sábado, 15 de janeiro de 2011
Paulistanos tentam, mas não podem ajudar o Rio
Principais receptores na cidade, Defesa Civil e Cruz Vermelha estão recebendo donativos apenas para São Paulo
A tragédia do Rio comoveu muitos paulistanos. Mas quem quer fazer doações às vítimas fluminenses pelos principais órgãos receptores em São Paulo não consegue. A Defesa Civil e a Cruz Vermelha da capital paulista estão recebendo donativos só para São Paulo - e não para o Rio.
Como a Cruz Vermelha não tem carro para a distribuição dos donativos na capital paulista, ela depende da ajuda de voluntários e da Defesa Civil. "Se pelo menos a gente tivesse um caminhão, uma van...", diz Aline Gomes Rosa, gerente de projetos sociais da entidade em São Paulo.
Galões de água, pacotes de macarrão, escovas de dente, caixas de leite e outros mantimentos se acumulam no galpão da entidade, na Avenida Moreira Guimarães, quase do lado do Aeroporto de Congonhas, na zona sul. Os donativos não param de chegar.
Alguns paulistanos se confundem, como a professora Virgínia Barros Pereira, que levava travesseiros, cobertores, roupas e sabonetes para as vítimas da região serrana do Rio. "Eu ouvi na TV e li no site que eram aqui (as doações para o Rio). Assim fica difícil ajudar", disse ela quando soube que o destino dos donativos seria São Paulo. "Tudo bem, a gente ajuda qualquer pessoa."
Já o planejador financeiro Valter Police sabia bem para quem estava levando cerca de R$ 1.200 em mantimentos. "Todo verão tem enchente. Então, economizo R$100 por mês durante todo o ano, faço umas compras no supermercado e trago aqui", conta.
Em São Paulo, shoppings e supermercados estão arrecadando donativos para o Rio, A Academia de Futebol do Palmeiras, na Marquês de São Vicente, zona oeste, funcionará das 8h às 18h hoje e amanhã com esse fim. A Defesa Civil de São Paulo ainda não tem canal oficial de envio de donativos para o Rio, mas o ano todo está aberta para receber e mandar donativos para as cidades atingidas pelas chuvas.
Fonte: Estadão 15/01/11
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