sábado, 4 de outubro de 2008

agronegociantes e trânsgênicos


O governo de Lula fez que fez e conseguiu transformar em balcão de negócios a comissão criada por lei para garantir que os transgênicos não causarão impacto ambiental nem dano à saúde da população. A CTNBio comemora a liberação de sete sementes transgênicas só neste ano. Até dezembro há tempo para liberar outras.

Seu vice-presidente, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, votou a favor de todas as liberações de milho transgênico. Foi também relator de algumas delas. Sobre conflito de interesses, o parágrafo 6º do artigo 11 da lei de biossegurança diz que é vedado aos membros da CTNBio “participar de julgamento de questões com as quais tenham algum envolvimento de ordem profissional ou pessoal”. Porém, reportagem do Estado de São Paulo (02/10) divulgou que o pesquisador da Embrapa negocia “com empresas internacionais a transferência de tecnologia para desenvolver uma espécie de milho transgênico no Brasil. Ao jornal, “Edílson Paiva afirmou que as negociações estão adiantadas e que a expectativa é de que, até o próximo ano, o produto seja lançado no mercado”.

Outra reportagem desta semana e do mesmo jornal recapitula os passos dados pelo governo de Lula para que casos como esse pudessem acontecer. Primeiro, mudou a lei, passando a exigir um número menor de votos para liberações comerciais. Estava dando muito trabalho. Depois, reuniu seus ministros e engavetou toda a análise técnica feita por IBAMA e ANVISA que apontaram sérias falhas e omissões nos dados apresentados pelas empresas e avalizados pela CTNBio.

De acordo com a reportagem, um recado foi dados aos ministros contrários às liberações de transgênicos: “Era preciso abrir o caminho para as liberações, evitar polêmica - uma recomendação que foi rapidamente obedecida”. Por último, coube ao ministro Sérgio Rezende vetar [arbitrariamente] o representante do Ministério do Meio Ambiente na CTNBio (OESP, 01/10/08). O ministro Carlos Minc não reagiu.

Saem os ambientalistas, ficam os agronegociantes. Tudo em sintonia com as demais políticas ambientais. É assim funciona a política de bioinssegurança de Lula. Quem dá mais?


Fonte:http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/boletim/boletim-413-03-de-outubro-de-2008

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