quarta-feira, 10 de março de 2010
Cidade de Pernambuco teve 47 tremores em menos de 2 dias
Técnicos do Departamento de Sismologia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande Norte) começam a realizar levantamentos nesta quarta-feira (10) na cidade de Alagoinha (225 quilômetros do Recife), que tem 15 mil habitantes. Desde segunda-feira (8), a cidade e outras sete vizinhas sentiram tremores de terra.
Segundo o laboratório, em pouco mais de 24 horas, entre segunda e terça-feira, foram registrados 47 tremores na região, a maioria de pequenas magnitudes e imperceptíveis à população. O maior deles ocorreu na noite de segunda-feira, que registrou 3,2 graus na escala Richter. Não há relatos de vítimas, mas autoridades informaram que casas ficaram rachadas com os tremores.
A equipe da UFRN chegou ao local na terça-feira à noite e já se reuniu com as autoridades locais. Os técnicos também devem dar uma palestra nesta quarta-feira para tentar acalmar a população. A Defesa Civil estadual foi acionada e está realizando o levantamento dos danos.
Segundo o técnico em sismologia da UFRN, Eduardo Alexandre, Alagoinha nunca apresentou ocorrências de tremores de terra e passará, a partir de agora, a ser monitorada pelo laboratório. "Vamos realizar aqui um trabalho de macrossismo, onde ouviremos as pessoas para saber como elas perceberam o tremor, se as portas tremeram, se houve rachaduras nas casas. Após isso, vamos instalar sismógrafos até o fim do mês para compor a rede que já existe aqui no agreste de Pernambuco", explicou.
O município será o quarto monitorado pela UFRN no interior do Estado, que registra grande número de tremores devido a uma falha geológica no município de Caruaru, que fica a 95 km de Alagoinha. Hoje, uma rede com sete sismógrafos monitora a região, sendo cinco em Caruaru, um Sanharó e outro em Gravatá. Eles acompanham 24 horas por dia a atividade sísmica dessas localidades.
Para Alexandre, uma outra falha geológica – até então não percebida pelos sismólogos – pode explicar a nova série de tremores. "[Alagoinha] é uma área nova para nós. Provavelmente existe uma falha que ainda não tinha apresentado atividade e que vamos estudar a partir de agora, com esse monitoramento que faremos", afirmou.
A região do agreste pernambucano já é conhecida pelos tremores de terra. No último dia 27, um tremor de 2,4 graus na escala Richter, com epicentro em São Caetano, assustou os moradores de pelo menos cinco municípios. Em 2006, a cidade de Caruaru chegou a registrar um tremor de 4 graus na escala Richter.
Fonte: UOL 10/03/10
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