sábado, 20 de março de 2010

Interpol coloca Maluf em lista vermelha


O nome do deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi incluído na difusão vermelha da Interpol - a Polícia internacional que mantém representação em 181 países - a partir de solicitação dos Estados Unidos. A informação foi divulgada na quinta-feira, 19, pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. A defesa do ex-prefeito (1993-1996) declarou que já está providenciando ação específica para anular a medida que reputa ilegal, "uma afronta ao Congresso brasileiro".

A difusão vermelha é o alerta máximo da Interpol e limita os deslocamentos do alvo. Se ingressar em território que integra a comunidade policial, Maluf pode ser imediatamente detido. Para derrubar essa restrição os advogados do ex-prefeito apresentaram em fevereiro medida que visa excluí-lo do índex da Organização Internacional de Polícia Criminal.

Acusação

Maluf é acusado em ação da promotoria criminal dos Estados Unidos perante o Grande Júri de Nova York. Robert Morgenthau, promotor público americano, o denunciou por suposta "conspiração com objetivo de roubar dinheiro da cidade de São Paulo a fim de possuir fundos no Brasil, Nova York e outros lugares, e ocultar dinheiro roubado".

Segundo o Ministério Público de São Paulo, por meio de advogados que contratou nos Estados Unidos, Maluf teria dado início a um acordo para a devolução de US$ 5 milhões que haviam sido transferidos para aquele paraíso fiscal situado no Canal da Mancha. Mas a transação não foi concretizada.

O ex-prefeito seria beneficiário da conta Chanani, nos Estados Unidos. Entre janeiro e agosto de 1998, diz a promotoria, ele realizou15 transferências somando US$ 11,68 milhões para Chanani que, segundo a denúncia, serviu de ponte para remessas à Ilha de Jersey.

O processo aponta Maluf como artífice de suposto esquema de superfaturamento de obras na Prefeitura. Ele nega categoricamente a prática de desvios em sua gestão. Destaca que o Tribunal de Contas do Município aprovou todos os anos da administração. Afirma que nunca teve recursos no exterior.

Fonte: Estadão

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