segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pesquisador mete o pau em Marco Aurélio Garcia por defender que Exército do Povo Paraguaio é “peça de ficção”


Por Jorge Serrão

O chamado Exército do Povo Paraguaio, grupo armado acusado de promover roubos, sequestros e assassinatos, tem tudo para se tornar uma grande ameaça à estabilidade política do país e da região sul do continente, se não for efetivamente combatido. O EPP hoje não tem o poder de desestabilizar as instituições paraguaias. Mas adverte que a guerrilha paraguaia pode se tornar um problema "muito grande" para o país nos próximos cinco anos, por ter ligações com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e com narcotraficantes do Brasil.

O alerta é do analista político Francisco Capli, da consultoria paraguaia First Análisis y Estúdios. O pesquisador paraguaio meteu bronca no assessor especial da Presidência do Brasil para Assuntos Internacionais. Marco Aurélio Garcia, na última quarta-feira chegou a classificar o EPP como uma "peça de ficção". Capli critica que MAG está completamente equivocado: "O EPP não é uma fantasia. O EPP é sim uma ameaça real, porque há gente morrendo e sendo ameçada em regiões do norte do país, como São Pedro e Concepción. Há muita gente com medo e sendo ameaçada".

O pesquisador paraguaio alerta que, em parceria com o EPP, facções criminosas brasileiras como o Comando Vermelho e o PCC já atuam nos dois lados da fronteira. O EPP foi criado em 1990, como o braço armado do extinto Partido Pátria Livre, de orientação socialista, que tinha ligações com o Foro de São Paulo, fundado por Fidel Castro e Lula da Silva para aglutinar as esquerdas na América Latina e Caribe.

Francisco Capli tem uma definição perfeita para o EPP: “É como um câncer em estado inicial. Se não for combatido, pode tomar o corpo todo. É preciso prestar atenção a isso. O EPP pode se transformar em uma narcoguerilha e, se você não atacar, pode tomar todo o Paraguai, e o Brasil não ficaria de fora”. O governo Fernando Lugo decretou estado de exceção em cinco Departamentos (Estados) do Paraguai, sob a justificativa de empregar três mil homens para combater o EPP.

Fonte: Alerta Total 07/05/10

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