sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Governo gasta R$ 80 milhões com cartões corporativos em 2010 e bate recorde



Os gastos do governo federal com os cartões corporativos bateram recorde em 2010 ao atingir R$80 milhões, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. Em relação a 2009, as despesas aumentaram em cerca de R$15,5 milhões,ou 24% do total.

O cartão, destinado aos pagamentos de rotina de autoridades em gastos que sejam considerados emergenciais ou essenciais, foi implantado em agosto de 2001 e, desde então, já consumiu R$ 342 milhões dos cofres públicos.

De acordo ainda com o levantamento da Contas Abertas, feito a partir de dados coletados no Portal da Transparência, quem mais gastouno período com o cartão foi a Presidência da República, com R$ 105,5 milhões. Não se pode, no entanto, acessar a discriminação de como foi gasto esse valor, pois 93% dele é descrito como “informações protegidas por sigilo, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”. Dentro da contabilidade da Presidência, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) elevou em 66% seus gastos, passando de R$6,8 milhões para R$11,2 – o motivo do aumento, porém, também por questões de seguranaça, não foi divulgado.



O acréscimo no gasto com os cartões em 2010 deve-se ainda em grande parte ao Ministério do Planejamento, que consumiu R$ 19,3 milhões, ou três vezes mais do que em 2009. A elevação se explica pela utilização do recurso pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realizou o recenseamento da população no ano passado. Os agentes do IBGE custearam gastos de transporte e hospedagem com o cartão. Do aumento total de R$ 15,5 milhões nos gastos do cartão corporativo, o Ministério do Planejamento responde por R$ 12,9 milhões, ou 83% do total.

De acordo com a Controladoria-Geral da União, o aumento de gastos é entendido como normal em razão do recenseamento. A auditoria dos gastos feitos pelo IBGE em 2010, segundo a CGU, deve ser completada só no fim do 1º semestre de 2011, seguindo os prazos do órgão. A fiscalização dos gastos da Presidência – incluindo a Abin – não cabe à CGU.

Fonte: Estadão 20/01/2011 Por José Orenstein


Charge: Neo Correia

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