nos pontos de acupuntura, para fazer o diagnóstico da doença. Neste momento, o animal pode reagir e quem não está apto a realizar este procedimento poderá se machucar. Além disso, raças como a Lusitano demonstram menor sensibilidade nestes pontos quando comparado, por exemplo, com a raça Quarto de Milha, ficando mais difícil o diagnóstico e consequentemente o tratamento.

AnimaisOk: As agulhas são como as da acupuntura humana?
Giovana: Em cavalos utilizamos agulhas normais hipodérmicas 30x8, exceto em regiões distais ao carpo (pata dianteira) e ao tarso (pata traseira) e na face onde são utilizadas agulhas mais finas. Essas são específicas de acupuntura.

AnimaisOk: Qual a formação de um(a) acupunturista de cavalos?
Giovana: É necessário ser veterinário e trabalhar com cavalos para saber lidar com a espécie e não se machucar. Além disso, é necessário realizar especialização nesta área para obter amplo conhecimento de anatomia, localização e função dos pontos do corpo, bem como dominar a fisiologia da acupuntura. Mas é fundamental saber que, para tratar o paciente, o bom acupunturista deve utilizar dois instrumentos, a agulha e o coração.


Os pontos da medicina chinesa no equino/Ilustração "Manual de Acupuntura Veterinária", do Dr. Maurice Rubin

Fonte: Animais OK

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