terça-feira, 1 de novembro de 2011

A exploração da ThyssenKrupp CSA Cia. Siderúrgica do Atlântico no Brasil


A construção da ThyssenKrupp CSA Cia. Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro, um investimento superior a US$ 3 bilhões, integra a estratégia de crescimento da alemã ThyssenKrupp, para reforçar a sua presença internacional. "O projeto está dentro do cronograma e dos custos previstos", afirmou o membro do Conselho Executivo da Thyssen Krupp Steel AG, Hans-Ulrich Lindenberg. A previsão é de que a unidade, com capacidade de fabricação de 5 milhões de toneladas anuais de semi-acabado (placas), inicie a produção integrada em março de 2009.

Segundo o executivo, no momento estão sendo feitas obras de engenharia e também as de construção do porto que irá escoar boa parte da produção da siderúrgica, que terá como prioridade o atendimento às demandas do mercado europeu e americano. "O Brasil tem matéria-prima de boa qualidade", afirmou Lindenberg.

Já foi iniciado também o programa de recrutamento de funcionários e um processo de qualificação de futuros empregados. Ao todo, serão 3,5 mil pessoas, das quais 2,2 próprios e 1,3 mil de terceiros, trabalhando dentro da usina. "O Brasil é uma importante peça de nossa estratégia de expansão nos próximos anos para nos mantermos como um dos mais importantes players do setor e reforçarmos a nossa presença internacional", afirmou.

No momento, a usina já conta com 2,5 mil pessoas trabalhando na área da usina. No auge da obra serão 18 mil pessoas, em meados de 2008. Na média, serão 10 mil pessoas. "É a maior obra física em andamento no país", disse Aristides Corbelini, presidente da CSA.

A globalização do mercado siderúrgico levou as companhias de todo o mundo a disputar espaço fora de seus países. Projeto da ThyssenKrupp está dentro dessa estratégia. O grupo alemão vai produzir semi-acabado aqui para suprimento de instalações chapas de alta qualidade na Europa e nos Estados Unidos. Serão 3 milhões de toneladas para uma unidade de acabamento americana e 2 milhões para suportar um plano de expansão de suas operações na Alemanha.

O investimento, no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, é de 3 bilhões (sem impostos e juros), segundo informações da filial brasileira, agora chamada de ThyssenKrupp CSA.

Os números do projeto são superlativos para alcançar o patamar de capacidade desenhado. Uma coqueria de 1,9 milhão de toneladas, uma sinterização (que aglomera minério de ferro) de 5,7 milhões e dois altos-fornos aptos a fazer 5,3 milhões toneladas por ano de gusa. A demanda de carvão prevê a importação de 4 milhões de toneladas.

O consumo de minério de ferro, fornecido pela Companhia Vale do Rio Doce, sócia minoritária do projeto, com 10%, será de cerca de 130 milhões de toneladas de minério de ferro no período de 15 anos. "É o maior contrato individual de minério firmado pela Vale com uma usina - 8,6 milhões de toneladas de finos e pelotas", observou James Pessoa, diretor da Vale e conselheiro da companhia siderúrgica.

A capacidade de produção da CSA só é superior no Brasil pela Siderúrgica Nacional (CSN), de 5,6 milhões, e, a partir deste ano, pela CST Arcelor Mittal, que vai a 7,5 milhões de toneladas. Em seu plano de expansão, a ThyssenKrupp conta com o fornecimento de placas a baixo custo, a partir do Brasil.

"Para o Brasil, este é o maior investimento privado dos últimos 10 anos", comenta Corbellini. "Acordamos com o governo estadual do Rio de Janeiro um mínimo de US$ 500 milhões em aquisições e contratações no Estado".

A instalação do empreendimento vem enfrentando alguns contratempos que, segundo Lindenberg e Corbellini, têm sido solucionados à medida que surgem. "São normais de um obra dessa dimensão", comentou o presidente da empresa. Ambientalistas da Zona Oeste fluminense, onde está sendo instalada a usina, contestam o projeto na Justiça, alegando que as instalações poluem a Baía de Sepetiba. Segundo eles, a tecnologia de dragagem do porto, denominada de "Coonfined Disposal Facility" (CDF), estaria causando a morte dos peixes da área.

Por outro lado, a previsão de virem 600 funcionários da estatal chinesa Citic para trabalhar na obra da coqueria provocou protestos até do maior sindicato de metalúrgicos do mundo, o IG Mettal.

Fonte: Valor Econômico

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